Regionais : As 7 revelações mais curiosas das delações
Enviado por alexandre em 13/05/2017 22:01:02

As 7 revelações mais curiosas das delações


O marqueteiro João Santana e sua mulher, Mônica Moura (Paulo Lisboa/Folhapress)

Dos apelidos de Lula e Dilma a Delcídio e João Santana nus dentro de uma sauna, os momentos mais inusitados dos relatos dos marqueteiros

Veja Online - da redação

As delações premiadas do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura miraram nomes estrelados da era petista no Palácio do Planalto, como os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, e os ex-ministros da Fazenda Antonio Palocci e Guido Mantega, além de prefeitos e senadores do PT que tiveram a assinatura de Santana em suas campanhas.

Além de histórias cabeludas de nomes de peso do petismo, os relatos do casal ao Ministério Público Federal, todos registrados em vídeo, também são pródigos de momentos inusitados e curiosos.

Confira abaixo alguns deles:

PT: Pavarotti e Tia

Mônica Moura relatou ao Ministério Público Federal que João Santana pedia a ela para evitar anotar nomes de políticos em sua agenda. Foi assim que nasceram os apelidos citados pela marqueteira em sua delação premiada: Lula era conhecido entre o casal como “Pavarotti” por ostentar barriga saliente e barba volumosa; Antonio Palocci era chamado de “Mineiro” por sua personalidade discreta; Juscelino Dourado, ex-assessor de Palocci, ficou conhecido como “Madre” por ser “religioso, certinho, tipo coroinha de Igreja”; Guido Mantega acabou infamemente apelidado de “Laticínio” e Dilma Rousseff, nomeada singelamente como “Tia”.

Pelado com a mão no bolso

João Santana narra que, em 2002, o ex-senador Delcídio do Amaral o chamou até sua casa, em Campo Grande (MS), e lá pediu ao publicitário que assumisse o marketing de sua campanha ao Senado. Lá pelas tantas, Delcídio achou por bem convidar Santana a uma visita à sauna da residência, onde poderiam negociar mais à vontade. Foi lá que o então petista, já sem roupas, passou a consultar João Santana sobre como seria sua remuneração. “Talvez ele tivesse receio de que eu pudesse ter alguma coisa para gravar. Ele começou a conversar ‘esse pagamento tem que ser oficial? Não oficial? Qual é o custo?”, relatou.

A secretária paga

Segundo Mônica Moura, a ex-presidente Dilma Rousseff ficou impressionada com os serviços prestados pelo cabeleireiro Celso Kamura durante as eleições de 2010 e, depois de eleita, passou a requisitar a presença dele em Brasília com frequência.

As primeiras quatro diárias de Kamura no Palácio da Alvorada, que custaram 1.500 reais cada, no entanto, não foram pagas nem por Dilma, nem por Mônica, nem pelo sofrido contribuinte brasileiro. De acordo com a delatora, quem coçou o bolso e desembolsou os 6.000 reais foi Marly, uma das assessoras da petista, que tirou o valor das próprias economias.

Responsável pelo custeio dos penteados de Dilma assinados por Celso Kamura entre 2010 e 2014, Mônica garantiu ter reembolsado a funcionária por meio de depósitos bancários.

Um baiano muito suspeito

Mônica Moura e André Reis Santana, funcionário dela e do marqueteiro João Santana, relataram em suas delações premiadas o roubo de uma mala recheada com 1,5 milhão de reais em dinheiro vivo, supostamente pago pela Odebrecht como caixa dois da campanha de Dilma Rousseff em 2014. A bagagem foi roubada de dentro do táxi em que auxiliar dos marqueteiros embarcou depois de coletar a pequena fortuna. Segundo Santana, dois carros interceptaram o táxi e desceram deles homens vestidos de preto. Os bandidos exigiram que ele os acompanhasse e pegaram a mala no porta-malas.

Como o dinheiro havia sido entregue a André Santana em um hotel de São Paulo pelo lobista Fernando Baiano e só os três sabiam da operação, Mônica disse ter desconfiado de uma provável armação de Baiano. Segundo a delatora, o operador a orientou a não comunicar o roubo ao diretor do departamento de propinas da Odebrecht, Hilberto Mascarenhas, e garantiu a ela que o dinheiro seria reposto – o que nunca aconteceu integralmente.

Feira? Eu?

Cliente frequente dos serviços do departamento de propinas da Odebrecht, encarregado de fazer pagamentos de caixa dois pela empreiteira no exterior, Mônica Moura era conhecida dentro da empresa pelo apelido de “Feira”, referência à cidade onde ela nasceu, Feira de Santana (BA), e ao sobrenome de seu marido, o marqueteiro João Santana.

Em sua delação premiada, contudo, Mônica relatou que Fernando Migliaccio, um dos principais operadores dos pagamentos ilícitos da Odebrecht, escondeu dela o significado do apelido nas planilhas de caixa dois da empreiteira.

“‘A gente aqui tem apelidos, Feira é uma modalidade de pagamento. Toda vez que é campanha presidencial, é via Feira, quando é campanha de deputado, que a gente ajuda bastante, tem outra modalidade'”, teria dito a ela Migliaccio, em um encontro em que a mulher de Santana notou a palavra em um documento e quis saber do que se tratava.

Mônica confiava tanto no executivo, responsável pelo envio de milhões de dólares a uma conta mantida pelo casal na Suíça, que duvidou até dos rumos da investigação da Lava Jato, mas jamais da palavra de Migliaccio. “Quando fui presa e comecei a ouvir um burburinho de ‘você é Feira, você é Feira’, eu lembrei disso e pensei ‘gente, isso não é verdade, eles estão indo pelo caminho errado, esse não é o apelido de ninguém'”, relatou.

Iolanda gosta de vinhos e rascunhos

Ao elaborar o codinome do e-mail fictício [email protected], criado para comunicação emergencial entre Dilma Rousseff, Mônica Moura e João Santana, a ex-presidente se inspirou no nome de Iolanda Costa e Silva, mulher do ex-presidente Costa e Silva. Nos e-mails, que nunca eram enviados, mas salvos na página de rascunhos, Dilma se valia de metáforas para informar o casal de marqueteiros sobre o avanço da Operação Lava Jato. “O seu grande amigo está muito doente. Os médicos consideram que o risco é máximo, 10. O pior é que a esposa, que sempre tratou dele, agora está com câncer e com o mesmo risco. Os médicos acompanham os dois, dia e noite”, escreveu a petista ao alertá-los de que a prisão era questão de tempo.

Ainda mais inusitadas que as metáforas dilmistas eram as mensagens mandadas por seus assessores aos celulares de Mônica e Santana como senhas para que eles acessassem o tal e-mail: “Veja aquele filme”, “Gostei do vinho indicado”.

No jardim ninguém ouve

Mônica Moura contou aos procuradores do Ministério Público Federal como Dilma preservava o sigilo ao tratar de assuntos ilícitos no Palácio da Alvorada. Enquanto uns preferem negociatas em saunas, como o ex-senador Delcídio do Amaral, a ex-presidente optava por abordar temas tenebrosos durante passeios sutis no jardim da residência oficial da presidência. “Precisamos manter contato frequente de uma forma segura para que eu lhe avise sobre o andamento da operação [Lava Jato]. Estou sendo informada de tudo frequentemente pelo José Eduardo Cardozo [então ministro da Justiça]”, disse Dilma a Mônica em uma destas caminhadas.



Governo em busca de reformas

No primeiro ano da gestão Temer, ontem, não houve comemorações, mas se há algo que merece reconhecimento é a sua capacidade de resistir e sua obsessão pelas reformas. Ao falar das suas realizações, o presidente enfatizou as ações de sua gestão e ressaltou reformas defendidas pelo Governo e que tramitam no Congresso, como a da Previdência e a trabalhista. Sem fazer referência direta à antecessora, Dilma Rousseff, Temer disse que pegou o País com "gastos excessivos" e falta de diálogo entre Executivo e Legislativo.

O presidente Temer assumiu, ainda interino, em 12 de maio de 2016, após o Senado aceitar a admissibilidade do processo contra Dilma. No discurso desta sexta, o presidente disse que, inicialmente, devia "colocar o País em ordem". "Era preciso, em primeiro lugar, colocar o País em ordem. Era preciso estabelecer o diálogo, que antes não havia. Aliás, foi dessa ausência de diálogo que decorreu essa dificuldade, no passado, de governar. Faltava entrosamento entre executivo e legislativo. Faltava pacificar o País", afirmou.

"Nós não queremos brasileiros contra brasileiros. Queremos brasileiro com brasileiros. Isso é o que eu quero enfatizar", completou. Segundo ele, os resultados de seu Governo começam a aparecer. “O desemprego, que é a pior herança de uma época de gastos descontrolados, começa a ceder. Não temos dúvidas, e temos verificado várias análises, que otimismo começa a transparecer na fala e no gesto do povo brasileiro”, disse.

O presidente disse ainda que a economia dá sinais de retomar o crescimento e que, na avaliação dele, este segundo ano de mandato resultará em um País "reestruturado e mais feliz". "Esse ano teve saldo positivo, podem acreditar. O Brasil está retomando o caminho do crescimento, agora é seguir em frente. Estou seguro que, ao completar o segundo ano de governo teremos um País reestruturado e mais feliz", afirmou.

O presidente também aproveitou a fala para defender a aprovação das reformas propostas pelo Governo ao Congresso. Ele comemorou ter conseguido fixar um teto para os gastos públicos ainda no ano passado e destacou as mudanças na legislação trabalhista com a aprovação do projeto de terceirização. Ainda seguem em tramitação as reformas trabalhista, no Senado, e a da Previdência, que ainda precisa passar pelo crivo da Câmara.

DILMA BRECOU LULA– Uma das responsáveis pelo marketing da última campanha presidencial do PT, a publicitária Mônica Moura contou à Procuradoria Geral da República (PGR) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve um "estremecimento" com a então presidente Dilma Rousseff, em 2014, porque ele "queria ser o candidato" ao Palácio do Planalto, e a petista "não aceitou". Em um de seus depoimentos do acordo de delação premiada com o Ministério Público, a marqueteira relatou conversas que o sócio e marido dela, o publicitário João Santana, mantinha com Dilma nos meses que antecederam a disputa eleitoral daquele ano.

Tucano fechado com Câmara– Presidente do PSDB, partido que está rompido com o Governo do Estado, o deputado Antônio Moraes contrariou, ontem, a sua legenda ao defender, ardorosamente, a reeleição do governador Paulo Câmara. Em fala no seminário “Pernambuco em ação”, na cidade de Carpina, Moraes disse, de forma enfática, que Câmara merece ser reeleito. “O governador fez o ajuste fiscal, equilibrou as finanças do Estado e tem obras espalhadas em todos os recantos de Pernambuco”, afirmou. Em Palmares, onde o governador terá, hoje, a segunda etapa da Zona da Mata, o líder tucano deve repetir a dosagem.

Transparência nota 10 – Repetindo o êxito de 2015, Serra Talhada alcançou nota dez em transparência pública, segundo a 3ª edição da Escala Brasil Transparente (EBT), divulgada pelo Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU), ontem, em Brasília. Em Pernambuco, além de Serra Talhada apenas Recife e São Vicente Férrer obtiveram nota máxima no ranking. A metodologia da Escala Brasil Transparente avalia o cumprimento da Lei de Acesso à Informação (LAI) nos estados, Distrito Federal e 2.328 municípios brasileiros. “Fazemos da transparência o lema da nossa gestão”, disse o prefeito Luciano Duque (PT).

Sistema Siriji– O presidente da Compesa, Roberto Tavares, diretores e técnicos da companhia visitaram, ontem, as obras da Adutora do Siriji, em Vicência. O empreendimento está sendo executado pelo Ministério da Integração Nacional e vai levar água por meio de uma adutora, com 37 km de extensão, para 107 mil pessoas nas cidades de Surubim, Bom Jardim, Orobó e João Alfredo. Foram investidos R$ 33 milhões na obra, cujo projeto foi elaborado pela Compesa, que também presta apoio técnico na fiscalização dos serviços. Após a conclusão da obra, a companhia será responsável pela operação da adutora.

Foco no turismo– A prefeita de Ipojuca, Célia Sales (PTB), dará apoio total ao Turismo. Ela determinou, em parceria com o trade turístico, que esta área seja uma das prioridades de sua gestão. Os assessores Gledson Pimentel e Mário Pilar já estão com reunião agendada com o presidente da Associação dos hotéis de Porto de Galinhas (AHPG), Marcos Tibúrcio. Vários projetos de incentivo e atração de turismo estão sendo planejados com apoio da iniciativa privada. Desta vez, a novidade será uma estrutura móvel de cobertura transparente que será instalada na rua principal de Porto de Galinhas até a praça das piscinas, que deve permitir a realização de feiras, exposições, festivais culturais, atividades artísticas, apresentação de instrumentistas solo, de teatro e de cinema.

CURTAS

DELAÇÃO– O ex-ministro Antonio Palocci fechou com Adriano Brettas, advogado que já negociou outras colaborações em delação premiada. Procurado, o advogado disse que não vai se manifestar. José Roberto Batochio, advogado que vinha defendendo Palocci até agora, disse que, se Palocci decidir pela delação premiada, deixará a defesa do ex-ministro.

CINGAPURA– A marqueteira Mônica Moura disse, em depoimento à Procuradoria-Geral da República, que a ex-presidente Dilma Rousseff sugeriu que a empresária mudasse o local da conta que ela e João Santana possuíam na Suíça. De acordo com a delatora, Dilma citou Cingapura como um possível lugar para hospedar a conta dos marqueteiros.

Perguntar não ofende: É justo e humano Lula jogar a culpa na defunta?

Ele queria: briga Lula x Dilma em 2014 por candidatura


Dilma e Lula durante comício em São Paulo, em 2014

Folha de S.Paulo – Letícia Casado, Camila Mattoso e Rubens Valente

A mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, que fez a campanha eleitoral de Dilma em 2010 e 2014, afirmou em vídeo gravado no acordo de delação premiada que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva queria ser o candidato à Presidência em 2014, mas Dilma insistiu na reeleição. Mônica disse que recebeu a informação de seu marido, Santana, que conversava com frequência com Dilma. Segundo Mônica, naquele ano a relação entre Lula e Dilma teve "um estremecimento".

Mônica falou sobre a relação entre Lula e Dilma ao responder a uma pergunta dos procuradores da República que queriam saber se Lula se envolveu nas questões financeiras da campanha de 2014.

"Em 2014 o Lula não entrou em relação a dinheiro. Em 2014 houve um certo estremecimento entre o Lula e Dilma, acho que isso é do conhecimento de todos. Os jornais especulavam bastante na época, eles negavam, mas é verdade, porque o Lula queria ser o candidato. E a Dilma não aceitou, ela queria a reeleição dela. Ela se sentia forte. 'Por que eu não vou aceitar?' Isso era conversa dela com o João, eu nunca tive esse tipo de conversa com a Dilma, era coisa que o João me contava. Que o Lula queria ser o candidato em 2014. Voltar, entendeu? Tipo assim, em 2010 ele sai, bota a apadrinhada dele lá mas em 2014 ele volta para ser o candidato. E aí houve um certo estremecimento. Ele ia lá na produtora da gente de vez em quando gravar, dar apoio para ela, também não ia colocar em risco também a eleição dela. Mas não se envolveu com dinheiro dessa vez, não. Foi totalmente com a Dilma, tudo com a Dilma, falei com ela todas as vezes", disse Mônica.

No mesmo depoimento, a mulher de João Santana contou que o casal usava apelidos para se referir a autoridades do governo. O ex-presidente Lula era o "Pavarotti" ou "Pava", em referência ao cantor de ópera Luciano Pavarotti (1935-2007). "A gente achava, uma época que ele ficou muito gordo, e com barba, ele parecia com o Pavarotti. Era Pava ou Pavarotti, tenho vários telefones anotados como Pava", disse Monica.
Dilma Rousseff era identificada como "Tia" e o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, era o "Laticínio".

"A gente inventava apelidos para algumas pessoas para não anotar, como eu disse, não ficar anotando nomes deles em agenda, como 'Guido Mantega: reunião'. Por que que eu ia ter reunião com Guido Mantega? Não tinha nenhum sentido", disse Mônica.

Dilma entra na roda



As delações do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura trazem novos complicadores para o ex-presidente Lula. Mas as colaborações são piores para a ex-presidente Dilma.

A petista sempre achou que a Lava Jato atingiria somente Lula e o PT. Estava errada _isso contribuiu para a queda do poder. Como João Santana é mais próximo de Dilma do que de Lula, as delações têm força em relação à ex-presidente.

Há informações que contradizem as versões de Dilma, que negava ter havido caixa 2 nas campanhas dela e depois passou a dizer que, se houve financiamento ilegal, isso aconteceu sem que a petista tivesse conhecimento.

Será preciso ver também o efeito sobre o julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral, o que preocupa o Palácio do Planalto. (Kennedy Alencar)

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