Mais Notícias : Temer, Toffoli e o foro privilegiado para alguns
Enviado por alexandre em 23/11/2017 09:50:18

Temer, Toffoli e o foro privilegiado para alguns

Postado por Magno Martins

Helena Chagas – Blog Os Divergentes

Ninguém vai se espantar se um novo pedido de vista adiar mais uma vez o fim do julgamento da ação relatada pelo ministro Luis Roberto Barroso para restringir o foro privilegiado no STF. Aos quatro ministros que já se declararam favoráveis a que a prerrogativa de foro se aplique somente nos casos de crimes relacionados diretamente ao exercício do mandato dos políticos, juntar-se-ão declarações de voto dos dois necessários, ou até de três, para mostrar à opinião pública que a tese é majoritária no STF.

Com isso, o Supremo, que anda mal na foto desde que autorizou o Senado a suspender as medidas cautelares contra Aécio Neves, dará o seu recado. Mas não provocará o tsunami que seria o encerramento do julgamento e a aplicação imediata do entendimento, com a consequente “desclassificação” e remessa a instâncias superiores dos processos da Lava Jato contra os principais caciques do establishment político. Tem até uma boa desculpa para isso: a Câmara está examinando PEC de teor semelhante, já aprovada pelo Senado, e será de bom tom dar a vez ao Legislativo.

Seria, já que todo mundo sabe que a emenda – que tira a prerrogativa de foro de quem está votando nela, inclusive – não vai valer tão cedo. Sua tramitação pode levar meses, talvez até anos. E tudo fica como está por mais um bom tempo, quem sabe o suficiente para a maioria dos futuros sem-foro resolver sua vida.

Ninguém vai se surpreender também se o novo pedido de vista – o anterior foi de Alexandre Moraes – vier de Dias Toffoli, que esteve com o presidente Michel Temer no último fim de semana, numa conversa articulada por seu amigo Gilmar Mendes.

O téte-a-tète Temer-Tofolli, aliás, continua matando Brasília de curiosidade. Pouco vazou da conversa, e sabe-se que são dezenas de assuntos quentes pendentes entre Planalto e STF que podem ter sido abordados. Personagens que se relacionam com os dois interlocutores apostam que o foro privilegiado esteve no centro da pauta, e não só a ação que terá seu julgamento retomado amanhã no STF.

O tema é bem mais amplo, sobretudo quando inclui a articulação que corre nos bastidores para incluir no rol dos que vão manter o foro para qualquer crime – pela PEC que tramita, o presidente e o vice da República, além dos chefes dos outros poderes – também os ex-presidentes da República. Todos se recordam que Toffoli hoje corre em raia própria, mas foi um auxiliar próximo do ex-presidente Lula, que o indicou para o STF. Ao lado do duplamente acusado Temer, Lula se beneficiará enormemente dessa articulação, que o tiraria dos braços de Sérgio Moro.



Reforma ministerial de Temer resulta em fiasco

Josias de Souza

Reforma ministerial é como fotografia. Se mexe muito, não sai. Tome-se o exemplo da suposta reforma na equipe de Michel Temer. Resume-se, por ora, à nomeação de um novo ministro das Cidades e à inédita desnomeção de um ex-quase-futuro titular da pasta da coordenação política. Tudo muito parecido com um fiasco.

Foi à poltrona de ministro das Cidades o deputado Alexandre Baldy (ex-Podemos, futuro PP). Deveria saciar os apetites dos partidos do centrão —PP, PR, PSD, SD e afins. Mas alimentou sobretudo o ego do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), autor da indicação. O centrão preferia Aguinaldo Ribeiro (PP).

O PMDB, sempre pronto a usufruir o gozo das provações cotidianas e a sofrer na própria pele as insuportáveis vantagens do poder, enxergou no vaivém ministerial a perspectiva de plantar mais um ministro no Planalto. Indicou para a casa de louças da coordenação política o elefante Carlos Marun, ex-integrante da manada parlamentar de Eduardo Cunha.

Temer topou. Entretando, depois de confirmar no Twitter que Marun tomaria posse junto com Baldy, o Planalto apagou o post (veja abaixo), negou a saída do tucano Antonio Imbassahy da coordenação política e desnomeou Marun. Não sobrou porcelana inteira na casa de louças.

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