Regionais : PGR considera leviana reportagem sobre perseguições a adversários de Janot
Enviado por alexandre em 17/06/2017 21:22:27

PGR considera leviana reportagem sobre perseguições a adversários de Janot

Objetivo da matéria seria tumultuar sucessão na PGR, diz nota


"O procurador-geral da República não tem preferências políticas", diz a nota.

A Procuradoria-Geral da República divulgoiu nota criticando reportagem da revista IstoÉ, que divulgou conversa telefônica gravada pela Polícia Federal, sob autorização judicial, mostrando procuradores mencionando “perseguições” do procurador-geral Rodrigo Janot contra colegas que já fizeram opção pelo nome de Raquel Dodge para sucedê-lo. Para a PGR, a reportagem é “leviana” e objetiva tumultuar o processo de elaboração da lista tríplice para a escolha do próximo chefe do Ministério Público da União, além de “desgastar a imagem do Procurador-Geral da República em meio às mais graves investigações sobre corrupção já vistas na história do Brasil.”

A PGR também nega “perseguição” ao procurador Ângelo Goulart, um dos interlocutores gravados (por ser investigado). Ele está preso "por grave risco à investigação da operação Greenfield, como comprovado por meio de ação controlada. Os fatos são objeto de denúncia contra ele e o advogado Willer Tomaz de Souza, oferecida pela Procuradoria Regional da República da 3a Região." Também nega perseguição a parlamentares. É que a reportagem menciona suposta retaliação ao senador José Agripino (RN), presidente nacional do DEM, pelo fato de o político haver assumido o compromisso de apoiar Raquel Dodge. “O procurador-geral da República não tem preferências políticas, não atua contra ou a favor de nenhum político ou partido. Deve obediência à Constituição e às leis, normativos que dão norte à sua atuação.



A nota
Leia a íntegra a nota da Procuradoria Geral da República:


“A leviana matéria da revista Istoé ("O jogo político de Janot") tem como único objetivo tumultuar o processo de elaboração da lista tríplice para a escolha do próximo chefe do Ministério Público da União e desgastar a imagem do Procurador-Geral da República em meio às mais graves investigações sobre corrupção já vistas na história do Brasil.

A matéria vale-se de ilações fantasiosas, tendenciosas e alimentadas por interesses espúrios, de deplorável conteúdo difamatório, muito distanciado da boa prática jornalística. É, sobretudo, um vil ataque à autonomia do Ministério Público, com a clara intenção de interferir na escolha a ser feita nos próximos dias sobre quem será responsável pelo destino do MPU nos próximos dois anos.

Esclarece a PGR que a divulgada conversa entre os membros do MPF não está mencionada no auto circunstanciado (relatório) da PF, juntado ao processo que hoje se encontra no Tribunal Federal da 3ª Região. Trata-se de conversa privada, irrelevante para a apuração dos graves crimes revelados nos autos.

Deliberadamente, a revista omitiu as informações da PGR acerca dos fatos que estavam em apuração, apesar de a resposta ter sido enviada dentro dos prazos jornalísticos estipulados pelo veículo de comunicação.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pauta-se por uma atuação técnica, no estrito rigor da lei, tanto na esfera judicial quanto na administrativa. Espera ser sucedido por qualquer um dos três integrantes da lista tríplice a ser enviada ao presidente da República, conforme anseio dos membros do MPF de todo o país.

É descabida a afirmação de que houve perseguição ao procurador Ângelo Villela. O membro do MPF teve prisão decretada pelo STF por grave risco à investigação da operação Greenfield, como comprovado por meio de ação controlada. Os fatos são objeto de denúncia contra ele e o advogado Willer Tomaz de Souza, oferecida pela Procuradoria Regional da República da 3a Região.

Da mesma forma, não há perseguição a parlamentares. O procurador-geral da República não tem preferências políticas, não atua contra ou a favor de nenhum político ou partido. Deve obediência à Constituição e às leis, normativos que dão norte à sua atuação. O STF, pelo seu Ministro Relator ou pelo Colegiado, avalia todas medidas requeridas pelo PGR, na forma constitucional vigente.

A Procuradoria-Geral da República, repudia, por fim, a impressionante e não menos leviana versão de que sua atuação tenha sido motivada por suposto apoio de políticos a candidatos à sucessão do PGR. Os indícios de fatos criminosos é que orientam as investigações do Ministério Público Federal. A Instituição não dá e nem dará tratamento diferenciado para investigados por estes terem ou deixarem de ter ligação de qualquer espécie com membros da Instituição.”


Moreira Franco diz que Joesley tem 'desenvoltura e ousadia em mentir'

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, divulgou nota neste sábado, 17, rebatendo as acusações do empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F. Em entrevista à revista Época, o executivo afirmou que Moreira faria parte de uma "organização criminosa".

"É surpreendente a ousadia e a desenvoltura em mentir do contraventor Joesley Batista. Estive com ele uma única vez, em um grupo de brasileiros, numa viagem de trabalho em Pequim, ocasião em que me foi apresentado. E nunca mais nos encontramos. Seu juízo a meu respeito é o de quem quer prestar serviço e para tal, aparenta um relacionamento que nunca existiu", diz a nota de Moreira Franco, na íntegra.

Temer

Na entrevista, Joesley Batista afirma que o presidente Michel Temer é "chefe de organização criminosa" e que "quem não está preso está hoje no Planalto", citando diretamente Moreira Franco e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Mais cedo, o presidente Temer disse por meio de nota que irá processar o empresário.

Lula e PT

Joesley destacou também que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT "institucionalizaram a corrupção no Brasil". Em uma entrevista que durou mais de quatro horas e rendeu reportagem de 12 páginas à revista, o empresário contou detalhadamente quem, como e quando se institucionalizou a corrupção do País. "Foi do governo do PT para frente. O Lula e o PT institucionalizaram a corrupção", disse Batista ao ser perguntado pela revista quando o processo começou, ressaltando, contudo, que "o modelo do PT foi reproduzido por outros partidos".

De acordo com o dono da JBS, "o que houve no Brasil foi a proliferação de organizações criminosas". Segundo Batista, houve criação de núcleos, com divisão de tarefas entre os integrantes, em Estados, ministérios, fundos de pensão, bancos, BNDES.

Defesa de Lula

O advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins, comentou as acusações de Joesley Batista contra o petista. Em comunicado à imprensa, Martins afirmou que Batista "foi incapaz de apontar qualquer ilegalidade cometida, conversada ou do conhecimento do ex-presidente".

"A entrevista de Joesley Batista tem que ser entendida no contexto de um empresário que negocia o mais generoso acordo de delação premiada da história. Mesmo nesse contexto, Batista foi incapaz de apontar qualquer ilegalidade cometida, conversada ou do conhecimento do ex-presidente Lula. Considerações genéricas e sem provas de delatores não podem ser consideradas como dignas de crédito e não têm qualquer valor jurídico", afirmou.

Questionado sobre os motivos pelos quais não gravou conversas comprometedoras com o ex-presidente também, Joesley Batista afirmou que nunca tratou, diretamente, de propina com Lula. "Nunca tive conversa não republicana com o Lula. Zero. Eu tinha com o Guido. Conheci o Lula no final de 2013", explicou ao fazer referência ao ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega.

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