Política : PESQUISA
Enviado por alexandre em 29/10/2017 21:59:43


75%: brasileiros duvidam que PSDB fará novo presidente



Pesquisa do PSDB

O PSDB recebeu dados que colocam na ponta do lápis a erosão de sua base eleitoral. Uma pesquisa encomendada pela sigla mostra que 75% dos brasileiros não acreditam que o próximo presidente será um tucano. No Nordeste, o quadro é ainda pior: 84%. Num recorte só com simpatizantes do partido, o estudo apontou três pilares para a descrença na legenda: a aliança com Michel Temer, a permanência de Aécio Neves (MG) no PSDB e as intermináveis brigas internas.

Análise das interações nas redes sociais mostra que 98% das menções ao PSDB são negativas.

Atualmente, o partido é o que mais perde engajamento em plataformas como o Facebook e o Twitter. Só em outubro, caiu 44%. Os tucanos estão atrás da Rede, do PT, do PC do B e do PMDB.

Os dados chegaram ao PSDB acompanhados da análise de que a sigla não teria outro caminho a não ser deixar o governo de Michel Temer para começar a restaurar sua imagem. O diagnóstico parece estar sendo levado ao pé da letra pelo presidente interino da legenda, Tasso Jereissati (CE). (Painel - Folha de S.Paulo)



Franco: PSDB deveria ter feito o que cobrou do PT


Folha de S.Paulo – Alexa Salomão

O ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco, que deixou o PSDB há um mês, diz que ele e outros economistas ligados aos tucanos estavam desgostosos com a sigla havia um tempo. O partido tinha adotado um "discurso ambíguo" em relação à defesa da economia de mercado.

O cenário piorou neste ano, quando o PSDB não soube lidar com dilemas éticos. Preservou o senador Aécio Neves na presidência, enquanto é alvo de acusações, e se manteve na base aliada do governo de Michel Temer.

A agenda de reformista do presidente não justificaria tal apoio irrestrito, segundo ele.

"Não vejo no governo Temer a mesma ética que gostaria de ver praticada", diz Franco, um dos formuladores do Plano Real e que se filiou ao Partido Novo.

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Folha - O sr. escreveu uma carta a para explicar a desfiliação, mas é impossível não perguntar: por que deixou o PSDB?
Gustavo Franco - As razões estavam todas ali, bem explicadas. No detalhe, há uma questão antiga de como o partido de denominação social-democrata se torna mais contemporâneo.

O que seria isso?
Mais em sintonia com os temas de uma economia de mercado que o Brasil precisa se tornar. O PSDB sempre praticou isso quando foi governo federal, embora tivesse um certo incômodo com essa prática e um discurso um tanto ambíguo. É uma questão antiga.

Ficou mais desconfortável depois da Presidência do Fernando Henrique, quando sucessores dele no partido, os candidatos [José] Serra [senador], Geraldo [Alckmin, governador de SP] e mesmo o Aécio, não tinham a mesma capacidade que Fernando Henrique de, vamos dizer, ter uma prática diferente da herança social-democrática da geração 1988, que marcava muito a origem do PSDB.

Isso criava desconforto para mim e muitos outros economistas do partido, mas era muito mais teórico do que real, sobretudo se o partido está fora do governo. Mas depois apareceu a questão específica do Aécio e sobre como o partido deveria se comportar diante de uma dúvida ética.

A questão do Aécio pesou?
Sim. Como gesto político, podia ter se afastado para montar a sua defesa. Mas ficar presidente do partido com todas essas dúvidas, para dizer o mínimo, é difícil. Aí houve uma questão imediata: era para fazer o que, no passado, cobramos

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