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Enviado por alexandre em 25/07/2017 08:59:28

Maioria dos julgados no mensalão tem vida discreta


O ex-ministro José Dirceu chega em sua nova residência, um prédio no bairro Sudoeste, próximo à região central de Brasília (DF)

O ex-ministro José Dirceu, condenado no mensalão

Folha de S.Paulo – Carolina Linhares e João Pedro Pitombo

Em áudio enviado à militância petista no início do mês, José Dirceu diz que segue na luta: "nós vamos retomar o governo do Brasil".

Seu antagonista Roberto Jefferson (PTB), não perdeu a oportunidade de fazer troça: "volta pra Curitiba, Zé, deixa o Brasil em paz".

Na mesma semana, o ex-presidente do PR Valdemar da Costa Neto encontrou-se com Michel Temer em Brasília para articular votos em favor do peemedebista na votação de denúncia por corrupção passiva.

Com atuação nos bastidores, três dos principais protagonistas do mensalão voltaram à cena. Mas são exceções.

Cinco anos após o julgamento do mensalão, a maioria dos 26 condenados leva uma vida discreta. Tirando o publicitário Marcos Valério, 56, todos estão fora da cadeia –parte teve perdão judicial, parte está no regime semiaberto ou prisão domiciliar.

Longe dos holofotes, dividem-se entre os que tentam se firmar novamente nas suas antigas áreas de atuação, os que se aposentaram, os que começaram novos projetos e os que respondem a novas acusações.

Sócios de Valério na agência de publicidade SMP&B, Cristiano Paz, 65, e Ramon Hollerbach, 69, estão no primeiro grupo. Paz, que cumpre pena no semiaberto, trabalha na área comercial do jornal "Estado de Minas". Seu colega Hollerbach cumpre pena no mesmo presídio em Nova Lima (MG) e foi autorizado a sair para trabalhar como consultor de comunicação em uma empresa privada.

Há também quem tenha mudado de ares. José Roberto Salgado, 56, ex-diretor do Banco Rural, recebeu liberdade condicional em dezembro passado e se dedica à criação de touros da raça guzerá em Curvelo (MG).

O ex-deputado federal João Paulo Cunha (PT) concluiu o curso de direito e agora trabalha em um escritório de advocacia e faz pós-graduação em Direito Constitucional em Brasília. José Genoíno, ex-presidente do PT, é instrutor em cursos online ministrados pela Fundação Perseu Abramo.

Valdemar da Costa Neto está por trás da criação de um novo partido, o Muda Brasil, que pode abrigar a candidatura do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) à Presidência.

Cunha, Genoino e Costa Neto tiveram perdão judicial no processo do mensalão.

O ex-deputado José Borba (PMDB) voltou-se para o seu berço político, a cidade de Jandaia do Sul (PR). No ano passado, tentou fazer da mulher prefeita do município, mas ela acabou derrotada.

O único com plano declarado para um retorno à política no curto prazo é Roberto Jefferson. À Folha, disse que será candidato a deputado federal "se a saúde deixar" –ele tem câncer na garganta.

Ex-presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, 56, obteve liberdade condicional no mês passado, e Simone Reis Vasconcelos, 60, ex-funcionária de Marcos Valério, teve a pena extinta em maio, por indulto de Dia das Mães. Ambas se aposentaram.

Pelo menos cinco dos 26 condenados no mensalão estão às voltas com novos processos relacionados à Operação Lava Jato. José Dirceu foi condenado a 11 anos e 8 meses e prisão e recorre em prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica.

O ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, o ex-assessor parlamentar do PP João Cláudio Genu e o empresário Enivaldo Quadrado também foram condenados, mas recorrem em liberdade.

Pedro Corrêa, ex-deputado federal, foi condenado a 20 anos de prisão e cumpre pena em regime fechado. Mas desde março está em prisão domiciliar em decorrência de uma cirurgia na coluna. Ele fez delação premiada, mas aguarda homologação do STF (Supremo Tribunal federal).

Duda Mendonça, réu absolvido no mensalão, confessou o recebimento de caixa dois da Odebrecht na campanha de Paulo Skaf (PMDB) em 2014. Sua agência de publicidade segue ativa, mas só atende empresas privadas. Na última eleição, o marqueteiro não assessorou ninguém.

Lava Jato: investigados abrem mão de foro privilegiado



Folha de S. Paulo – Camila Mattoso e Letícia Casado

Alvos da Lava Jato, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) (foto)e o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) (foto) tentaram uma estratégia inusitada no STF (Supremo Tribunal Federal): pediram para "abrir mão" do foro privilegiado com o objetivo de remeter para a primeira instância os inquéritos abertos com base na delação da Odebrecht.

A PGR (Procuradoria-Geral da República), responsável pelos pedidos de investigação, afirmou em manifestação no caso de Lorenzoni que o foro é "irrenunciável" –ela ainda não se manifestou sobre a solicitação de Ferraço.

O senador pediu formalmente que as investigações fossem remetidas à primeira instância de seu Estado, apesar de a Lava Jato estar concentrada na 10ª Vara da Justiça Federal do Paraná, sob o comando do juiz Sergio Moro.

Ferraço enviou pedido assinado por ele mesmo. Além de renunciar ao foro ele pede que, na hipótese de seu caso permanecer sob análise do STF, que ele seja redistribuído para outro ministro que não Edson Fachin, relator das investigações da Lava Jato.

Os dois parlamentares usaram argumentos semelhantes para pedir a renúncia: o artigo 5º da Constituição, que determina que "todos são iguais perante a lei" e o relatório do ministro Luís Roberto Barroso na ação que discute limitar o foro privilegiado para os presidentes dos Poderes.

A ação que discute o alcance do foro começou a ser debatida no plenário do STF no fim de maio, mas o ministro Alexandre de Moraes pediu mais tempo para analisar o caso. Quatro dos 11 ministros já votaram a favor da restrição, mas não há prazo para Moraes devolver o processo à pauta de votações do plenário.

Além dessa ação que tramita no STF, o Senado já aprovou em segundo turno uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que põe fim ao foro privilegiado para parlamentares e outras autoridades. Os parlamentares também afirmam que as investigações da Lava Jato no tribunal estão lentas.

SELO LAVA JATO

Políticos têm adotado o discurso de que ao terem casos redistribuídos para outros ministros não são mais alvos da Lava Jato. No documento, Ferraço afirma que a extinção do foro "será, então, capaz de promover maior celeridade no processamento e julgamento dos casos pelos tribunais superiores".

Delatores da Odebrecht disseram ter pago R$ 400 mil para sua campanha ao Senado em 2010, quando Ferraço disputou a eleição pelo PMDB. Ele nega.

Já os advogados de Onyx Lorenzoni, que relatou na Câmara o pacote do Ministério Público de projetos contra a corrupção, alegaram que o STF já tem muito processo para julgar e citaram dados da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros). Segundo a associação, desde 1988, apenas 4,6% das ações penais abertas no STF foram julgadas.

A defesa destacou que os inquéritos abertos na primeira lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em 2015, "até o momento não observaram andamento compatível com a celeridade processual necessária". Desde 28 de junho o inquérito de Onyx está com a PGR. As diligências da PF ainda não foram concluídas. Delatores disseram que Onyx recebeu R$ 175 mil por meio de caixa dois, o que ele nega.

Em março a Folha mostrou que da primeira lista de Janot apenas 8% dos 50 políticos investigados haviam se tornado réus por decisão do STF.


2018: DEM prepara texto sobre a crise

Postado por Magno Martins

Sob o olhar receoso dos que miram 2018, DEM consulta economistas e prepara texto sobre a crise

Folha de S. Paulo - Por Painel



Em meio a uma operação que pode quase dobrar o tamanho de sua bancada na Câmara, o DEM corre para preencher com algum conteúdo sua nova forma.

o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ) (foto), à frente — passaram as últimas semanas consultando economistas sobre o impacto da crise econômica e de medidas do governo Dilma Rousseff no “Brasil real”. A ideia é empacotar todas as informações em um livro, a ser lançado já sob a ótica da nova legenda.

O DEM também quer lançar um novo programa partidário. Vai defender o empreendedorismo e a simplificação tributária.

Na tentativa de acalmar aliados, o DEM apresenta ao gosto do interlocutor as vantagens de seu crescimento. Em conversas com integrantes do governo destacou a tese de que, se chegar a uma bancada de 50 deputados, terá tamanho suficiente para superar o peso do PSDB na base aliada.

Ao PSDB, parceiro eleitoral do DEM há mais de uma década, a sigla tem ressaltado que, unidos, os dois partidos somariam quase 100 parlamentares, tornando-se uma força que jamais poderia ser ignorada.

Os dirigentes da sigla que desembarcaram em São Paulo para falar com o governador Geraldo Alckmin negam que a tentativa de robustecer o DEM seja uma ameaça. “Não estamos preocupados em ser maiores do que A, B ou C”, afirma o presidente do partido, Agripino Maia (DEM-RN).

Procuradores traçam caminho da propina até Geddel

Postado por Magno Martins

Folha de S.Paulo

Procuradores do Ministério Público Federal no Distrito Federal tentam identificar o "caminho da propina" supostamente destinada ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), preso em regime domiciliar.

O peemedebista é investigado pela suspeita de integrar esquema que operava a liberação de recursos do FI-FGTS a empresas em troca de propina. As informações sobre como Geddel recebia e administrava dinheiro ilícito deverão embasar uma denúncia.

O MPF trabalha agora na apresentação da primeira denúncia contra Geddel, concentrada em obstrução de Justiça, por suposta pressão do ex-ministro para que o empresário Lúcio Funaro não firmasse delação premiada.

A investigação do "caminho da propina" forneceria base para segunda denúncia com base em corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Segundo os procuradores, Geddel e o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) atuavam para agilizar liberações de recursos do FI-FGTS em troca de recursos ilícitos. O fundo de investimentos utiliza recursos do FGTS e é operado pela Caixa, que teve Geddel como vice-presidente entre 2011 e 2013.

Funaro, apontado como operador do esquema, contou à Polícia Federal ter repassado R$ 20 milhões em espécie a Geddel a título de propina. Os investigadores querem saber, agora, que destinação Geddel dava para o dinheiro. A ideia é detalhar a rede de operadores financeiros, empresas e eventuais contas bancárias que teriam sido abastecidas.

Pessoas ligadas à investigação dizem que os próximos depoimentos de Funaro à Justiça Federal e as informações que ele deverá repassar em sua delação poderão detalhar esse "caminho da propina".

Além das informações de Funaro, os investigadores deverão cruzar dados já obtidos pela Operação Lava Jato para rastrear o dinheiro que teria sido repassado a Geddel.

OUTRO LADO

O advogado de Geddel Vieira Lima, Gammil Föppel, disse, em nota, que Geddel "rechaça, enérgica e categoricamente, o recebimento de qualquer vantagem indevida por parte do senhor Lúcio Funaro ou de qualquer outra pessoa, tanto durante sua gestão na vice-presidência da Caixa Econômica Federal, quanto em qualquer outro período da sua vida".

Caruaru perde seu brilho

A prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), não fez o São João das tradições da cidade. Trata-se de uma festa que é, na verdade, o teste de fogo para o gestor. Capital do forró, Caruaru passa o ano inteiro se preparando para os festejos juninos, algo muito parecido com Olinda, que vive em torno do Carnaval.

São duas festas que movimentam a economia, geram milhares de empregos diretos e indiretos e estão, por isso mesmo, no calendário oficial dos grandes eventos que atraem turistas do mundo inteiro. Enquanto Olinda disputa com Salvador, a rival de Caruaru é Campina Grande.

E a constatação que se viu, por parte do Ministério do Turismo, é que Campina Grande, depois de muitos anos sem a luz e sem o brilho, conseguiu superar Caruaru em atrações, público e espaço na mídia. A prefeita deu a sua contribuição. No principal dia, 24 de junho, a principal atração da festa foi um DJ.

Nada contra Alok, que faz a cabeça da garotada, mas nunca se viu na história de Caruaru a música eletrônica se sobrepor ao autêntico forró pé-de-serra. Mas tem gosto para tudo e a tucana deve ter lá suas razões de importar um DJ de Goiás a um cachê vultoso, uma bagatela: R$ 180 mil. Tem gosto para tudo, volto a repetir.

Mas o pior é o saldo negativo rastreado pela mídia com relação ao pagamento dos cachês em abertos. Não sei se o Alok já saiu de Caruaru com os R$ 180 mil no bolso, mas muitos artistas da terra, que não têm direito a subir no palco principal da festa, o Pátio do Forró, mas nos alternativos em bairros periféricos, ainda estão adulando a Prefeitura para ter direito a vera cora do cachezinho não mixuruco.

MUDANÇAS– No debate sobre o novo Código de Processo Penal (CPP) na Câmara, deputados discutem mudanças nas regras de delação premiada, prisão preventiva e condução coercitiva, além da revogação do entendimento de que as penas podem começar a ser cumpridas após a condenação em segunda instância. As medidas, que em parte se tornaram pilares da Operação Lava Jato, costumam ser alvo de críticas dos parlamentares. O MPF atribui à colaboração premiada importância significativa para o sucesso da operação e considera que ações para rever os acordos têm por objetivo enfraquecer as investigações.

Governador, senador ou vice– Pelas andanças e o volume de recursos que tem liberado para o Estado em pouco mais de um ano no Ministério da Educação, Mendonça Filho é candidatíssimo a governador, segundo uma fonte bem próxima ao ministro. Uma candidatura ao Senado também não está descartada nem tampouco a indicação do seu nome, pelo DEM, para compor a chapa como vice do candidato a presidente da República que venha a bater o martelo numa aliança com o Democrata.



Sem sinal de majoritário- O fato do deputado Jarbas Vasconcelos não ter optado ainda por andanças pelo Interior do Estado pode ser um indicativo de que não esteja muito animado para entrar numa disputa pelo Senado. Dos pré-candidatos a senador, o que tem mais se movimentado, na verdade, é o Sílvio Costa, presidente estadual do PTdoB, que ontem contestou a versão de que estaria apenas buscando apenas espaço na mídia para sua reeleição. “Estou construindo uma candidatura ao Senado por causa das boas línguas, que não sabem onde quero chegar”, afirmou.

Roubalheira em Carpina– Os desvios praticados pelas empresas de fachada que adulteravam licitações para compra de alimentos às escolas em alguns municípios podem chegar a R$ 40 milhões. Segundo Walter Martins, auditor do TCE, a quantidade dos produtos contratados para a Câmara Municipal de Carpina, por exemplo, aumentou subitamente, o que serviu como uma das bases para a investigação. "De um ano para o outro, o consumo anual de açúcar subiu de 60 quilos para uma tonelada. O café subiu de 11 quilos para mais de 700. No local, nem havia espaço suficiente para armazenar esses produtos”, disse Walter.

Chapéu e gibão do pai– Com o projeto de sair das urnas como o federal mais votado do Estado em 2018, o jovem João Campos (PSB), filho do ex-governador Eduardo Campos, soube fazer bem feito o marketing como representante do governador Paulo Câmara na Missa do Vaqueiro, em Serrita, domingo passado. “Montado num cavalo, usei o chapéu de couro e o gibão que eram do meu pai para acompanhar a celebração da missa”, narrou ele, emocionado, em sua página nas redes sociais. Por onde passou, em meio a grande multidão, foi o “rei” das selfies entre os eleitores jovens.



CURTAS

HOMENAGENS– São José do Belmonte, no Sertão Central, realizou, no último final de semana, uma série de homenagens ao imortal Ariano Suassuna, em razão dos três anos de "encantamento" do escritor, entre elas a encenação do Auto da Compadecida. João Suassuna, neto de Ariano, representou a família. "Belmonte está marcada no coração de muitos brasileiros. Isso é prova do legado de Ariano. Nós, familiares e amigos, temos como missão levar adiante”, destacou.

NA FRENTE– Recife é a primeira cidade do Nordeste a aderir à transferência da administração da orla, que, por 20 anos, deixa de ser da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e passa a ser da Prefeitura, por meio da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano do Recife. A formalização se deu, ontem, na presença dos secretários de Mobilidade e Controle Urbano, João Braga, e de Patrimônio da União, Sidrack Correia. Caberá ao município a responsabilidade de autorizar e firmar contratos de permissão de uso e cessão de uso nas praias.

Perguntar não ofende: Quantas lorotas Lula vai contar depois da de ontem, quando disse que a propina que recebeu é invenção de empresários?

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