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Enviado por alexandre em 05/05/2016 08:22:07

Renúncia ronda o Planalto

Apesar das negativas de Dilma e da sua equipe, não se fala em outra coisa em Brasília que não seja seu gesto extremo da renúncia ao cargo. Na sexta-feira, antes da votação do relatório do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) pela admissibilidade do impeachment, ela faria um pronunciamento à Nação comunicando a decisão. Dilma não é de renunciar, a palavra renúncia não existe em seu dicionário, sustentam aliados mais próximos.

Mas diante do afunilamento do processo, sem a menor chance de escapar em nenhuma instância, nem na comissão nem muito menos no plenário do Senado, a presidente pode rever conceitos, mudar estratégia, adotar outro rumo. Para o historiador Marco Antônio Villa, comentarista do jornal da Cultura, o governo Dilma derreteu.

“Com uma situação de impopularidade nunca antes vista na história do Brasil e envolvido em um escândalo gigante da magnitude da Petrobrás, o Governo de Dilma caminha para uma única saída, a renúncia”, diz Villa. Uma das jornalistas mais bem informadas do Pais, a colunista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, aposta na possibilidade da renúncia antes de o relatório ser votado no Senado.

Segundo ela, dirigentes históricos e ligados ao ex-presidente Lula acreditam que Dilma pode ser levada a uma atitude extrema. Dilma se retiraria para evitar uma conflagração no País. A presidente tem repetido que não renunciará ao mandato em nenhuma hipótese. João Goulart, em 1964, optou por fugir do País a reagir às forças militares que implantaram a ditadura.

Alegou que não queria um banho de sangue. Pode ser o mesmo caminho de Dilma, que, porém, não sairia do País. Aliados da presidente, que são mais dilmistas do que petistas, afirmam que petistas, inclusive de proa, querem se livrar da presidente. Petistas avaliam que, com Michel Temer no Governo, o alvo não será mais o PT. O partido deixará de ser vidraça e passará a ser estilingue.

Dilmistas sugerem que a presidente está acompanhando dois movimentos — o dos petistas, que planejam deixá-la na chapada, como culpada pelo caos do Governo, e o dos aliados do vice-presidente. Publicamente, Dilma afirma que não renuncia de maneira alguma, para não ficar como uma espécie de “covarde”, uma Jânio Quadros de saia.

Privadamente, entre seus mais íntimos, cogita renunciar e, em seguida, conceder entrevistas indicando que não tem nada a ver com o que houve no seu Governo em relação aos escândalos. O legado seria do Lulopetismo. O líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), foi categórico ao afirmar que Dilma não pensa em renúncia. “Ela não renunciará, porque não quer atribuir legitimidade ao golpe que estão promovendo contra seu Governo”, disse. O líder do Governo no Senado, Humberto Costa (PT), também descartou. “Não passa a renúncia pela sua cabeça”, garantiu.

CARTEL – Peritos da Polícia Federal concluíram que o chamado "Clube das Empreiteiras" agiu para garantir que o consórcio formado pelas empreiteiras Odebrecht e OAS (Rnest/Conest) ganhasse licitações para obras na Refinaria Abreu e Lima. A ação em cartel fez com que o valor de referência do certame subisse e também propiciou lucro, em média, três vezes maior para as empresas. “De posse das informações privilegiadas e em conluio com outras empresas as Construtoras Norberto Odebrecht e OAS puderam impor propostas com preços majorados, aumentando o potencial de lucro na execução dos contratos de R$ 1.164.691.321,42”, afirmam os peritos da Polícia Federal.

Cabeça a prêmio– O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, agendou para hoje o julgamento do pedido da Rede Sustentabilidade para afastar o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara. A ação da Rede, protocolada terça-feira passada, no Supremo, está sendo relatada pelo ministro Marco Aurélio Mello. O partido argumenta que, em razão de ser réu em uma ação penal da Lava Jato, o peemedebista não pode estar na linha sucessória à Presidência da República.



Mendonça na Educação- Entre todos os nomes de Pernambuco já ventilados para o Ministério de Temer, o único que estaria praticamente confirmado é o do deputado Mendonça Filho, escolhido para Educação. Roberto Freire, que é pernambucano, mas hoje atuando em São Paulo, também está confirmado para Cultura, dentro da cota do PPS. As confirmações oficiais, entretanto, somente serão feitas na próxima semana, após a aprovação do impeachment no plenário do Senado.

Encontro socialista– Prefeitos do PSB de todo o País têm encontro hoje em Brasília, no hotel Nacional. Na pauta, orientação sobre as mudanças nas regrais eleitorais para o pleito deste ano. O prefeito do Recife, Geraldo Júlio, já confirmou a sua presença, mas o governador Paulo Câmara não baterá o ponto. Alegou que já havia marcado compromissos inadiáveis no Estado.

Postura de estadista – Na conversa que teve, ontem, com o vice-presidente Michel Temer, o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB) deixou o futuro presidente bastante à vontade ao afirmar, de largada, que não estava pleiteando cargos. Uma postura bem diferenciada de muitos políticos que estiveram recentemente com Temer, exigindo cargos e outras benesses. Jarbas, na verdade, como grande estadista, tratou do País, que atravessa gravíssima crise.



CURTAS

DÍVIDAS RURAIS– A Medida Provisória que trata das dívidas dos produtores rurais foi aprovada, ontem, na Câmara dos Deputados. Os deputados aprovaram emendas prorrogando o prazo para o Cadastramento Ambiental Rural (CAR) e a lei da subvenção da cana do Nordeste, que não foi paga pelo Governo. A votação se deu por meio de acordo entre as lideranças partidárias. Somente o PSOL votou contra.

ESTRADA- O DER, órgão ligado à Secretaria Estadual de Transportes, intensificou os serviços de conservação de um trecho de 30 km da BR-101, que vai de Cajueiro Seco - Jaboatão dos Guararapes - até o Hospital Miguel Arraes - Paulista. Diariamente, cerca de 50 mil veículos circulam naquela área, sendo 20% de caminhões.

Perguntar não ofende: O Supremo impõe hoje a primeira derrota a Eduardo Cunha?

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