Regionais : Lula volta a atacar Congresso: “Deputados picaretas”
Enviado por alexandre em 11/06/2016 11:51:04

Lula volta a atacar Congresso: “Deputados picaretas”



"É só olhar para a cara deles para saber que os 300 picaretas que eu falei em 1994 aumentaram um pouco"
Folha de S.Paulo – Catia Seabra, Carolina Linhares, Paula Reverbel e Reynaldo Turollo JR.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reassumiu o discurso de oposição em ato contra o governo do presidente interino, Michel Temer (PMDB), e reeditou o ataque ao Congresso feito há 22 anos chamando os deputados de picaretas.

"É só olhar para a cara deles para saber que os 300 picaretas que eu falei em 1994 aumentaram um pouco", disse, em discurso na avenida Paulista na noite desta sexta-feira (10).

O protesto, segundo os organizadores, reuniu cerca 100 mil pessoas, mas havia grandes espaços vazios na avenida. A PM não divulgou estimativa de público.

Numa fala em que voltou a admitir uma candidatura à Presidência em 2018, Lula criticou a montagem do ministério de Temer. O petista afirmou que, com José Serra (PSDB) à frente do Ministério das Relações Exteriores, o país voltou a sofrer do "complexo de vira-lata".

"Se a solução deste país fosse diminuir ministério, era melhor tirar o da Fazenda, do Planejamento, e deixar o dos pobres", completou, ao criticar a extinção da pasta de Direitos Humanos.

Segundo o petista, os "coxinhas" que pediam a saída de Dilma Rousseff hoje têm vergonha de dizer que querem Temer. Seu discurso focou mais em criticar o presidente interino do que em defender a presidente afastada.

Nos últimos dias, Dilma havia dito que viria ao protesto, por pressão da organização, mas avaliou que não era apropriado porque não queria se associar a discursos mais radicais.

Lula afirmou que não poderia reivindicar o "Fora, Temer", mote do protesto, porque "não ficaria bem". E emendou: "Temer, você é um advogado constitucionalista, você sabe que não agiu correto. Por favor, permita que o povo retome o poder para Dilma e participe em 2018 das eleições."

Diferentemente de membros da CUT que discursaram antes dele e defenderam a construção de uma greve geral contra o governo, Lula disse que não proporia essa medida.

"Eu não posso falar em greve geral porque eu não estou dentro da fábrica, e aposentado não faz greve", afirmou. A Folha apurou, no entanto, que o entorno do ex-presidente avalia que não há musculatura para parar o país agora.

Em vários momentos, o ato na Paulista, que atraiu um grande número de pessoas ligadas ao PT, pareceu um comício do partido. O mote "Fora, Temer" deu espaço a gritos de "Volta, querida".

Alguns partidos e movimentos de esquerda, como o PSTU, não engrossaram o protesto anti-Temer porque não endossam a volta do governo petista.

A tese de convocar novas eleições ou realizar um plebiscito, defendida por alguns setores, não foi abraçada nos discursos


Janot pede que STF envie caso de Lula a Moro



Folha de S.Paulo - Márcio Falcão e Valdo Cruz

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou parecer pedindo que o STF (Supremo Tribunal Federal) encaminhe para o juiz Sergio Moro a denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista é acusado de ter atuado para evitar a delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró na Lava Jato.

Segundo a Folha apurou, a tendência é de que o ministro Teori Zavascki, relator do processo, encaminhe a acusação nos próximos dias para a Justiça do Paraná.

A denúncia envolve ainda Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) que perdeu a vaga no Senado após virar delator do esquema de corrupção. Com a cassação de mandato de Delcídio, não há mais acusados com foro privilegiado.

A denúncia ainda tem como alvo o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, seu filho, Maurício Bumlai, o banqueiro Andre Esteves, e Diogo Ferreira, ex-assessor de Delcídio. A ideia seria evitar que fossem delatados pelo ex-diretor.

Segundo a Procuradoria, eles teriam atuado para comprar por R$ 250 mil o silêncio de Cerveró.

A PGR afirmou ao STF que Lula "impediu e ou embaraçou investigação criminal que envolve organização criminosa, ocupando papel central, determinando e dirigindo a atividade criminosa praticada por Delcídio do Amaral, André Santos Esteves, Edson de Siqueira Ribeiro, Diogo Ferreira Rodrigues, José Carlos Bumlai, e Maurício de Barros Bumlai", e pede a condenação de todos por obstrução da Justiça.

Os investigadores analisaram e-mail, extratos bancários, telefônicos, passagens aéreas e diárias de hotéis.

Esse é o segundo parecer encaminhado ao Supremo por Janot pedindo que as investigações envolvendo Lula fiquem na Justiça do Paraná. Além da denúncia, Lula é alvo de inquéritos que apuram seu suposto envolvimento na Lava Jato, que estão parados no Supremo desde que o Teori acolheu uma representação da presidente afastada Dilma Rousseff pedindo a anulação da decisão de Moro que derrubou o sigilo dos grampos envolvendo Lula e autorizou a divulgação dos diálogos de Lula. A PGR pede que a ação seja rejeitada pelo Supremo.

O relator considerou ilegal a divulgação das interceptações e quer avaliar de quem é a competência para continuar as apurações envolvendo Lula: se o caso ficará no Supremo ou se permanecerá na Justiça do Paraná.

Serão analisadas investigações como as ações da 24ª fase da Lava Jato, que tiveram o petista, pessoas próximas, empresas e imóveis como alvo, além de casos conexos.

A decisão do ministro foi motivada porque pessoas com o chamado foro privilegiado, que só podem ser investigadas com aval do STF, foram alcançadas nas apurações da força-tarefa da Lava Jato, especialmente Dilma.
Isso ocorreu em meio a nomeação de Lula para a Casa Civil, logo depois de ter sido alvo da Lava Jato. A posse foi suspensa por decisão liminar (provisória) do ministro Gilmar Mendes que apontou indícios de desvio de finalidade na indicação, que teria objetivo de tirar Lula das mãos de Moro.

Em depoimento à PGR, Lula disse que jamais discutiu com Delcídio a tentativa de obstruir a delação de Cerveró. A defesa de José Carlos Bumlai tem negado acusações. A defesa de André Esteves declarou que ele não cometeu nenhuma irregularidade.


Fracasso na economia dificulta retorno de Dilma



Admitir antecipar eleição revela incapacidade de governar até 2018

Blog do Kennedy

O fracasso de Dilma Rousseff na economia dificulta a ideia de tentar antecipar a eleição presidencial de 2018. A presidente afastada propôs uma “consulta popular” a respeito desse tema em entrevista à TV Brasil.

A ideia é uma tentativa do PT de conseguir 27 votos no Senado para barrar a aprovação do impeachment. Dilma vinha sofrendo pressão de parcela do partido para fazer essa proposta desde o início do ano, quando ficou claro que o pedido de impeachment seria aprovado. Mas ela resistiu.

Auxiliares avaliavam que, no cargo, uma proposta desse tipo teria mais força. Hoje, afastada, a proposta tem menos peso. E também funciona como uma confissão de que não teria como governar até o fim de 2018. Apesar de ser um gesto para tentar reverter a aprovação do impeachment, é baixa a chance de sucesso da articulação. Há obstáculos demais.

Teria de ser aprovado um plebiscito pelo Congresso. Dilma teria de marcar data de entrada e também de saída do governo, porque há o medo de que, se barrar o impeachment, ela abandone essa articulação.

Haveria impacto negativo sobre a economia. O mercado financeiro e o empresariado aprovam e apoiam a equipe econômica de Michel Temer. O presidente interino também teria de concordar em abrir mão do poder caso voltasse a ser vice.

Dilma pensa em escrever uma espécie de carta com compromissos para dizer o que faria num eventual retorno ao Palácio do Planalto, mas a credibilidade dela foi consumida pelo fracasso na economia. Só um impacto tremendo da Lava Jato sobre o governo Temer e a classe política daria alguma chance de êxito a essa ideia de antecipar a eleição presidencial.

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