Regionais : Delação reforça tese do Lula candidato "da política"
Enviado por alexandre em 16/04/2017 18:54:20

Delação reforça tese do Lula candidato "da política"


A delação da Odebrecht fez irradiar para além da esquerda a tese de que a candidatura do ex-presidente Lula em 2018 é vital para evitar o extermínio da política. Com o lodaçal lançado sobre diversas siglas, há um trabalho para atrair desde já legendas de centro para a órbita do petista — a começar por caciques do PMDB, que teriam “senso de sobrevivência”. Tudo sob a premissa de que só Lula teria a couraça grossa o suficiente para travar uma batalha campal contra a Lava Jato.

A articulação está fora da alçada do PT. Para o governador Flávio Dino (PC do B-MA), a “dinâmica que se desenha é de embate entre o ‘Partido da Lava Jato’ e o Lulismo”. “Há até uma data de lançamento desse confronto: 3 de maio, em Curitiba”, diz. Este é o dia em que Lula irá depor a Sérgio Moro.

Aliados do petista querem marcar presença no dia do encontro entre Lula e Moro. Só do Paraná, são esperados 15 mil militantes. Há ainda caravana organizada pela Frente Brasil Popular, que contabiliza quatro ônibus saindo de Brasília e dez do Acre.

O PT, porém, espera clima de tensão. Dirigentes da sigla acreditam que, assim como haverá claque pró-Lula, muita gente vai se mobilizar para hostilizar o petista e defender a Lava Jato.

Muitos fatores podem alterar a rota pró-Lula. Espera-se que ele sofra uma condenação até junho. Depois disso, haverá gritaria para evitar veredito colegiado, que o tornaria inelegível.

Lulistas também torcem para que Michel Temer banque a ideia de nomear alguém “menos bélico” para a vaga do procurador-geral Rodrigo Janot, em setembro. (Daniela Lima - Folha de S.Paulo)

O triplex e o sítio: tem mais, tem mais!



Carlos Brickmann

Dentro de poucos dias, na quinta-feira, 20 de abril, uma nova delação que tem tudo para ser explosiva: a de Leo Pinheiro, até há pouco presidente da OAS, tendo como temas centrais o apartamento triplex no Guarujá e o sítio em Atibaia que não são de Lula.

Leo Pinheiro comandou a reforma do apartamento e autorizou o pagamento pela OAS da guarda, por quase dois anos, de dez contêineres com presentes recebidos por Lula em seus dois mandatos.

Como presidente da OAS, tem condições de confirmar que a empresa investiu uma boa quantia como um agrado ao ex-presidente.

O caso do apartamento é decisivo: o julgamento, pelo juiz Sérgio Moro, deve ocorrer ainda neste primeiro semestre.

Caso haja condenação, o julgamento do apelo decidirá se Lula mantém ou não os direitos políticos.

Mesmo que se defenda em liberdade até que o processo seja concluído, em terceira instância, estará impedido de se candidatar a qualquer cargo.

Odebrecht diz ter dado propina milionária a Aécio



Detonado capital político tucano

El Pais - Carla Jiménez e Gil Alessi

Com arquitetura assinada por Oscar Niemeyer, o prédio foi construído por um grupo de nove construtoras – entre elas Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão, todas envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras. Segundo os delatores, com o apoio de Aécio, recém-empossado no Governo, foi acertado durante reunião no Palácio das Mangabeiras um esquema fraudulento de licitações envolvendo várias empresas para que a obra fosse partilhada entre elas. “Aécio me informou que iria dar início ao processo de licitação (...), e me disse que procurasse Oswaldo Borges, presidente da Codemig [Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais]”, afirma Benedicto.

A participação da Odebrecht na obra foi confirmada antes mesmo do início da licitação. De acordo com o delator, após as conversas “Oswaldo disse que nos preparássemos para pagar 3% sobre o valor relativo ao nosso contrato a título de contribuição para futuras eleições do PSDB”. O pagamento, parcelado entre 2007 e 2009, foi feito em espécie pelo departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht, conhecido como setor de propinas, via caixa 2. Nas listas da empreiteira Aécio foi apelidado de Mineirinho. Procuradores ligados à investigação afirmam que este tipo de acerto, que inclui porcentagem sobre obras, é um dos tipos mais evidentes de corrupção, não podendo ser justificado como apenas doação eleitoral não declarada.

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