Cunha: não renuncia e avisa que vai recorrer
Postado por Magno Martins
O Globo - Leticia Fernandes
Minutos após ser afastado por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do mandato e da presidência da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi à porta da residência oficial do presidente da Casa, em Brasília, para reiterar que "não renunciará a nada" e que vai recorrer da decisão. Ele abriu fogo contra o PT, a quem acusou de "retaliar" apenas por "querer companhia no banco dos réus". Cunha disse que desde que comandou a sessão do impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário, que fez o processo avançar para o Senado, sabia que haveria "reação" do governo.
Eduardo Cunha, que deixa a linha sucessória da Presidência da República em caso de ausência do mandatário e do vice-presidente, afirmou que em "nenhuma possibilidade" renunciará nem ao mandato de deputado federal, nem à presidência da Câmara. Seu mandato para a presidência acaba em fevereiro de 2017.
Junto à mulher, Cunha assistiu o julgamento calado
Postado por Magno Martins
Eduardo Cunha assistiu praticamente calado à decisão do STF de apeá-lo da Câmara. No espaçoso sofá de quatro lugares da residência oficial, estavam só ele e sua mulher, Claudia Cruz, num contraste com o assédio dos últimos tempos. Cunha, um dos mais poderosos líderes da história do Legislativo, perdeu o reinado 18 dias depois de votar o impeachment de Dilma. No Palácio do Jaburu, o sentimento é dúbio: Temer pode ter se livrado de um peso, mas ficou sem sua locomotiva na Câmara.
Cunha era a garantia de que o vice conseguiria aprovar, a toque de caixa, propostas como a reforma da Previdência. “Ninguém manuseava a máquina de votos como ele. Dificuldades virão”, admite um fiel escudeiro de Temer.
Cunha tem segredos do PMDB e mais de cem deputados
Postado por Magno Martins
Blog do Kennedy
Para a presidente Dilma Rousseff, a queda de Cunha é uma decisão que chega tarde. E não deve interferir no destino do processo de impeachment no Senado, que deverá afastá-la do cargo na semana que vem. Se o Supremo tivesse tirado Cunha de cena antes da votação do impeachment na Câmara, talvez a história fosse outra.
Agora, há apenas um certo sabor de vingança. Dilma e Cunha, que brigaram tanto nos últimos dois anos, caem juntos.
Para o vice-presidente Michel Temer, é uma boa notícia à primeira vista. Sairá de cena um aliado incômodo, com capacidade para atrapalhar o futuro governo. Mas Cunha é detentor de segredos do PMDB e de mais de uma centena de deputados.
Uma eventual delação premiada não pode ser descartada. Isso vai depender da reação de Cunha nos próximos dias. O peemedebista responde a graves acusações de corrupção e perdeu seu palco político.
Cunha e Waldir Maranhão foram surpreendidos por oficiais de Justiça quase que simultaneamente, por volta das 6h da manhã. O primeiro deu chá de cadeira no emissário de Teori Zavascki enquanto tentava entender o que se passava.(Coluna Radar - Folha de S.Paulo)
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