Um onça pintada, mascote do CIGS e animal símbolo das unidades de selva na Amazônia, teve ontem um dia nada ecológico e acabou perdendo a vida por falta de bom senso dos militares. É sabido que onça tem um medo ancestral do fogo e não existe nada que a amedronte mais do que as chamas. Mas como o animal era uma grande atração nas solenidades cívicas, foi levado a interagir com a Tocha durante a passagem do fogo olímpico pelo CIGS. Estressado,se soltou da coleira e fugiu sendo caçado nas dependências da unidade, quando atacou um militar e teve de ser abatido a tiros. A onça não sabia o que é uma Tocha Olímpica, mas sabia que o fogo é seu pior inimigo e que tinha de fugir dele, a qualquer custo. Animal adestrado não foge e nem ataca a não ser tomado por intenso estresse. Só os militares do Cigs não sabiam disso.

Para o biólogo Adrian Barnett, especialista em mamíferos da Amazônia, a morte lamentável da onça Juma, do Centro de Instruções de Guerra na Selva (Cigs), durante o espetáculo referente à passagem da Tocha Olímpica por Manaus, foi causada por grande estresse gerado pelo fogo e pela multidão a que não estava acostumado o animal.

Nota do Comando Militar da Amazônia (CMA) confirmou a morte de Juma por um tiro de pistola depois que ela se soltou e atacou um militar. Segundo Adrian, o Cigs errou ao expor o animal silvestre ao fogo, à multidão e ao barulho. O veterinário Marcelo Peres concorda com o biólogo e observa que a onça é diferente, por exemplo do cachorro, que convive com o ser humano e não se importa com o barulho. O Cigs já abriu processo administrativo para apurar o caso de Juma.

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