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Enviado por alexandre em 22/09/2016 09:00:54

Lula traz Lava Jato na mala

Gabriel Garcia, direto de Brasília

Para mostrar resistência às mãos hábeis do juiz federal Sérgio Moro, que carregam a balança da deusa da Justiça Têmis no combate à roubalheira desvendada pela Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca, hoje, no Recife, para dar continuidade a um tour pelo Nordeste. Em vez de impulsionar as vacilantes candidaturas de aliados a prefeitos nas capitais dos estados da região, que já foi reduto eleitoral do PT, Lula traz na mala a crise da Lava Jato.

Em Fortaleza (CE), Lula participou, ontem, de comício em apoio à candidatura da deputada Luizianne Lins (PT). De acordo com pesquisa Datafolha, registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) sob o protocolo CE-05460/2016, a ex-prefeita aparece em terceiro. Nem sequer disputará o segundo turno. Hoje, Lula participa de encontro para turbinar a candidatura do ex-prefeito João Paulo (PT), que aparece 11 pontos percentuais atrás do prefeito Geraldo Júlio (PSB), candidato à reeleição.

De acordo com pesquisa Ibope, registrada no Tribunal Regional Eleitoral Pernambuco (TRE-PE) sob o protocolo PE-09778/2016, Geraldo tem 38% das intenções de voto contra 27% do petista. O ato terá concentração em frente à Câmara Municipal do Recife, às 16 horas. “Estaremos juntos com ele (Lula) e João Paulo”, conclama o senador Humberto Costa.

Pela manhã, o ex-presidente visitará Natal, onde apoiará o petista Fernando Mineiro, que aparece em quarto na pesquisa Ibope, registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) sob o número 06747/2016, com fabulosos 5% das intenções de voto. Se as candidaturas dos aliados já correm risco sem nenhuma intervenção de Lula, a situação se agrava com declarações do ex-presidente contra a Justiça e o juiz federal Sérgio Moro.

Seus truques retóricos ficaram obsoletos e perderam o efeito. Além disso, o brasileiro defende a Operação Lava Jato. Lula envelheceu – e não apenas em relação à idade. Está longe de ser aquele político que deixou a Presidência da República com 80% de aprovação. Tornou-se uma cruz para os aliados, difícil de carregar.

Demissão à vista – O presidente Michel Temer foi surpreendido com a defesa do ministro Geddel Vieira Lima em relação à proposta que anistia a prática de caixa 2 em campanhas eleitorais. Geddel levou Temer às cordas na luta contra a corrupção. A permanência do ministro tornou-se insustentável, na avaliação de aliados do Planalto. Se o peemedebista não pedir demissão, passará a impressão de que o presidente concorda com as declarações do ministro. Deputados petistas celebram a trágica fala de Geddel.

Osório lidera em Pedra – A pesquisa do Instituto Múltipla no município de Pedra, no Agreste, aponta o candidato do PSB à Prefeitura, Osório Filho, em primeiro lugar nas intenções de votos. O socialista lidera o levantamento com 54%, abrindo 14 pontos percentuais em relação a Zeca Vaz (PTB), candidato à reeleição, que surge com 39,7%. A pesquisa está registrada com o número 09499/2016, no Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE).













Prestação de contas - Autor do requerimento que criou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar irregularidades em recursos da Lei Rouanet, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) promete que a comissão focará repasses aos artistas vinculados ao PT, como o ator José de Abreu. Segundo ele, os aliados do PT receberam muito dinheiro durante os governos Lula e Dilma Rousseff, mas não realizaram a devida prestação de contas.

Subiu no telhado - O mercado financeiro anda pessimista com as promessas de reforma do Governo Michel Temer. Após encontro com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, empresários disseram que o Governo “vendeu a ideia de que aprovaria com facilidade” a proposta que limita o teto dos gastos públicos. Aliados acreditam que o projeto passará na Câmara até o início de novembro. No entanto, como são necessários dois turnos, o Senado só aprovará a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no primeiro semestre de 2017.

Estresse palaciano – Todo o estresse eleitoral nesses dias que antecedem as eleições municipais esbarra no gabinete do secretário estadual da Casa Civil, Antônio Figueira. Ontem a temperatura subiu por ali quando o presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Coelho (PDT), foi reclamar do secretário estadual de Transportes Sebastião Oliveira. Segundo ele, apenas com o intuito de beneficiar eleitoralmente o seu candidato, Sebastião encheu as ruas da cidade de Itamaracá com máquinas e outros equipamentos, para passar a impressão de que estaria começando a pavimentar uma estrada reivindicada e sonhada há muito tempo pela população. “Isso é uma concorrência desleal”, berrou Uchôa. Em tempo: na ilha, o presidente da Alepe tenta emplacar o genro na Prefeitura e Sebastião apoia a reeleição do prefeito. Briga de cachorro grande!

CURTAS

Oposição em ação - O senador Paulo Bauer (PSDB-SC) acredita que o Governo conseguirá aprovar as reformas da Previdência e do Trabalho. No entanto, fala um alerta em relação à oposição: “O sucesso do governo é a comprovação do fracasso de Dilma Rousseff”.

Censura - A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) mapeou os casos de censura no Brasil e revelou que, desde 2002, foram registradas 2032 ações na justiça contra a divulgação de informações da imprensa. No ranking por autor, a ex-presidente Dilma Rousseff aparece em terceiro, com 18 ações.

Perguntar não ofende – O que o ex-presidente Lula, que virou réu no caso da Lava Jato, poderá acrescentar aos candidatos petistas?

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