Regionais : Preso custa mais que estudante, lamenta Cármen Lúcia
Enviado por alexandre em 11/11/2016 10:01:40

Preso custa mais que estudante, lamenta Cármen Lúcia

Blog do Josias

A ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, participou, hoje, de um encontro sobre segurança pública, em Goiânia. Ao discursar, lamentou que o Estado no Brasil gaste 13 vezes mais com os presos do que com os estudantes. Evocando o antropólogo Darcy Ribero, ela declarou que falta dinheiro para construir presídios hoje porque, no passado, negligenciou-se o investimento em educação.

“Um preso no Brasil custa R$ 2,4 mil por mês e um estudante do ensino médio custa R$ 2,2 mil por ano. Alguma coisa está errada na nossa pátria amada”, disse Cármen Lúcia. “Darcy Ribeiro fez, em 1982, uma conferência dizendo que, se os governadores não construíssem escolas, em 20 anos faltaria dinheiro para construir presídios. O fato se cumpriu. Estamos aqui reunidos diante de uma situação urgente, de um descaso feito lá atrás”.

Entre as pessoas que ouviram a presidente do Supremo estava o ministro Alexandre Moraes (Justiça). Ele apresentou no encontro um Plano Nacional de Segurança Pública. Para Cármen Lúcia, as mudanças devem ser estruturais e o esforço precisa envolver Estados, municípios e União.

“São necessárias mudanças estruturais. É necessária a união dos poderes executivos nacionais, dos poderes dos estados, e até mesmo dos municípios, para que possamos dar corpo a uma das maiores necessidades do cidadão, que é ter o direito de viver sem medo. Sem medo do outro, sem medo de andar na rua, sem medo de saber o que vai acontecer com seu filho.''

Na opinião da ministra, o país se encontra em estado de guerra. “A cada nove minutos, uma pessoa é morta violentamente no Brasil. Nosso país registrou mais mortes em cinco anos do que a guerra da Síria. Estamos, conforme já disse o Supremo Tribunal Federal, em estado de coisas inconstitucionais. Eu falo que estamos em estado de guerra. Temos uma Constituição em vigor, instituição em funcionamento e cidadão reivindicando direitos. Precisamos superar vaidades de detentores de competências e, juntos, fazer alguma coisa”.

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