Mais Notícias : Lira: cenário na CCJ é julgamento pró-Temer
Enviado por alexandre em 28/06/2017 08:33:11

Lira: cenário na CCJ é julgamento pró-Temer



Líder do PP e ex-presidente da CcJ critica denúncias "fatiadas"

Do Diário do Poder



A maioria dos integrantes da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), que fará a análise inicial sobre a admissão ou não do processo contra Temer no Supremo Tribunal Federal (STF), deve deixar em segundo plano a gravidade da denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer (PMDB). O motivo é a alegada estratégia política do chefe da PGR, Rodrigo Janot, de “fatiar” a denúncia com o suposto objetivo de desgastar, politicamente, o presidente. A conclusão é do deputado federal Arthur Lira (PP-AL), integrante e ex-presidente da CCJ, que afirmou nesta terça-feira (27) existir um cenário inicialmente favorável a Temer, na Câmara dos Deputados.

Apesar da necessária análise jurídica, Arthur Lira considera que o teor da denúncia de Janot e a reação do pronunciamento de Temer soaram como “chutes na canela” que podem resultar no represamento da análise da Câmara, à espera das outras denúncias prometidas pela PGR, feitas com base nos acordos de delação premiada firmados por Joesley Batista e outros executivos da J&F, controladora do frigorífico JBS.

Outra hipótese é a politização do debate apressar a votação e livrar Temer do processo. Ao narrar o cenário do momento, o deputado federal alagoano pondera, por admitir ser difícil antecipar como será na CCJ, que tem 60 membros titulares e 60 suplentes. Muito menos no imprevisível Plenário da Câmara

“Mas, as contas dão aparentemente, a princípio, por uma maioria tranquila para o presidente, em receber denúncia. Na minha visão, o procurador, se tivesse apresentado a denúncia de uma vez só, talvez tivesse mais chance, a princípio, do que com a tese que ele adotou aí, de fazer fatiamento, para fazer desgaste político. Isso pode ter duas consequências, ou a Câmara pode represar, lá – ou seja, não trata de nada, até que ele mande as outras [denúncias] que ele disse que vai mandar – ou, julga logo. A chance de plenário é uma coisa meio doida. Você sabe como é o plenário da Casa. Mas, na CCJ, a princípio, a tese é de não receber”, avaliou Arthur Lira, ao ser provocado pelo Diário do Poder.

Para Arthur Lira, a maioria de seus colegas de Câmara entendem que a questão ganhou um tom muito político. Ainda mais com as ilações presentes no discurso de Temer, que atacou Rodrigo Janot, sugerindo que o procurador-geral da República tenha recebido parte dos 27 milhões de dólares que teriam sido pagos ao ex-vice-procurador Marcelo Miller, que passou a trabalhar no escritório de advocacia contratado pela JBS, quando deixou a PGR em março deste ano, após integrar a força-tarefa da Operação Lava Jato.

“A fala do presidente, hoje, fazendo ilação de que o assessor do Janot recebeu 27 milhões de dólares, sem cumprir quarentena, para ser advogado da JBS, que fez esse acordo... Ficou muito política a coisa. Deu um tom muito de chute na canela de um lado e chute na canela de outro. E isso deve ser tratado politicamente, mais do que juridicamente, entendeu?”, concluiu Arthur Lira.

Página de impressão amigável Enviar esta história par aum amigo Criar um arquvo PDF do artigo
Publicidade Notícia