Política : ASAS QUEBRADAS
Enviado por alexandre em 26/08/2017 21:07:59


Caciques tucanos têm desaprovação maior que a de Lula

Aécio, Serra, Alckmin e FHC têm imagem mais desgastada que a do petista; João Doria é menos rejeitado entre todos políticos analisados

O Estado de S.Paulo - Daniel Bramatti, Gilberto Amendola e Pedro Venceslau

A pesquisa Ipsos sobre a percepção dos brasileiros em relação a 27 figuras públicas revela que quatro dos principais caciques do PSDB – Aécio Neves (MG), José Serra (SP), Fernando Henrique Cardoso (SP) e Geraldo Alckmin (SP) – têm hoje a imagem mais desgastada que a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O maior desgaste é o de Aécio, que teve 48,4% dos votos na eleição presidencial de 2014 e hoje tem seu desempenho desaprovado por nove em cada dez brasileiros – resultado que o coloca em situação de empate técnico com o presidente Michel Temer (93%) e o deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (91%), que está preso desde outubro de 2016 e já foi condenado na Operação Lava Jato a 15 anos por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Condenado em um processo e réu em outras cinco ações relacionados à Operação Lava Jato, Lula é desaprovado por dois terços da população, enquanto um terço o vê de forma favorável. Já a desaprovação aos caciques tucanos varia entre 73% e 91%.

Logo a seguir aparece o senador e também ex-candidato a presidente José Serra, que foi ministro de Relações Exteriores no governo Temer durante nove meses. Serra é mal avaliado por 82% da população, segundo o Ipsos. FHC e Alckmin são desaprovados por 79% e 73%, respectivamente.

Também tucano, o prefeito de São Paulo, João Doria, está em situação mais confortável: é o que aparece mais bem colocado entre os políticos avaliados pela pesquisa. Ainda assim, sua taxa de desaprovação (53%) é bem maior que a de aprovação (19%).

A pesquisa não revela os motivos da rejeição aos políticos. Mas a desaprovação a Aécio teve um salto a partir de junho, quando ele foi acusado pela Procuradoria-Geral da República de receber recursos ilícitos do grupo JBS. Na época, o tucano chegou a ser afastado do mandato de senador por decisão liminar do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal.

Serra e Alckmin, cuja desaprovação também aumentou nos últimos meses, foram envolvidos em delações na Operação Lava Jato. O primeiro é alvo de inquérito por suposto recebimento de recursos ilegais da Odebrecht, e também foi acusado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de receber doações da JBS via caixa dois. Já o atual governador paulista foi citado por delatores da Odebrecht como beneficiário de recursos ilícitos.

Serra afirma que suas campanhas sempre foram feitas dentro da lei. Alckmin também nega irregularidades.

Erros em série



Hélio Schwartsman - Folha de S.Paulo

O que surpreende em Michel Temer é a incapacidade de aprender com os próprios erros.

Mesmo depois de quase ter perdido a Presidência devido a um encontro furtivo com Joesley Batista, Temer voltou a marcar reuniões noturnas e fora da agenda com Raquel Dodge, Gilmar Mendes, Aécio Neves...

Diga-se em favor de Temer que ele não está só. Todos estão cansados de saber que é uma roubada fazer comentários desairosos nas redes sociais, mas, ainda assim, seguem produzindo-os em escala industrial. Todos estão cansados de saber que é fria tirar "nudes" em que aparece também o rosto do retratado, mas não abandonam a prática. Será que o presidente e o público em geral não aprendem com erros, nem os seus próprios nem os alheios?

A verdade é que é bem mais difícil aprender com o erro do que gostamos de imaginar. Vários processos cognitivos contribuem para a vulnerabilidade. Um especialmente interessante é a facilidade com que nossas mentes se agarram ao prazeroso ou conhecido. Se você já disse uma bobagem no Facebook e não teve problemas, só se divertiu, é essa a lembrança "afetiva" que o cérebro tende a mobilizar das próximas vezes em que for fazer comentários na rede.

Um experimento recente de neurocientistas da Johns Hopkins mostrou que basta uma memória levemente positiva para capturar e enviesar nossa atenção. Eles pagaram US$ 1,50 para cada objeto vermelho que voluntários identificassem na tela do computador e US$ 0,25 para cada verde. No dia seguinte, instruíram as cobaias a repetir a tarefa, mas desta vez sem que houvesse nenhum tipo de pagamento. Os voluntários continuaram buscando sofregamente as peças vermelhas, mesmo sabendo que não ganhariam nada.

Mecanismos como esse ajudam a explicar os erros em série que cometemos, problemas como o vício em drogas e, vemos agora, até teimosias de nossos políticos.



PSB emitirá nota contra a privatização da Eletrobras


Pasta que propôs a venda da estatal é comandada pelo deputado Fernando Coelho Filho, do PSB de Pernambuco

Época - Coluna Expresso - Nonato Viegas

O PSB, partido do ministro Fernando Coelho Filho (Minas e Energia), emitirá, na próxima semana, nota contrária à privatização da Eletrobras, medida proposta pelo ministério.

Segundo o presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, as bancadas do PSB na Câmara e no Senado cobraram posicionamento da legenda.

"Historicamente, o PSB é contra a privatização da Eletrobras. Fernando Henrique propôs, e Miguel Arraes se opôs", afirmou.

Lembrado que a Pasta é ocupada por um deputado do PSB, Siqueira retrucou:

"Ele não representa o partido, inclusive responde a processo ético dentro da legenda por contrariar decisão partidária de permanecer lá".

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