Regionais : Juiz da Vara de Execuções Penais se diz ameaçado após matéria nacional
Enviado por alexandre em 04/01/2017 10:22:45


O juiz Luís Carlos Valois, que participou da negociação para o fim da rebelião que terminou na morte de 56 presidiários, diz que recebe ameaças de morte desde que o jornal Estadão noticiou que ele foi alvo de investigação da Polícia Federal por suspeita de ligação com a facção Família do Norte. “Agora recebo ameaças de morte da suposta outra facção, por causa da matéria covardemente escrita, sem sequer citar o que falei. Estadão covarde”, escreveu o juiz no Facebook.

Irresponsável

Malhado na imprensa nacional, Valois foi defendido em nota ontem pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). No texto, a Associação classificou de irresponsáveis as ilações sobre a conduta do juiz, feitas pelo jornal.

Respeitado

Segundo a AMB, Valois tem o respeito da magistratura amazonense e brasileira, e é alvo de acusações infundadas, que não condizem com a realidade e a seriedade do seu trabalho.

Investigação da PF

O Estadão fez referência ao mandado de busca e apreensão, cumprido no gabinete de Valois, na segunda fase da La Muralla, em junho de 2016, noticiado por A Crítica. O alvo principal da investigação da PF foi a FDN.



A Organização das Nações Unidas emitiu um comunicado nesta terça-feira cobrando que as autoridades amazonenses façam uma investigação "imparcial e imediata" sobre a rebelião nos presídios do Amazonas que culminou na morte de 60 detentos, sendo 56 deles no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj).

A ONU alertou, no comunicado, que a responsabilidade sobre as condições dos presos é do Estado, impreterivelmente. "Pessoas que estão detidas estão sob a custódia do Estado e, portanto, as autoridades relevantes carregam a responsabilidade sobre o que ocorre com elas", destacou a ONU.

A entidade destacou, de maneira positiva, a iniciativa do Estado em instaurar um inquérito para investigar as mortes ocorridas, mas apontou que a punição pura e simples dos que cometeram as atrocidades não resolve a questão. "Estados precisam garantir que as condições de detenção sejam compatíveis com a proibição da tortura e um tratamento degradante, cruel e desumano", disse a entidade. "Essas condições precisam também ser compatível com o direito de todas as pessoas presas de ser tratadas com humanidade e com respeito à sua dignidade inerente".



O secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes, afirmou após coletiva na sede da Defensoria Pública no inicio da tarde desta terça-feira (3), que o caminhão frigorífico usado para armazenar os corpos dos detentos mortos no massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) foi emprestado pela Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc). A secretaria alegou, no final da tarde, que apenas indicou a empresa responsável pelo caminhão.

O veículo é usado no transporte da merenda escolar da sede da Seduc até as escolas. Sem estrutura, o IML conta com apenas 20 gavetas, mas ainda de acordo com o secretário, até o final do dia, os corpos já identificados devem começar a ser liberados para as famílias.

O caminhão frigorífico que vai armazenar os corpos até que os peritos concluam a identificação, já está no local. Peritos do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC) explicaram que uma lista com 75 nomes foi criada para facilitar a identificação dos corpos. Apesar de o número ser maior que a quantidade de mortos divulgada pela Segurança Pública (SSP-AM), que estimou pelo menos 60 assassinatos, a listagem contém nomes das vítimas, mas também de possíveis foragidos.

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação e Qualidade do Ensino (Seduc) afirmou que apenas indicou para a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) a empresa que presta serviços de logística e que esta câmara frigorífica jamais atenderá à SEDUC com transporte ou armazenamento de alimentos.

Na entrevista, o secretário de Segurança Pública, Sérgio Fontes, foi questionado se o caminhão frigorífico foi alugado ou emprestado da secretaria de Educação. "Foi emprestado da Secretaria de Educação", respondeu Fontes.

Sem placas

Caminhão fotografado sem placas (Foto: Gilson Mello / Free Lancer)

A reportagem esteve duas vezes na sede do IML nesta terça-feira. Na primeira, pela manhã, o caminhão foi fotografado de um ângulo que não permitia mostrar a placa. Na segunda vez, à tarde, a reportagem constatou que o caminhão estava sem placas, o que impede a identificação de sua propriedade.

*Com informações da repórter Luana Carvalho.

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