Mais Notícias : Michel Temer sepulta a política
Enviado por alexandre em 27/07/2017 08:24:19

Michel Temer sepulta a política

Postado por Magno Martins
O Estado de S. Paulo - José Roberto de Toledo



Temer fez o que ninguém conseguiu: transformou a Presidência da República em instituição menos confiável até do que os partidos políticos. Pesquisa inédita do Ibope revela que, de 0 a 100, a confiança dos brasileiros no presidente despencou de 30 para 14, desde 2016. Pela primeira vez, é menor do que a confiança nos partidos. De fato nada é menos confiável aos olhos da população hoje do que quem ocupa a Presidência. E esse nem é o pior problema detectado pelo Ibope.

No último ano, a desconfiança na política em geral bateu todos os recordes – segundo a edição 2017 do Índice de Confiança Social, que o Ibope pesquisa e calcula anualmente desde 2009. Do governo federal às eleições, passando pelo Congresso e pelos partidos, a confiança em quase todas as instituições políticas despencou desde 2016, com exceção dos (recém-eleitos) governos locais. A maioria delas chegou ao seu ponto mais baixo em 2017.

Já é ruim o suficiente porque mostra que, ao contrário do que dizem os políticos, as instituições que eles comandam não estão funcionando – não aos olhos de quem os elege. Mas nem é o tamanho inédito da descrença da população nas estruturas que exercem o poder que mais preocupa. Quando se compara a outras instituições, percebe-se que a crise de confiança não é generalizada. Ao contrário, ela tem foco e sujeito determinado.

Em 2009, a confiança nas instituições políticas era 15 pontos menor do que a confiança média nas demais instituições: 48 a 63. Oito anos depois, a desconfiança na política dobrou, e a no resto ficou praticamente estável. O processo começou com os protestos de junho de 2013, se aprofundou com o impeachment de Dilma e chegou a seu ápice com Temer. Em 2017, o “gap” de confiança nas instituições que envolvem políticos – em relação às demais instituições – chegou a inéditos 35 pontos: 25 a 60.

“Com o descrédito da política, as pessoas estão se apegando na fé e na polícia. Ou seja, nas instituições cuja percepção majoritária da população é que estão fazendo algo para melhorar”, diz a CEO do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari.

De 2016 para 2017, a confiança média no conjunto das seis instituições políticas (governo federal, eleições, Congresso Nacional, partidos políticos, presidente e governos municipais) caiu 15%. Ao mesmo tempo, a confiança nas outras 14 instituições subiu, em média, 8%. Entre as mais confiáveis aparecem igrejas (subiram de 67 para 72), Polícia Federal (de 66 para 70), Forças Armadas (de 65 para 68) e meios de comunicação (de 57 para 61).

Projetando-se esse descompasso de confiança para as eleições presidenciais de 2018, percebe-se onde eventuais candidaturas-surpresa – e até pretensos salvadores da pátria – poderão se apoiar. Não há transposição direta de confiança de instituições para pessoas. Nem todo padre ou pastor será automaticamente um favorito na corrida presidencial. Mas terão influência.

O mesmo vale para militares (vide o crescimento da intenção de voto em Bolsonaro) e policiais federais. E promotores? A confiança no Ministério Público ficou estável em 54 pontos. É maior do que nos políticos, sindicatos e na Justiça em geral, mas menor do que nos bombeiros, policiais e até nos bancos.

Indubitável mesmo pela pesquisa é que quem estiver ligado ao governo federal ou umbilicalmente conectado ao presidente terá muito mais dificuldade para se eleger do que quem estiver contra ele. A falta de manifestações de rua expressivas e de penelaços pode dar a falsa impressão a deputados e partidos governistas de que sustentar Temer no poder não lhes custará tão caro assim. O auto-engano é sempre um atalho para o suicídio político.

Alckmin diz que Doria não o enfrentará em prévias

Postado por Magno Martins às 05:20

Jantar

Folha de S. Paulo - Thais Bilenky

Em jantar com lideranças do PSB, no Palácio dos Bandeirantes, nesta quarta-feira (26), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse esperar que o PSDB entre em 2018 com o seu candidato a presidente definido e que acredita na palavra do prefeito João Doria de que não o enfrentará em prévias.

Segundo relatos de duas pessoas que estavam no encontro, Alckmin se mostrou tranquilo e confiante. O PSB manifestou preocupação com as indefinições do PSDB, e o governador concordou que o seu partido não conseguiu se desviar da crise política, e estão todas as legendas abatidas. Nesse ponto concordaram todos os presentes.

Por conta desse diagnóstico, ele propôs que se formasse um movimento suprapartidário para colocar o país acima de interesses privados com a pauta do emprego e renda como prioridade. Ele também mostrou interesse pelo Nordeste, região onde o PT tem tradicionalmente bom desempenho e que sofre com a crise econômica.

Seus interlocutores interpretaram sua fala como a de alguém que quer se colocar como estadista.

Alckmin deu a entender que não tem expectativa de reunir apoio do PMDB, que pode lançar candidato próprio ou endossar outro nome. Segundo os relatos, o governador avalia que isso seria positivo, pois o candidato levaria o desgaste do governo Michel Temer consigo.

Quando o presidente assumiu, no ano passado, Alckmin defendeu que o PSDB não tivesse ministérios e agora condiciona o apoio à aprovação das reformas econômicas.

Dois dias depois de jantar com lideranças do DEM, que está em disputa com o PSB, o governador tucano fez elogios ao partido de seu vice, Márcio França, que organizou o evento. Além dele, estavam presentes o presidente do PSB, Carlos Siqueira, os governadores Paulo Câmara (PE) e Rodrigo Rollemberg (DF), o prefeito de Campinas (SP), Jonas Donizette, e o ex-governador do Espírito Santo, Renato Casagrande.

O PSB, de modo geral, acredita que o PT terá nome próprio caso o ex-presidente Lula seja impedido de concorrer. Alckmin então elogiou o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que é hoje um plano B do PT para a eleição presidencial. O tucano afirmou que tem boa relação com Haddad e que deve procurá-lo em breve.

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