Lava Jato: Não haverá nada em relação a mim, diz Temer Postado por Magno Martins
Blog do Camarotti
Em conversas reservadas nos últimos dias, o presidente Michel Temer tentou passar tranquilidade em relação às ameaças do deputado cassado Eduardo Cunha ao seu governo.
“Não haverá nada em relação a mim”, disse Temer depois que Cunha foi preso na semana passada.
Mas o presidente foi cauteloso em relação aos auxiliares.
E deixou claro que, se ficar comprovado o envolvimento de algum ministro com irregularidades cometidas por Eduardo Cunha, o auxiliar terá que sair do governo.
Odebrecht repassou R$ 8 milhões para Lula, diz PF Postado por Magno Martins
Folha de S.Paulo
Polícia Federal concluiu que o apelido "Amigo", que consta numa planilha de pagamentos de propina apreendida com funcionários da Odebrecht, faz referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É o que afirma o despacho que indiciou o ex-ministro Antonio Palocci Filho, divulgado nesta segunda-feira (24) pelos investigadores da Operação Lava Jato. "Há respaldo probatório e coerência investigativa em se considerar que o 'AMIGO' das planilhas faça referência a Luiz Inácio Lula da Silva", escreveu o delegado Filipe Hille Pace.
As planilhas indicam um saldo, supostamente de propinas, de R$ 23 milhões em favor do "amigo", ou Lula. Desse total, R$ 8 milhões teriam sido pagos em 2012, "sob solicitação e coordenação de Palocci", segundo o relatório. Não se sabe o que ocorreu com os R$ 15 milhões restantes.
Os outros beneficiados da planilha são "Itália", que seria Palocci, segundo os investigadores, e "Pós-Itália", cuja identidade ainda não foi identificada pela PF. Segundo a Folha apurou, o apelido faria referência ao ex-ministro Guido Mantega, segundo informaram delatores da Odebrecht. Lula diz que jamais recebeu ou solicitou propinas e afirma ser perseguido politicamente pela Lava Jato.
A conclusão sobre a identidade do "Amigo" é baseada em e-mails e mensagens de Marcelo Odebrecht, que fazem referência às alcunhas "Amigo de meu pai" e "Amigo de EO [Emílio Odebrecht]", de acordo com relatório policial.
Um dos e-mails, de 2014, foi enviado pelo o ex-executivo Alexandrino Alencar para Marcelo Odebrecht. Na mensagem, segundo a PF, Alencar se refere a "amigo de EO" (Emílio Odebrecht) para relatar detalhes de uma programação de viagens com Lula pela África.
Em outro e-mail, de 2013, Alencar afirma ao empreiteiro que a "reunião com o amigo de seu pai foi boa" e diz que está uma viagem para Peru, Equador e Colômbia está "ok". Nas datas mencionadas na mensagem, Lula de fato viajou para esses países.
Emílio, pai de Marcelo, era o principal interlocutor de Lula na empreiteira. Durante acordo de delação, ele afirmou, conforme revelou a Folha, que oestádio do Corinthians, construído pela Odebrecht, foi uma espécie de presente ao ex-presidente.
Cabral, o imortal
Postado por Magno Martins
Bernardo Mello Franco - Folha de S.Paulo
Dizem que certos políticos têm sete vidas, tamanha a sua capacidade de sobreviver a escândalos. Se for verdade, Sérgio Cabral deve ter 14. O ex-governador do Rio é alvo de acusações de corrupção há quase duas décadas, mas as suspeitas contra ele nunca foram a julgamento. Em 1998, o Ministério Público abriu a primeira investigação sobre Cabral. Ele era suspeito de enriquecimento ilícito por comprar uma mansão em Mangaratiba, perto de Angra dos Reis. O caso foi arquivado pelo procurador Elio Fischberg, que seria afastado por falsificação de documentos em ação contra outro peemedebista ilustre: Eduardo Cunha.
O escândalo à beira-mar não interrompeu a escalada de Cabral. Ele acumulou poder e se elegeu senador e governador por duas vezes. Chegou a se insinuar à Vice-Presidência da República, mas foi abatido em voo pelas manifestações de 2013.
Um acidente aéreo na Bahia expôs sua intimidade com empresários que prosperaram em terras fluminenses. Um deles, o empreiteiro Fernando Cavendish, presenteou a mulher do peemedebista com um anel avaliado em R$ 800 mil. O valor da joia parece gorjeta diante das cifras atribuídas a ele na Lava Jato.
Cabral já foi acusado de receber propina em várias obras milionárias, como a reforma do Maracanã, o complexo petroquímico, o Arco Metropolitano e a reurbanização de favelas. Ele anda sumido, mas continua a atuar no bastidor. Há poucas semanas, treinava o aliado Pedro Paulo para os debates da eleição municipal.
Encastelado no Leblon, o peemedebista acaba de entrar na mira de outra operação de nome sugestivo: Saqueador. Para o juiz Marcelo da Costa Bretas, as apurações apontam para um "gigantesco esquema de corrupção" no Estado, "com o apadrinhamento" do ex-governador.
Em nota, Cabral disse que "repele com veemência" e manifesta "indignação e repúdio" contra os acusadores. Se sobreviver a mais essa, ele poderá reivindicar o título de imortal.
Juiz: Cabral apadrinhou esquema ‘gigante’ de corrupção
Postado por Magno Martins
O Globo - Juliana Castro
As investigações da Operação Saqueador apontam que o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) apadrinhou um esquema de desvio de recursos públicos da construção do Parque Aquático Maria Lenk, para os Jogos Pan-Americanos de 2007, e da reforma do estádio do Maracanã.
A citação a Cabral foi feita em um despacho de 28 de junho do juiz Marcelo Brêtas, da 7ª Vara Federal Criminal.
“As investigações produziram fortes elementos que apontam para a existência de gigantesco esquema de corrupção de verbas públicas no Rio de Janeiro, que contou, inclusive, com o apadrinhamento do então governador de Estado Sérgio Cabral”, diz um trecho do despacho de Brêtas. |