Cláudia Trevisan Enviada Especial / Boston, EUA
Vagner Barros integra a nova onda de imigrantes brasileiros que chegaram aos EUA fugindo da crise econômica. Morador de Rondônia, ele tinha uma agência de turismo em Porto Velho e outra em Jaci-Paraná, que quebraram com a recessão e o fim das obras da usina de Jirau. Seu projeto é ficar nos EUA até 2020 e economizar para iniciar um novo negócio.
Barros é pintor durante o dia e, à noite, faz bicos de faxineiro, lavador de pratos e o que aparecer. “A gente vem para o primeiro mundo, mas ficamos na terceira classe, fazendo o serviço que o americano não quer.” Ele disse que envia US$ 4 mil por mês ao Brasil, parte dos quais vão para sua filha única, Yasmim. “Tenho um iPhone 7 e dei um para minha mãe e outro para minha filha. No Brasil, não dava para colocar gasolina no carro.”
Vagner Barros mudou-se para os EUA depois que suas duas agências de viagem quebraram. Foto: Cláudia Trevisan/Estadão
Nos EUA há 15 anos, o padre Volmar Scaravelli afirma que os imigrantes recentes são diferentes dos anteriores, com nível educacional mais alto e avessos ao trabalho braçal. “São pessoas de baixa classe média, muitos com faculdade”, disse. Para José Natal Gonçalves, dono da imobiliária Mega Realty, em Framingham, a demanda de brasileiros por aluguel aumentou. “Não estamos dando conta. Não há imóveis disponíveis.”
|