Política : PILANTRAS
Enviado por alexandre em 16/09/2017 20:37:32


Delação: atinge Lula, Dilma e aliados de Temer

Delação de oito executivos da OAS chega ao STF e atinge Lula, Dilma e aliados de Temer. Ministro Edson Fachin ainda vai decidir se homologa ou não a colaboração

O Globo - Carolina Brígido

Depois das delações da Odebrecht e da JBS, que provocaram estragos no mundo político e indignação no país ao revelar esquemas de corrupção arquitetados ao longo dos últimos governos, será revelada a versão de mais uma empresa sobre conchavos feitos com o poder público. Chegou nesta sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) a colaboração premiada de oito executivos da OAS, uma das empreiteiras acusadas de desviar dinheiro de contratos da Petrobras para pagar propina a políticos. O material é extenso e tem conteúdo comprometedor para aliados do presidente Michel Temer, além de atirar nos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

O relator da Lava-Jato no Supremo, ministro Edson Fachin, ainda vai decidir se homologa ou não a colaboração.

Quando todos achavam que a denúncia apresentada contra Temer na última quinta-feira era a última flechada do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a delação da OAS aterrissou no dia seguinte no tribunal para turbinar ainda mais a Operação Lava-Jato. O material foi enviado à mais alta Corte do país porque os delatores falaram de crimes supostamente cometidos por pessoas com direito ao foro privilegiado, como parlamentares e ministros de Estado. Há a expectativa de que integrantes do Judiciário também tenham sido citados.

As provas apresentadas pelos delatores incluem montanhas de papel e mídias com depoimentos gravados. Tudo está protegido por segredo de Justiça. Não há previsão da divulgação do teor da colaboração. Entre os delatores cujos nomes estão em sigilo não está o ex-presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro. Ele está preso por ordem do juiz Sergio Moro, que conduz julgamentos da Lava-Jato na primeira instância. Os depoimentos prestados por ele ao Ministério Público Federal (MPF) ainda são aguardados no STF para os próximos dias.

A delação de Pinheiro promete ser comprometedora especialmente para Lula. Em maio, advogados do executivo apresentaram a Moro uma série de documentos que supostamente comprovariam a execução de obras do tríplex no Guarujá e do sítio em Atibaia, ambos em São Paulo. Os imóveis teriam sido reformados para o uso do ex-presidente.

Antes de as negociações terem sido suspensas, executivos da OAS fizeram acusações contra Lula, dirigentes da campanha de Dilma e contra os senadores tucanos Aécio Neves (MG) e José Serra (SP). Os executivos descreveram pagamentos em dinheiro, sem registro na Justiça Eleitoral, para cobrir despesas da agência Pepper em serviços prestados à campanha de Dilma. Um dos pedidos para custear os gastos teria sido feito pelo ex-ministro Edinho Silva.

Pinheiro também teria relatado pagamento de propina para Oswaldo Borges da Costa Filho, suposto emissário de Aécio Neves. As propinas corresponderiam a 3% do valor das obras executadas pela OAS na construção da Cidade Administrativa, em Belo Horizonte. O executivo teria confessado pagamentos de propina a ex-auxiliares de Serra no período em que ele foi governador de São Paulo. As propinas seriam relativas às obras do trecho sul do Rodoanel.

Temer e o amigo americano



Donald Trump convida Michel Temer para jantar em Nova York. No cardápio, a crise na Venezuela

IstoÉ – Celso Masson

O jantar oferecido por Donald Trump aos presidentes do Brasil, Peru e Colômbia, em Nova York, na segunda feira 18, poderia ser a grande oportunidade para o governo Michel Temer de reivindicar o protagonismo que cabe naturalmente ao País na geopolítica sul-americana. As chances de que isso ocorra, contudo, são limitadas. A crise política, econômica e humanitária pela qual passa a Venezuela, hoje principal foco de instabilidade na região, reúne as condições para ser o tema dominante no encontro. E, nesse assunto, Brasil e EUA divergem de opinião

“O presidente Trump já insinuou que poderia optar pela via militar na Venezuela, o que o governo brasileiro não apoia”, diz Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da FGV em São Paulo. “O que esse encontro poderá trazer de positivo é coordenar as políticas de cada país em relação à Venezuela”, afirma.

O alinhamento dos EUA com o Brasil na questão da Venezuela é estratégico para Trump por várias razões. A primeira diz respeito à posição que o País ocupa na geopolítica por ser a maior força econômica e militar da região. A segunda se refere à responsabilidade brasileira sobre a atual crise venezuelana. Os governos Lula e Dilma apoiaram o ditador Hugo Chávez. Michel Temer, embora condene os abusos de Nicolás Maduro, não criou uma agenda de liderança regional capaz de influenciar os desmandos do vizinho.

Agora, essa janela de oportunidade está se fechando: Temer priorizou reformas, não goza de popularidade e pouco ganharia com uma atuação internacional que se opusesse à cartilha norte-americana. O melhor é tratar Trump como amigo, ouvir seus conselhos e mostrar interesse em cooperar com os vizinhos, ainda que seja com ajuda humanitária.

Desde 1947, quando o diplomata brasileiro Osvaldo Aranha presidiu a Assembleia Geral das Nações Unidas, o Brasil é o primeiro país a discursar na solenidade, que terá início na terça-feira 19. No ano passado, ao discursar por 20 minutos, Temer afirmou que o Brasil quer para o mundo paz, desenvolvimento sustentável e respeito aos direitos humanos.

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