Justiça em Foco : Juízes acusam CNJ de “seletividade” em processos
Enviado por alexandre em 04/12/2017 09:09:18

Juízes acusam CNJ de “seletividade” em processos



Folha de S.Paulo – José Marques

Uma investigação contra quatro juízes que subiram num carro de som no ano passado para criticar o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff fez o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) virar alvo de críticas de outros magistrados, de advogados e de políticos.

Eles reclamam que o conselho foi "seletivo" com os juízes, que foram apelidados de "os quatro de Copacabana" por entidades que os defendem. A principal acusação é de que não houve o mesmo tratamento do CNJ a quem se posicionou contra Dilma.

Procurado pela reportagem, o conselho não se posicionou sobre as críticas.

A manifestação que motivou a abertura do procedimento aconteceu em 17 de abril de 2016, na zona sul do Rio, organizada pela produtora de funk Furacão 2000 e por movimentos de esquerda.

Os conselheiros entenderam que é necessário apurar se houve atividade político-partidária por parte do quarteto, conduta vedada a magistrados. A defesa dos quatro juízes nega a acusação.

No dia do protesto, os discursos variaram de tom. O primeiro dos quatro juízes a falar, André Nicolitt, disse que defendia "a legalidade democrática e a Constituição" e foi seguido por declarações das juízas Simone Nacif e Cristina Cordeiro.

Por fim, discursou Rubens Casara, cuja fala foi a mais debatida pelo CNJ. "É tão bom olhar para a avenida Atlântica e não ver nenhum coxinha. É raro. Eu falo aqui hoje como um juiz de direito, não de direita, muito menos de extrema-direita golpista", disse Casara ao público.

"Se as instituições estivessem funcionando, se o Supremo Tribunal Federal estivesse funcionando, essa palhaçada já tinha sido barrada." Todos os discursos foram gravados e usados como prova contra eles.

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