Regionais : Ameaça: Cunha diz a aliados que Temer o abandonou
Enviado por alexandre em 17/07/2016 11:06:54

Ameaça: Cunha diz a aliados que Temer o abandonou



Folha de S.Paulo - Marina Dias e Paulo Gama

A falta de respaldo do presidente interino, Michel Temer, à candidatura de Rogério Rosso (PSD-DF) na reta final da disputa pelo comando da Câmara causou fúria no ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e no "centrão", bloco que agrega partidos pequenos e médios e do qual Rosso faz parte.

Segundo a Folha apurou, Cunha disse a aliados, em conversas nos últimos três dias, que se sentiu "traído" e "abandonado" por Temer, enquanto deputados do "centrão" afirmaram à reportagem que pode haver retaliação ao governo em votações.

Para eles, a conta é simples: os 170 parlamentares que votaram em Rosso mais os 78 de partidos de esquerda, por exemplo, podem derrubar o projeto do limite de gastos públicos, uma das prioridades da gestão Temer.

Ciente de que a atuação do governo na eleição para suceder Cunha pode ter reflexos na agenda legislativa, o presidente interino resolveu agir e telefonou, na sexta (15), a líderes do "centrão" para dizer que não pretende "desidratar" o bloco, como disse em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", mas sim "unir a base aliada".

Pessoas próximas a Cunha, porém, relataram à Folha que a explicação não convenceu e que o deputado ficou incomodado com o empenho do governo, mesmo que discreto, para eleger Rodrigo Maia (DEM-RJ) no segundo turno da eleição na Câmara.

Em junho, Cunha saiu de uma reunião com Temer com a expectativa de que, caso renunciasse ao comando da Câmara, o Palácio do Planalto o ajudaria a eleger um de seus aliados: Rogério Rosso. Com ele, esperava percorrer um caminho mais favorável na análise do processo de cassação de seu mandato, que precisa ser votado em plenário.

Após Maia vencer por 285 votos contra 170 de Rosso, Cunha reuniu aliados e mostrou insatisfação com Temer, que arbitrou para ter os dois nomes no segundo turno, mas mudou o humor em favor do candidato do DEM quando sua vitória parecia mais viável. Deputados do "centrão" acreditam, por exemplo, que o apoio do PR a Maia foi estimulado pelo Planalto.

Procurado pela Folha, Cunha afirmou que não participou "de nenhuma articulação nem discussão sobre a eleição" na Câmara.

Maia se elegeu com apoio de PSDB, DEM, PPS e PSB, além de parte do PT e do PC do B. O bloco da antiga oposição vendeu a Temer a ideia de que era preciso tirar o governo "das mãos do 'centrão'".

Curto-circuito à vista



Bernardo Mello Franco - Folha de S.Paulo

No slogan bolado por marqueteiros, a estatal Furnas Centrais Elétricas se apresenta como "a energia que impulsiona o Brasil". Fora da propaganda, a empresa tem impulsionado escândalos em série. A disputa por seus contratos está por trás das maiores crises políticas recentes: o mensalão e o impeachment de Dilma Rousseff. Um novo curto-circuito começa a ser montado pela gestão de Michel Temer.

A guerra pela estatal precipitou os choques entre o deputado Roberto Jefferson e o governo Lula. Os fusíveis se queimaram quando o Planalto decidiu substituir o diretor Dimas Toledo, que era ligado ao tucanato mineiro e também prestava serviços ao PTB. Irritado, Jefferson passou a contar o que sabia sobre a distribuição de mesadas no Congresso.

No segundo mandato de Lula, Furnas passou à influência do deputado Eduardo Cunha. Sua cruzada contra a presidente Dilma Rousseff começou quando ela decidiu tirá-lo de perto dos cofres da estatal.

"Dilma teve praticamente que fazer uma intervenção na empresa para cessar as práticas ilícitas, pois existiam muitas notícias de negócios suspeitos e ilegalidades", contou o ex-senador Delcídio do Amaral aos procuradores da Lava Jato. "Esta mudança na diretoria de Furnas foi o início do enfrentamento de Dilma Rousseff com Eduardo Cunha", acrescentou.

Delcídio também ligou o senador Aécio Neves a suspeitas de desfalques na estatal durante o governo Fernando Henrique Cardoso. O Supremo Tribunal Federal instaurou inquérito para investigar o tucano.

Na semana passada, Temer anunciou que entregará Furnas à bancada do PMDB na Câmara, um aglomerado de aprendizes de Cunha. "Vou devolver a estatal a eles. Furnas pode ser mais expressiva politicamente do que o Turismo. Tem Chesf, Eletronorte, Eletrosul, Itaipu...", disse o interino ao jornal "O Estado de S. Paulo". No dialeto de Brasília, "expressiva politicamente" quer dizer isso mesmo que você está pensando.

Troca de favores e corrupção



De artigo de Tostão na Folha de S.Paulo deste domingo;

[...]

A Lava Jato precisa chegar ao futebol, antes que criem leis para obstruir as investigações da Justiça. É urgente também a aprovação das dez leis contra a corrupção, proposta pelo Ministério Público, que está parada no Congresso.

Formado por atuais e ex-atletas, o Bom Senso F. C., que tem visão crítica e contribuído para melhorar o futebol, não deveria acabar. Outro dia, um jornalista me perguntou por que não participo. Porque, como colunista, preciso ter total independência, sem nenhum constrangimento, para elogiar ou criticar, seja quem for. Pela mesma razão, já recusei trabalhar na CBF como coordenador técnico, prêmios, homenagens e evito ir a eventos e festividades ligadas ao futebol.

Às vezes, me faço concessões, como a de ter ido recentemente, com prazer e orgulho, colocar meus pés na calçada da fama dos jogadores que fizeram a história do Cruzeiro.

No passado e no presente, em todas as atividades, ligadas ou não ao futebol, existem muitas pessoas que se emocionam, fazem belos discursos éticos e sociais, mas que, em suas atividades, se comportam de uma maneira bem diferente do que falam.

Os príncipes falantes



Carlos Brickmann

Não, nada de imaginar uma delação premiada de Marcelo Odebrecht, o Príncipe dos Empreiteiros: ele até pode ser o porta-voz do grupo, mas eventuais confissões serão de toda a família e de toda a empresa. Basicamente, a Odebrecht vai revelar um dos grandes segredos dos Governos petistas, o esquema imaginado e implantado pelo então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

Segredo, aliás, que só existia para quem não leu o livro Assassinato de Reputações, do ex-secretário nacional da Justiça, Romeu Tuma Jr., com texto do jornalista Cláudio Tognolli: "A PF, como instrumento pessoal de pressão e intimidação"; "é o braço armado e indispensável ao projeto de poder"; a PF de Márcio Thomaz Bastos, "arrecadadora para o projeto do PT e sua equipe de arrecadadores".

Nas revelações, é citado Naji Nahas como "um dos principais agentes arrecadadores de Marcio Thomaz Bastos". Mais uma citação: "Naji Nahas era muito amigo da família Schahin e tentou intermediar um ‘acordo’ entre Lucio Funaro, a família Schahin e Eduardo Cunha".

Aconteça o que tiver acontecido, da forma que tenha ocorrido, a Odebrecht sabe. E o revelará pelas seguras palavras de Marcelo Odebrecht.

Alerta Petrobras!



Carlos Chagas

Em palestra realizada em Washington o juiz Sérgio Moro declarou que nos contratos celebrados pela Petrobras, o pagamento de subornos era a regra, não a exceção. Será possível que nenhum governo, de Dilma Rousseff para trás, tivesse conhecimento dessa ladroagem?

Não se trata de acertar contas com o passado. Fosse essa a necessidade e estaríamos na obrigação de rever as contas de Tomé de Sousa.

O que não dá para aceitar é saber que Dilma Rousseff teve a Petrobras a seus cuidados, foi ministra de Minas e Energia, chefe da Casa Civil e presidente da República. O caso não é de bater em quem se encontra exangue, derrotada e prestes a sumir da História. Mas de examinar nos mínimos detalhes a performance da petroleira, ao menos nos últimos dez anos. O prejuízo dado pela Petrobras aos cofres públicos serviria para equilibrar qualquer crise econômica porventura registrada entre nós.

Por que a referência à maior das empresas nacionais? Porque lá nos escaninhos mais escuros do governo Michel Temer, prepara-se o maior dos golpes contra a Petrobras. Dentro da diretriz de entregar tudo o que é público ao capital privado, de preferência estrangeiro, a quadrilha que administra o país determinou como climax de sua atuação a cessão da Petrobras aos Estados Unidos, Inglaterra, China e outros parceiros. No governo Fernando Henrique isso quase aconteceu, mas agora o ímpeto surge bem maior. O novo argumento é o velho: que a empresa dá prejuízo. E tudo o que dá prejuízo deve ser lançado ao mar.

Não se dão conta de que os bebês dão prejuízo. É preciso gastar com eles leite, mamadeiras, fraldas e tudo o mais…

É bom tomar cuidado antes que tamanha barbaridade aconteça, pois já está em desenvolvimento. A primeira fase é desmoralizar a Petrobras, o que já vem sendo feito. Para evitar reações, mesmo em tempos de crise, aumentaram sua verba publicitária, distribuindo dinheiro farto para jornais, revistas, emissoras de televisão, rádio e demais veículos de comunicação. Até jornalistas amigos e amestrados são objeto de doações. Logo, alegando o alto custo das operações de produção de petróleo, começarão a demolição. Alerta, Petrobras!

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