A Embrapa através do campo experimental de Ouro Preto do Oeste em parceria com o Governo do Estado e a prefeitura municipal de Ouro Preto do Oeste realizou o curso de capacitação para a produção de mudas clonais de café. O curso foi ministrado pelo engenheiro agrônomo João Maria Diocleciano da Embrapa/RO, especialista em cafeicultura e foi dirigido aos reeducandos e funcionários da Secretaria Municipal de Agricultura de Ouro Preto do Oeste que atuam diretamente no viveiro municipal o único da região devidamente regularizado conforme a legislação vigente no país.

A secretária Executiva Regional de Governo polo IV Maria Araújo de Oliveira explicou que a capacitação faz parte das ações do Projeto de Expansão de Mudas do viveiro Municipal de Ouro Preto do Oeste, projeto este que envolve Governo do Estado, CEPLAC, Embrapa e prefeitura e tem como objetivo de fortalecer o setor produtivo visando o desenvolvimento sócio econômico, com a diversidade da lavoura e melhores fontes de renda ao homem do campo, bem como recuperação de matas ciliares nas propriedades rurais onde há necessidade de reflorestamento preservando as APP’s (Área de Preservação) e ARL’s (Área de Reserva Legal). Atualmente o viveiro municipal que funciona dentro das normas técnicas e sanitárias exigidas possui algo em torno de 18 mil mudas de cacau clonal em sacolinhas e 9 mil mudas em tubetes (Recipiente utilizado para a produção de plantas em viveiro) e 12 mil mudas de essências florestais e frutíferas e 30 mil tubetes de café clonal.

Os participantes da capacitação tiveram todas as informações necessárias para obter uma muda de qualidade agregando valor econômico e respeitando o meio ambiente através das técnicas que vem sendo desenvolvidas pelos pesquisadores e técnicos da Embrapa/RO que é uma referência na produção de mudas clonais de café com destaque para o campo experimental da empresa sediado em Ouro Preto do Oeste que abriga algo em torno de 30 mil pés de café.

O engenheiro agrônomo João Maria explicou que café clonal é uma planta que possui as mesmas características da planta mãe, como produtividade, resistência a determinadas doenças e pragas, porte. Melhorando a produção e a qualidade do café. No entanto, essa opção exige que o processo de irrigação seja ainda maior do que os meios convencionais. João Maria asseverou que para formar mudas a partir de estacas, é necessário mantê-las em ambiente úmido, principalmente durante o período inicial de enraizamento. Para isso, existem dois sistemas que podem ser utilizados, são eles: viveiros especiais com microaspersão e os estufins. No primeiro, as mudas são mantidas em viveiros com meia sombra, contendo um sistema de irrigação de microaspersão; no segundo, há um canteiro com cobertura plástica apoiada em suportes e as mudas são colocadas debaixo dessa cobertura.

Uma vez plantadas, as estacas levam de trinta a quarenta e cinco dias para a formação do “calo”, que originará as raízes. Nesse período, é fundamental a manutenção de um bom nível de umidade no solo e no ar, devendo-se, entretanto, evitar o encharcamento do substrato. Após a formação do “calo” e inicio do enraizamento, as mudas permanecem ainda no viveiro por mais sessenta a setenta dias, quando devem possuir de dois a três pares de folhas.

O engenheiro agrônomo destaca que o café é um dos poucos produtos agrícolas que o agricultor tem a certeza de vender por um preço melhor, se for de boa qualidade. “O preço que se alcança na venda de um café de qualidade inferior é sempre bem menor que o preço de um café de boa qualidade. Por isso, compensa o esforço para conseguir um produto melhor, os cuidados são irrisórios em relação ao preço que você consegue ao comercializar um café de qualidade superior”, enfatizou João Maria que se colocou a disposição para dinamizar as ações do projeto através de outros cursos teóricos e práticos que venham somar o objetivo do mesmo e elencou a entrega de aproximadamente 60 mil estacas para a produção de mudas de café no viveiro municipal ação contida no bojo do projeto.

Na solenidade da entrega dos certificados que ocorreu na área de plantio de café da Embrapa estiveram presente a secretária de Governo Maria Araújo de Oliveira, a secretária municipal de Agricultura de Ouro Preto do Oeste engenheira agrônoma Angelina Xavier e estagiarias do campus do INFRO de Cacoal. A secretaria de Governo Maria Araújo destacou a parceria com a Embrapa neste importante projeto que é hoje uma realidade graças a união de todos os órgãos envolvidos na revitalização do café e do cacau na região de Ouro Preto do Oeste e os bons resultados já estão começando a surgir e em breve o quadro sócio/econômico terá um impulso gerando renda e valor para toda cadeia produtiva. “Este projeto vem de encontro ao que propôs o governo do Estado de Rondônia que acredita na força do homem do campo e com a parceria de todos estamos fortalecendo as ações planejadas e certamente o ano de 2018 promete bons frutos no que tange o mote do projeto que tem sua essência na sustentabilidade econômica e ambiental”, disse a secretária.

Durante a entrega era nítida a expressão de felicidade dos agraciados principalmente dos reeducandos a exemplo de Reginaldo que estava com o alvará de soltura em mãos e que agradeceu pela oportunidade de ter feito o curso que servirá para buscar uma colocação na sua volta ao convívio social os demais seguiram na linha de agradecimento pela oportunidade dada e que irão fazer valer o aprendizado.


O café clonal

O café tradicional de semente é bem diferente do tipo clonal. Enquanto o primeiro, a semente deve ser plantada, o clonal vem de uma muda geneticamente modificada, a conilon, que consegue absorver melhor a adubação garantindo maior produção e melhor qualidade do café. No entanto, o clonal precisa de mais irrigação que o café normal para criar sua proteção climática, principalmente na seca.













Fonte

Texto: Alexandre Araujo

Fotos: Alexandre Araujo

Secom – Governo de Rondônia