Vitória de Trump: surpresa e decepção no Planalto Postado por Magno Martins
Formação de equipe dará sinal sobre rumo do futuro presidente
Blog do Kennedy
Nos bastidores, o governo brasileiro reagiu com decepção e surpresa em relação à vitória de Donald Trump na eleição americana. Para o Palácio do Planalto, a principal questão é saber se o discurso conciliatório de Trump pós-eleição se confirmará ao montar a equipe, escolhendo seus secretários de governo, e no exercício da Presidência.
Há temor de que Trump interrompa o crescimento da economia dos Estados Unidos, o que teria efeito negativo sobre o Brasil. Na campanha, Trump propôs construir muros, numa alusão à muralha que prometeu construir na fronteira dos Estados Unidos com o México.
Resta saber se, na Presidência, ele terá uma visão mais pragmática para construir pontes com outros países, incluindo o Brasil.
Para o governo brasileiro, são importantes negociações para aumentar o comércio entre os países nas três Américas, a do Norte, a Central e a do Sul. Se Trump seguir o discurso eleitoral, o Brasil terá dificuldade para aumentar o comércio continental.
Do ponto de vista planetário, será preciso ver se Trump cumprirá a promessa de fazer uma guerra comercial com a China, país fundamental para o crescimento da economia internacional.
Mundo afora, as expectativas são de um período de incertezas econômicas e políticas, o que pode levar gerar retrocesso global. Ou seja, má notícia para um país como o Brasil, que tenta sair da recessão.
Entre o impossível e o previsível Postado por Magno Martins
Carlos Chagas
A primeira e mais importante conclusão da vitória de Donald Trump foi a falência total das prévias eleitorais nos Estados Unidos. Mais do que um clamoroso erro dos institutos de pesquisa está o vexame dado pelos comentaristas da televisão, das emissoras de rádio e dos jornais, com ênfase para os brasileiros, cópia escancarada dos americanos. No mundo inteiro foi a mesma coisa: ninguém fez a previsão correta. Ou davam a vitoria indiscutível de Hillary Clinton ou, pelo menos, um resultado apertado para o partido democrata. Jamais números cravados do começo ao fim nos republicanos.
Perplexidade, incerteza, falta de visão? Despreparo ou humilhação? Tanto faz. A verdade é que uma candidata tida como vitoriosa perdeu o rumo e obrigou-se a reconhecer que Casa Branca, nunca mais.
O mundo só não acordou em crise porque não dormiu. Do Alaska à Terra do Fogo, a madrugada desse 9 de novembro terá sido de insônia ou de maciças doses de cafézinho, porque desde a abertura dos resultados da votação que todo mundo apavorou. Até aqui no Brasil, onde péssimas previsões começaram a ser feitas. Se o homem é doido ou se acertou com o sentimento do povo americano, tanto faz. Parece a mesma coisa. A diferença entre o colégio eleitoral e o voto individual foi mínima, mas não deixou dúvidas: Trump ganhou nas duas. Agora, precisa provar que prometeu o impossível ou o previsível.
Trump leva Serra a aprender lição de democracia Postado por Magno Martins
Josias de Souza
Improvisado no posto de chanceler, o tucano José Serra cometeu um pecado inadmissível na diplomacia: falou duas, três vezes antes de pensar. Em entrevistas, referiu-se à hipótese de vitória de Donald Trump como algo indesejável. “Não quero nem pensar”, disse um par de vezes. Seria “um pesadelo”, aditou numa terceira oportunidade. Diante do triunfo do pesadelo, o chefe da diplomacia brasileira viu-se compelido a se reposicionar no gramado.
Serra socorreu-se de uma frase do craque Didi: ''Treino é treino, jogo é jogo. O treino é a campanha. O jogo começa agora.'' Endereçado a Trump, o comentário também serve para o próprio Serra. O ministro aprendeu na marra que diplomata é um sujeito que mente em nome do interesse nacional. Ou, por outra, Serra ficou sabendo que a diplomacia traz o significado injetado no nome. Para funcionar, precisa ser macia. Mesmo que o interlocutor seja um Trump
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