Regionais : Dilma: ”Não suicido, na renuncio, não fujo"
Enviado por alexandre em 28/08/2016 12:15:33

Dilma: ”Não suicido, na renuncio, não fujo"




Dilma vai enfrentar seus algozes nesta segunda-feira (29), na sessão do Senado que a julga por crime de responsabilidade. Condenada, terá confirmado seu afastamento, hoje provisório, a despeito de seus 54,5 milhões de votos. Desde que deixou o comando do País, há 109 dias, a “dama de ferro” do PT mantém-se firme no enfrentamento do golpe.

No último dia 24, em seu último ato público, Dilma cunhou seu grito de guerra: “Hoje eu não tenho de renunciar, não tenho de me suicidar, não tenho de fugir para o Uruguai”. Fez alusão a Jânio Quadros, Getúlio Vargas e João Goulart, antecessores que, como ela, viveram situações limites no exercício da Presidência da República Federativa do Brasil.

O último ato público de Dilma aconteceu no Teatro dos Bancários, em Brasília, no “Ato em Defesa da Democracia”. Em seu discurso, a petista afirmou que vai ao Senado, na próxima segunda-feira, defender a democracia. “Vou ao Senado defender a democracia, o projeto político que eu represento, defender os interesses legítimos do povo brasileiro e, sobretudo, construir os instrumentos que permitam que isso nunca mais aconteça em nosso país”, discursou.

Dilma sustentou que o “golpe” que enfrenta é diferente do liderado pelos militares que conduziu o país a uma ditadura de 21 anos. Segundo ela, o golpe militar é como um machado que derruba os direitos fundamentais das pessoas. Já o processo em curso contra ela, ressaltou, é como uma invasão da “árvore da democracia” por parasitas.

“A única coisa que mata as parasitas antidemocráticas é o oxigênio do debate, da crítica e da verdade”, ensinou. (BR 247)


Chico Buarque vai ao Senado como convidado de Dilma



Chico Buarque em ato de apoio a Dilma

Ele é um dos 35 convidados da presidente afastada

O Globo – Júnia Gama e Catarina Alencastro

Militante contra o impeachment, o cantor e compositor Chico Buarque deverá estar presente na sessão de segunda-feira no Senado para ouvir a presidente afastada, Dilma Rousseff, apresentar pessoalmente sua defesa.

Dilma tem direito a trazer 35 convidados para acompanhar sua defesa. Entre convidados como o ex-presidente Lula, ex-ministros, assessores e aliados, Chico Buarque entrou na lista neste sábado, mas ainda não confirmou à Mesa Diretora do Senado se estará presente à sessão.

Cobertura do impeachment: 62 jornalistas de 13 países


Jornalistas estrangeiros trabalham no auditório reservado a eles no Senado (Foto: Renan Ramalho / G1)

Portal G1

Sessenta e dois profissionais de imprensa de 13 países fazem a cobertura do julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, segundo balanço feito pela assessoria de imprensa do Senado até a sexta-feira (26) dos jornalistas credenciados de órgãos de comunicação estrangeiros.

O balanço da assessoria do Senado não considera os veículos internacionais que já cobrem diariamente as atividades parlamentares no Congresso Nacional.

A expectativa é que esse número aumente na segunda-feira (29), dia em que Dilma Rousseff comparecerá ao Senado para fazer um pronunciamento e ser interrogada pelos senadores.

Já enviaram repórteres a Brasília nesta semana 12 canais de televisão, seis jornais impressos, cinco agências de notícias, três emissoras de rádio e uma revista.

São jornalistas de Alemanha, Argentina, China, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Japão, Portugal, Catar, Reino Unido, Turquia e Venezuela.

Estrutura
Os jornalistas internacionais também consideram que a estrutura fornecida para a cobertura do processo de impeachment é adequada, mas poderia ser melhor.

“Acho que poderíamos ter acesso a mais dependências do Senado, mas isso também não impede o trabalho”, disse Wroclavsky.

Caso compareça, ele deve ficar na tribuna do Senado no local reservado aos convidados da defesa. Separados por um "muro" humano, composto por profissionais da imprensa, estarão os convidados da acusação, que serão os representantes de movimentos sociais favoráveis ao impeachment.


Aliados querem fala dura de Dilma; não, ao termo golpe



Presidente afastada prestará depoimento ao Senado nesta segunda (29).
Lula, 18 ex-ministros e presidentes de partidos acompanharão sessão.

Filipe Matoso e Gustavo Garcia - Do G1, em Brasília

Aliados da presidente afastada Dilma Rousseff defendem que ela faça um discurso "duro" e "firme" no Senado nesta segunda-feira (29), quando vai ao plenário para se defender no julgamento final do processo do impeachment.

Para senadores ouvidos pelo G1 e para o advogado de defesa, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, Dilma deve, além de enfatizar que não cometeu crime, não cair em eventuais provocações de adversários.

No entanto, os aliados da petista divergem sobre o uso dos termos "golpe" ou "golpista" no pronunciamento, com previsão de duração de 30 minutos, prorrogáveis por período indeterminado a critério do presidente da sessão, ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O depoimento de Dilma é esperado como um dos principais atos do julgamento do impeachment. Esta vai ser a primeira vez que ela irá ao Congresso desde que foi afastada da Presidência da República, em maio

A sessão está prevista para começar às 9h. Após o pronunciamento, Dilma receberá perguntas formuladas pela acusação, pela defesa e por senadores e poderá responder se quiser. Assessores e aliados dizem que a disposição dela é responder.

Segundo a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), ministra e amiga pessoal de Dilma, senadores contrários ao impeachment vão se reunir com a presidente afastada no fim de semana para definir a estratégia a ser usada na segunda-feira.

Um dos que defendem o tom mais “duro” no discurso de Dilma, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), avaliou que a presidente afastada precisa resistir e não cair em possíveis “provocações” de parlamentares favoráveis ao impeachment.

Ele disse também acreditar que Dilma não deve “elevar o tom”, fazer acusações contra senadores, apontar eventuais envolvimento deles em casos de corrupção ou chamá-los de “golpistas”.

Ex-ministro de Dilma, o senador Armando Monteiro Neto (PTB-AL), por sua vez, defendeu que a petista faça uma fala “firme” durante a sessão, “como é a característica” da presidente afastada.

“Ela tem que fazer uma fala firme e ser altiva. Evidentemente, se ela puder temperar sua fala com um toque mais humano, é sempre bom. E não me parece que ela está vindo aqui apontar o dedo aos senadores, chamá-los assim [golpistas]. […] Até porque não seria uma linguagem própria e não a ajudaria nesse contexto [de julgamento]”, declarou o G1.

Divergência
Uma das principais aliadas de Dilma no Senado, Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), por outro lado, disse “discordar” dessa tese, pois acredita que a presidente afastada deve, sim, chamar de “golpistas” os senadores que defendem o impeachment. “Por que ela esconderia isso?”, indagou.Para Vanessa Grazziotin, a sessão de segunda será um “debate muito forte” porque “todos os lados estão muito nervosos”.

“Se alguém no plenário elevar o tom contra ela [Dilma], algum senador, não será ela quem responderá. Seremos nós, no outro lado do plenário”, declarou. “Gente, alguém vai para o abatedouro como um cordeiro que é mansinho?”, indagou.

O advogado de Dilma no processo, José Eduardo Cardozo, disse ao G1 não saber o tom que Dilma usará em seu discurso, mas afirmou que “certamente será de uma chefe de Estado acusada injustamente”.

“Dilma fará uma contextualização política sobre o assunto e abordará os aspectos que considera mais descabidos nas acusações contra ela. Eu usei o termo ‘golpista’ o tempo inteiro, por escrito e nas minhas falas, assim como vários juristas de todo mundo têm utilizado, e não vejo por que ela não fazê-lo [chamar senadores de golpistas]”, afirmou o ex-ministro da Justiça.

Lula
Na segunda, Dilma contará com uma estrutura especial no Senado. Além de parte do gabinete do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi colocada à disposição dela a tribuna de honra do plenário, onde poderão ser acomodados ex-ministros e auxiliares.

Ela vai ter a presença de seu mentor político e antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A lista de pessoas que vão acompanhar Dilma na sessão tem ainda 18 ex-ministros – como Jaques Wagner (Casa Civil) e Aloizio Mercadante (Educação) –, presidentes de partidos – entre eles Rui Falcão (PT) e Carlos Lupi (PDT) – e assessores que a acompanham no Palácio da Alvorada.

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