Regionais : Ai de quem mexer com a Lava-Jato!
Enviado por alexandre em 04/12/2016 18:00:00


Ai de quem mexer com a Lava-Jato!


Ricardo Noblat

O apoio dos brasileiros à Lava-Jato é cada vez mais esmagador. Foi o que ficou demonstrado na mais recente pesquisa aplicada pela Ipsos, empresa presente em 88 países e respeitada por sua independência. Margem de erro: três pontos percentuais.

A Ipsos fez entrevistas presenciais com 1.200 pessoas em 72 cidades entre 1 e 13 de novembro. Para 96% delas, as investigações da Lava-Jato “devem ir até o fim, custe o que custar”. Em pesquisa de janeiro último, os que assim pensavam eram 90%.

Naquele mês, 81% dos pesquisados acreditavam que a operação deveria seguir mesmo com riscos de instabilidade política, e 79% declararam que a Lava-Jato deveria continuar mesmo com impacto na estabilidade econômica.

Agora, para 94%, a operação deve continuar mesmo com o impeachment de Dilma e com a prisão do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. O mesmo percentual acredita que ainda restam muitos nomes a serem investigados.

O partido mais associado à operação da Lava-Jato é o PT (66%). Em segundo lugar, o PMDB (7%). Em terceiro, o PSDB (3%). Para 64% dos entrevistados, a Lava-Jato está investigando todos os partidos. Para 94%, ela deveria, sim, investigar todos os partidos.

83% dos pesquisados acreditam que Lula será mencionado na delação da Odebrecht. Isso ocorrerá também com Dilma (66%) e Temer (54%). Quando perguntados se acreditam na participação de Lula em casos de corrupção, 84% responderam que sim.

Mais da metade (51%) não acredita que Lula será preso, contra 47% que acredita. Para 95%, as investigações da Lava-Jato devem continuar mesmo que Lula seja julgado culpado.

Ameaça de Deltan repercute mal entre a turma de Janot


A ameaça de largar a Lava Jato, feito por Deltan Dallagnol e sua turma, continua reverberando entre os procuradores que atuam na PGR, em Brasília.

A avaliação na capital é de que o recado dado pela força-tarefa no Paraná tinha como alvo a população, não o Congresso.

Os procuradores adorariam, lógico, que a entrevista empurrasse o país às ruas para evitar as mudanças no projeto das Dez Medidas de Combate à Corrupção e a votação da proposta que endurece as penalidades contra abusos de autoridade.

Isso não aconteceu. E, agora, o campo da disputa entre parlamentares e investigadores não é o fórum, mas o plenário. Ou seja, as excelências jogam em casa.

Na PGR, acredita-se que os torpedos vindos de Curitiba durante a entrevista dos procuradores só fez aumentar a temperatura, dando a Renan Calheiros mais um estímulo para tentar aprovar o que for possível no Senado para bombardear o Ministério Público. (Radar – Folha de .Paulo)

Em jato da FAB, Moraes vai passar o feriado em casa


Nas asas do poder - Alexandre de Moraes usou um avião da FAB para passar o feriado do dia 12 de outubro em casa. Como sabe que só deveria usá-lo a serviço, sua excelência agendou compromissos na capital paulista no dia 13, mas viajou no dia 11, na véspera da folga.

Já o mercado financeiro parece ter recebido bem o noticiário sobre a assinatura do acordo de leniência da Odebrecht e o pedido de desculpas do grupo baiano. Os bonds da Odebrecht Engenharia & Construção subiram 10% hoje e atingiram o melhor patamar em 2016.

Além disso, as ações da Braskem, braço petroquímico do conglomerado e que participa do acordo, apresentavam a maior alta do Ibovespa nesta tarde, subindo mais de 12%. Ao final do dia, ação fechou com uma valorização de 12,43%, a maior cotação de sua história. (Radar – Veja)


Lava Jato é premiada em meio a duros ataques




Frederico Vasconcelos – Folha de S.Paulo

Transparência Internacional reconhece o trabalho da força-tarefa, alvo de uma “estratégia cruel”, segundo Deltan Dallagnol.

O procurador da República Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Operação Lava Jato, disse neste sábado (3) no Panamá que os deputados federais no Brasil se aproveitaram da tragédia com a Chapecoense para “infligir o mais duro ataque” que a operação já sofreu, revela Rubens Valente, em reportagem na Folha. (*).

Doze procuradores de Curitiba (PR) foram ao Panamá para receber o prêmio internacional de combate à corrupção concedido pela Transparência Internacional.

“Nessa semana, quando uma tragédia levou o país a um grande luto, homens impiedosos colocaram em curso uma estratégia cruel. Enquanto o Brasil chorava o acidente aéreo que matou diversos jogadores de futebol, enquanto as manchetes estavam cheias de dor, deputados da Câmara trabalharam ao longo da noite para infligir o mais forte ataque que a Lava Jato sofreu ao longo de mais de dois anos de vida“, afirmou Dallagnol.

A seguir, comentário da subprocuradora-geral da República Luiza Cristina Frischeisen sobre o prêmio recebido pela força-tarefa da Lava Jato:

“A força-tarefa simboliza o trabalho conjunto de colegas e servidores do Ministério Público Federal de várias unidades, do Poder Judiciário Federal e cortes superiores, integrantes da Polícia Federal , da Receita Federal, do TCU, da Procuradoria-geral da Fazenda Nacional e de outros órgãos de controle e fiscalização para que a lei no Brasil seja aplicada a todos, pessoas físicas e jurídicas, que cometeram ilícitos relativos ao desvio e apropriação de recursos públicos em quaisquer das esferas da administração públicas.

É símbolo do trabalho de colegas de Ministério Público em todas as unidades da nossa federação. A mobilização, o controle social e o apoio da sociedade civil e o trabalho da imprensa por transparência dos atos de administração pública, podem garantir efeitos duradouros às transformações que estamos vivendo e impedir retrocessos como a criminalização dos atos inerentes às funções do Ministério Público e da Magistratura”.

Mortal loucura sem cura


Carlos Brickmann

Para os romanos, um poeta ("vate") tinha dons divinos, entre eles o de prever o futuro - "vaticínio". Parece que tinham razão: um monumental poeta brasileiro, falecido num final de novembro há 320 anos, é o autor de Mortal Loucura) - poema que, com música de José Miguel Wisnik, na voz de Maria Bethania, foi a trilha sonora de Velho Chico. Até isso ele previu!

A loucura começa pelo presidente da República, que considera "um fatozinho" a pressão de um ministro para obrigar outro a desconsiderar uma lei para poder construir um apartamento em Salvador. Continua pelo Congresso, que tenta votar disfarçadamente uma anistia imoral, bem quando todo mundo está prestando atenção; e culmina com promotores da Lava Jato ameaçando renunciar se a lei anticorrupção que sugeriram (e que é discutível) não for aprovada do jeito que querem. "Quem do mundo a mortal loucura... cura", diz o poeta.

Os procuradores não podem renunciar a uma investigação, a menos que se demitam. É o trabalho para o qual foram designados, ponto. Empenhar-se menos seria fazer o jogo de quem quer escapar das investigações - que não ficariam tristes se os procuradores renunciassem à Lava Jato. E não é função de procuradores, por mais razão que tenham, dar ordens ao Congresso e ao presidente da República.

Agora entram no Supremo cerca de 80 delações da Odebrecht. Quando haverá denúncias e julgamentos? "Será no fim dessa jornada... nada".

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