Serra já chamou Meirelles de "ignorante"
Postado por Magno Martins
Folha de S.Paulo
Escolhido para conduzir a política econômica em um eventual governo Michel Temer (PMDB), o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles já foi chamado de "ignorante" por seu possível futuro parceiro na área: o senador José Serra (PSDB).
Em evento com empresários em outubro do ano passado, Serra foi duro: "Não lembro de presidente do Banco Central tão ignorante ou comprometido com especulação cambial como esse senhor", declarou.
Na época, Meirelles era cotado pela presidente Dilma para assumir a Fazenda no lugar de Joaquim Levy. Seu nome era defendido por Lula, seu "padrinho" nos oito anos de gestão do BC, mas Nelson Barbosa (ex-Planejamento) ficou com a vaga.
Hoje, nas negociações para a formação da equipe de Temer, Meirelles volta a ser o favorito para a Fazenda. Serra já apareceu entre os cotados para a pasta –sua indicação era referendada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo ex-BC Armínio Fraga. Porém, deve ficar com um Ministério das Relações Exteriores "turbinado", incorporando a área de comércio exterior.
Governo libera verba orçamentária a congressistas
Postado por Magno Martins
Folha de S.Paulo
A poucos dias de seu provável afastamento, a presidente Dilma Rousseff acelerou a liberação de verbas orçamentárias de interesse direto de deputados e senadores, conhecidas como emendas parlamentares.
Somente na última sexta-feira (29), o Executivo autorizou gastos de R$ 55,7 milhões destinados ao atendimento de despesas da cota individual de cada congressista no Orçamento de 2016.
Até então, o total autorizado (empenhado, no jargão técnico) para essa modalidade de gasto não passava de R$ 8,3 milhões. Em 2015, os empenhos até abril somavam apenas R$ 4,8 milhões.
A liberação de recursos para emendas –dedicadas, em geral, a obras e projetos nas bases eleitorais dos políticos–é um instrumento tradicional de negociação entre o governo e o Congresso.
Em abril, a agenda legislativa do Planalto se concentrou na tentativa fracassada de barrar o avanço do processo de impeachment de Dilma. Os principais contemplados pelas verbas autorizadas no último dia útil de abril pertencem, na grande maioria, a partidos que fazem ou fizeram parte da base de apoio à presidente.
Predominam na lista deputados das regiões Norte e Nordeste, onde a petista concentrou a busca de votos. Mas vários dos que abandonaram Dilma e votaram por seu afastamento também tiveram emendas atendidas.
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