Mais Notícias : Apoio a governistas abre guerra interna no PT
Enviado por alexandre em 12/01/2017 09:55:16

Apoio a governistas abre guerra interna no PT
Postado por Magno Martins



O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que rechaça acordos com governistas no Congresso

Folha de S.Paulo - Cátia Seabra e Débora Álvares

A disputa pelo comando da Câmara e do Senado aprofundou a crise interna do PT.

Com a anuência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as principais lideranças defendem a composição com candidatos de partidos da base do governo Temer, como Rodrigo Maia (DEM) ou Jovair Arantes (PTB) na Câmara e Eunício Oliveira (PMDB) no Senado.

O líder do partido na Câmara, Carlos Zarattini (SP), abriu diálogo com os governistas sob o argumento de que a prioridade é que o PT tenha hoje um espaço nas Mesas Diretoras compatível com o tamanho de sua bancada.

Segunda maior bancada da Câmara, com 57 deputados, o PT quer a segunda secretaria, responsável por serviços administrativos e encaminhamento de requerimentos de informação a ministros.

Para petistas, não será possível ter o cargo com o lançamento de uma candidatura de oposição, como a do pedetista André Figueiredo (CE).

"Não adianta um candidato de oposição fazer um discurso bonito no dia de votação e acabar ali. Nossa prioridade é ver respeitada a regra que garante ao PT a segunda vaga na mesa. Quem é contra isso não entendeu a questão", diz Zarattini.

O líder do PT manifestou sua posição na terça (10) ao participar do lançamento da candidatura do governista Jovair. Sua presença provocou a reação.

Secretário de Formação do PT, Carlos Árabe lembra que Jovair foi relator do voto do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. "É indigno e imoral o líder do PT botar o pé no ato desse candidato golpista", criticou.

No Senado, em desacordo aberto com o líder da bancada, Humberto Costa (PE), Lindbergh Farias (RJ) critica o apoio à candidatura de Eunício à presidência da Casa. O PT tem dez senadores.

"É fazer aliança com golpista, que foi relator da PEC 55 [teto de gastos], que vai comandar o processo de desmonte da Constituição e de ataque ao direito dos trabalhadores", acusou.

Dois dos maiores defensores de Dilma à época do impeachment, Lindbergh e Gleisi Hoffmann (PR) rechaçam a costura com governistas.

Reformistas e revolucionários
Postado por Magno Martins

Carlos Chagas

Organizam-se os tucanos já comprometidos com a candidatura de Geraldo Alckmin para 2018. Não de trata de ser cedo demais, porque não é. O governador paulista não desistiu de pleitear sua indicação dentro do PSDB, mas, por via das dúvidas, cuida de buscar alternativas, tendo em vista que Aécio Neves continuará na presidência do partido. Com a legenda sob seu comando, o senador mineiro quer garantir seu lançamento através do rótulo de reformista, representante da social-democracia.

Sendo assim, o governador tem como opção inscrever-se no Partido Socialista, mesmo agredindo a verdade e a semântica. Precisará fazer alguma ginástica para essa mudança, pois sua ideologia passa longe. Jamais será um revolucionário, até orgulha-se de ser chamado conservador. Nada de ligar-se a teses que contrariam seu passado. Reformista, com muito boa vontade, apesar de inclinado a não abrir mão dos postulados e dos interesses empresariais.

Com Aécio Neves empenhado em vestir o uniforme da social-democracia, sobra a terceira ponta da equação triangular: José Serra. Não que ele pretenda voltar aos tempos em que presidia a União Nacional dos Estudantes, porque estará perseguindo o que foi e não é mais: reformista. Tem raízes hoje fincadas no mesmo solo que Geraldo Alckmin, e também Aécio Neves. Os três são vinhos da mesma pipa ideológica, procurado disfarçá-la. Mas só há lugar para um. Perde seu tempo quem quiser separá-los artificialmente. Suas ideias se equivalem, restando saber quem terá mais simpatia e, não adianta negar, mais dinheiro também.

Vale prestar atenção no espectro que se delineia: três conservadores travestidos de reformistas. E o outro lado? Um pouco mais voltado para apresentar-se como representante do trabalho, mais do que do capital, mas nem tanto, emerge o mesmo de sempre, ou seja, o Lula. Sua condição de operário e fundador do PT, hoje meio esfrangalhado, o torneiro-mecânico precisará fixar-se no galho que um dia o levou ao Palácio do Planalto: de reformista. Só que com mais definições, por conta dos adversários. Tanto faz se pretender-se revolucionário, apesar de ser difícil acreditar que seja. Marina Silva e Ciro Gomes podem ser tidos como candidatos à procura de uma ideologia.

No extremo oposto, a direita oscila entre Jair Bolsonaro e Ronaldo Caiado. Em suma, ninguém parece ser o que realmente é.

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