Regionais : Advogado de Riva mantido como refém por dez horas pede reflexão nos direitos humanos: “Só quem passou sabe como é”
Enviado por alexandre em 25/07/2017 09:11:19

Advogado de Riva mantido como refém por dez horas pede reflexão nos direitos humanos: “Só quem passou sabe como é”



Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto
Advogado de Riva mantido como refém por dez horas pede reflexão nos direitos humanos: “Só quem passou sabe como é”
O advogado do ex-deputado José Riva, Mário Ribeiro de Sá, de 74 anos, que foi mantido como refém por mais de dez horas, junto com a esposa, dentro da sua casa no bairro Jardim Tropical, em Cuiabá, pediu uma reflexão na questão dos direitos humanos e também na segurança. Em entrevista exclusiva ao Olhar Direto, ele ressaltou que “só quem esteve na situação em que eu estive sabe como é”.

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Questionado sobre os momentos de terror pelo qual passou nas mãos dos dois criminosos, que ficaram com facas apontadas para suas cabeças, o advogado preferiu não entrar em detalhes. No momento, ele pretende não continuar a fomentar a história e deixar que ela se desenvolva pelos meios legais.

Em curta declaração ao Olhar Direto, Mário Ribeiro de Sá fez um pedido: “O Brasil tem que refletir sobre duas coisas: segurança e direitos humanos. È uma reflexão que todos têm de fazer, porque só quem esteve na situação em que eu estive é que sabe o quão a questão dos direitos humanos está sendo mal colocada pela sociedade. Quando falo disto, também está envolvida a questão de mudança das leis, é de A a Z. A situação me levou a muita reflexão”.

Por fim, ele ainda parabenizou a preparação e atuação dos policiais militares durante todas as horas de negociação: “Tenho que ressaltar que o trabalho da polícia foi exemplar. Não temos nada a reclamar”, finalizou o advogado. As negociações foram geridas pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) e perduraram por quase dez horas.

Os assaltantes Renato de Miranda, de 31 anos, e Odair de Castro, de 27 anos, afirmaram aos policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) que decidiram roubar pois estavam "passando necessidade" e por isso invadiram a residência do advogado. Minutos antes de ser levado para Central de Flagrantes, Renato beijou a esposa grávida de sete meses que acompanhava o desfecho do roubo e sequestro que ele promovia.

A informação foi divulgada pelo tenente-coronel da PM, Ronaldo Roque, que passou quase dez horas negociando a rendição da dupla e a liberação dos advogados Mário Ribeiro de e Elvira Ribeiro, de 54 anos. Os dois homens invadiram a residência do casal, no bairro Jardim Tropical, por volta das 4h da última sexta-feira (21). Da sacada, a mulher percebeu e acionou a polícia, sendo rendida logo em seguida junto a seu marido.

Segundo checagem realizada pela Polícia Militar, Renato possui passagens por crime de roubo e porte ilegal de arma de fogo. Foi ele quem assumiu a frente nos diálogos e também o que se mostrou mais agressivo, tendo ameaçado os militares por diversas vezes. Da rua, ouvia-se seus gritos, além do barulho da porta da frente, fechada violentamente diante de cada negativa com os negociadores. Odair, por sua vez, possui ainda três passagens criminais.

O tenente-coronel explicou ainda que a dupla estava alcoolizada, fato que prejudicou a negociação, considerando as bruscas mudanças de humor potencializadas pela bebida. Ao longo do procedimento foi exigido pelos criminosos que a imprensa e os policiais militares deixassem o local, em um ciclo exaustivo de avanços e retrocessos junto aos acusados.

No decorrer da ação, os criminosos chegaram a tentar fugir do local levando a dona da casa, Elvira, como escudo humano. Já no início da tarde Renato arrastou a advogada do portão até o meio da rua, onde uma das viaturas estava parada. No entanto diante da impossibilidade de fuga, desistiu e retornou com a vítima para o interior da casa.

Após a rendição, a dupla foi levada para Central de Flagrantes, no bairro Carumbé, na capital. Lá, Renato demonstrou extrema agressividade e chegou a ameaçar um jornalista. Levado para cela, ele gritava para que as algemas fossem retiradas. A dupla vai responder por crimes de cárcere privado, roubo e danos além de danos ao patrimônio público já que durante o transporte para à delegacia, danificaram a viatura da Polícia Militar.

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