Política : ESCÂNDALO
Enviado por alexandre em 05/09/2017 01:21:18



Todo delator mente, omite, protege e atende a pressões, diz Kakay
Criminalista diz que o MPF 'explodiu' o instituto da delação

Kakay indaga: "Como assim, senhor procurador, a palavra de quem comprovadamente mentiu, tem o mesmo valor da palavra daquele a quem se dava a presunção de veracidade?”

O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, um crítico dos métodos do Ministério Público Federal (MPF) nas investigações da Operação Lava Jato, e também dos acordos de delação premiada afirmou na noite desta segunda-feira (4) que o escândalo de suspeita de corrupção no acordo de Joesley Batista & cia, celebrado com a Procuradoria Geral da República (PGR), começa-se a cumprir o que ele tem há três anos Brasil afora: “Todo delator mente, omite, protege, atende a pressões...”

Na opinião de Kakay “esta delação vai cair e outras virão atrás”, citando delatores como os ex-senadores Sergio Machado e Delcídio Amaral. “Fizeram da delação um ‘negocio’ e perderam o controle” – diz. “Explodiram o instituto, como venho dizendo ha tempos. Tem processos onde todos os denunciados são delatores. Não podia dar certo."

“E agora o Janot vem afirmar que ‘os benefícios caem, mas a palavra do delator continua valendo como prova, ou indício’. Como assim, senhor procurador, a palavra de quem comprovadamente mentiu, tem o mesmo valor da palavra daquele a quem se dava a presunção de veracidade?”, indagou.

Para ele, MPF “explodiu” o instituto da delação “e agora querem fazer dos cacos um mosaico que tenha ares de verdade. Para salvar os processos e inquéritos fadados ao insucesso. Lamentável.”

Ex-procurador da República "vendeu" influência sobre Rodrigo Janot

O ex-procurador da República Marcelo Miller é peça chave da investigação determinada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre a omissão de informações pelos executivos da J&F (JBS) Joesley Batista e Ricardo Saud.

De acordo com despacho de Janot, um dos áudios, gravado em 17 de março de 2017 e intitulado "Piauí Ricardo 3", evidencia que o então procurador Marcelo Miller já negociava com os empresários e afirmava ter influência sobre as decisões do PGR, Rodrigo Janot.

No áudio, Saud afirma que estaria "ajeitando" a situação com Marcelo Miller, mas Janot ressalta que o início das negociações de uma delação premiada com a J&F só teve início dez dias depois dessa conversa.

Janot também chama atenção para o fato de Miller ter pedido a exoneração do cargo no dia 25 de fevereiro, duas semanas antes da conversa, mas com efeitos apenas em 05 de abril, uma semana depois do início das tratativas, quando Miller se apresentou como novo sócio do escritório que iria negociar a delação.

"Essa sucessão de datas é importante porque sugere a participação de então membro do Ministério Público Federal em atividade supostamente criminosa e/ou de improbidade administrativa", diz o despacho.

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