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Enviado por alexandre em 04/05/2016 08:42:08

Cerveró: pagou propina a Renan, Jader e Delcídio

Postado por Magno Martins

Pagamento para permanecer em diretoria da Petrobras teria sido realizado durante jantar

O Globo - Carolina Brígido

O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró disse, em delação premiada, que pagou propina no valor de US$ 5,5 milhões ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e aos senadores Jader Barbalho (PMDB-PA) e Delcídio Amaral (sem partido-MS). Em troca, teria recebido apoio para se manter na Diretoria Internacional da Petrobras. O pagamento teria sido realizado em um jantar na casa de Jader, em Brasília.

A promessa do pagamento de propina teria sido acertada também em um jantar na casa de Jader, em 2006, no qual também estariam presentes Renan, o ex-senador Sérgio Machado e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Na ocasião, Cerveró prometeu pagar US$ 6 milhões aos políticos do PMDB. Eles gastariam o dinheiro em campanhas eleitorais.

O dinheiro da propina teria sido proveniente de contratos firmados pela Petrobras nas aquisições de dois navios-sonda. Também na delação, Cerveró disse que o negócio rendeu propinas no valor total de US$ 20 milhões. Do total, US$ 5 milhões teriam ido para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que responde a inquérito no STF por conta dos indícios de recebimento de propina. O restante do dinheiro desviado do contrato é alvo de investigação conduzida pelo juiz federal Sérgio Moro, que comanda a Lava-Jato no Paraná.

Feito o afastamento Dilma não volta, diz Temer

Postado por Magno Martins

"Feito o afastamento, [Dilma Rousseff] não volta". A previsão sobre o futuro da presidente foi feita nesta terça-feira (3), à Folha, pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). O tucano evitou criticá-la pessoalmente, mas atribuiu ao "lulopetismo" a crise econômica e social mais grave dos últimos 80 anos.

Um dos nomes do PSDB para concorrer ao Planalto em 2018, Alckmin falou com a reportagem enquanto tomava um café em uma lanchonete de Brasília. Havia acabado de deixar a reunião em que o seu partido fechou o documento que lista uma série de propostas a um eventual governo Michel Temer (PMDB).

Ele voltou a defender que os tucanos não indiquem nomes para um ministério de Temer. E ainda receitou uma política fiscal dura como saída para a crise.

Como avalia este momento, em que há um governo vigente e outro sendo arquitetado?

É difícil. O processo de afastamento ainda não se completou, mas, diferentemente de uma eleição, que quando termina você tem meses para se preparar, agora só se terá confirmação [de nova gestão] no dia do impedimento. Acho que, feito o afastamento, [Dilma] não volta. Acompanhei como deputado o processo do Collor, e o afastamento é praticamente definitivo.

Como avalia a atuação da presidente nesse cenário?

Tivemos uma policrise: política, ética, policial e uma grande crise econômica, e por consequência social, com quase 12 milhões de desempregados. No sistema parlamentarista o governo teria sido substituído há um ano. No presidencialista, há o impeachment, está na Constituição. Fato é que o lulopetismo levou, talvez, à situação economico-social mais grave dos últimos 80 anos.

Como vê a composição do eventual governo Temer?

Há um princípio em medicina –em homenagem ao presidente Temer, que gosta de latim–: 'sublata causa tollitur effectus'. Ou: suprima a causa que o efeito cessa. Se não fizermos a reforma política, os velhos fantasmas podem aparecer de novo. É muito difícil a governabilidade com 25 partidos na Câmara.

O PSDB tem dito que não indicará nomes...

É o correto. O PSDB deve apoiar as medidas de interesse do país sem precisar de nada em troca. Para defender o interesse público não é preciso ter cargos.

Mas tucanos são cotados. José Serra é nome certo.

Essa é uma decisão pessoal, que é respeitada. Ele é um grande quadro.

Como tem visto as medidas sinalizadas para a economia?

O início do governo é importante em termos de confiança. O que poderia rapidamente ajudar na recuperação do emprego? Comércio exterior, aproveitar o câmbio, e obras de infraestrutura e logística.

Mas não há dinheiro...

Precisa ter crédito, fazer PPP, concessões, desburocratizar... Outra medida, que não se resolve em 24 horas, é o modelo político.

Como assim?

O modelo brasileiro era de política fiscal frouxa e gasto público aumentando enormemente. Na política monetária, o maior juro do mundo; na cambial, moeda sobrevalorizada. É evidente que não cresce. Defendo uma política fiscal dura, imposto para baixo, juro para baixo...

Políticos tendem a ter medo de medidas amargas. Temer terá coragem?

Mário Covas [governador paulista morto em 2001 e padrinho político de Alckmin, que era seu vice] dizia que o povo erra menos que as elites. Há muita demagogia.

Explicando direitinho a necessidade, a população entende. É preciso ter coragem de enfrentar os corporativismos.

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