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Enviado por alexandre em 20/04/2016 09:20:58

SAC: Dilma e Lula caíram na armadilha de Temer

Postado por Magno Martins

Leandro Mazzini - Coluna Alvorada

A presidente Dilma e o ministro extraoficial Lula caíram como patos no plano de voo do vice-presidente Michel Temer e Mauro Lopes (PMDB-MG).

O deputado assumiu a Aviação Civil (SAC) com o consentimento de Temer, e o PMDB lançou o discurso de desobediência.

Deste modo, Temer segurou a SAC para Dilma não negociá-la com outros partidos. A Aviação é reduto de apadrinhados do vice, do primeiro ao quarto escalão, e ele ainda controla a pasta – basta lembrar que por lá passaram Moreira Franco e Eliseu Padilha, da tropa de Temer.

Mauro cumpriu o acordo até a última hora, manteve o grupo na pasta e partiu para o abraço para o chefe.

Prova do acordo é que não há nenhum processo no PMDB de expulsão de Mauro Lopes por ter 'contrariado' a ordem do comandante do partido.

A salvação já começou

Postado por Magno Martins

Bernardo Mello Franco - Folha de S.Paulo

Os petistas ainda não limparam as gavetas, mas o novo regime já começou a implantar sua doutrina de salvação nacional. O primeiro na fila de resgate é o deputado Eduardo Cunha. Depois de seis meses de manobras, ele está prestes a se livrar de vez do processo por quebra de decoro parlamentar.

A nova fase da Operação Salva Cunha foi deflagrada no domingo. Enquanto o país assistia ao show do impeachment, aliados negociavam um ponto final às investigações contra o peemedebista. A ideia é premiá-lo com uma "anistia" pelo empenho para derrubar Dilma Rousseff. "Todo mundo sabe que sem Eduardo Cunha não teria impeachment", disse o deputado Paulinho da Força. "Ele merece ser anistiado", defendeu.

Horas depois de ser chamado de "gângster", "bandido", "canalha" e "ladrão" em rede nacional, o presidente da Câmara acordou fortalecido na segunda-feira. Ontem seu aliado Waldir Maranhão levou a pizza ao forno.

Com o Congresso esvaziado, escalou um colega para anunciar novas amarras ao Conselho de Ética. Mesmo que o processo vá adiante, Cunha já tem maioria para trocar a cassação por uma pena mais branda.

Para isso, conta com a cumplicidade da oposição, que parou de atacá-lo, e do velho aliado Michel Temer, prestes a se tornar usufrutuário da faixa presidencial. O Supremo continua a lavar as mãos. O pedido para afastar Cunha está na corte desde dezembro, sem data para ser julgado.

Em outra frente, os salvacionistas articulam um enterro para o processo de cassação da chapa Dilma-Temer no TSE. No dia 13, o ministro Gilmar Mendes ressuscitou a ideia de separar as contas da presidente e do vice. "Inicialmente o tribunal tem uma posição contra a divisibilidade da ação, mas certamente agora podemos ter um quadro novo", afirmou.

O quadro novo é o PMDB no comando, sem intermediários. Como disse o correntista suíço, ao votar a favor do impeachment: "Que Deus tenha misericórdia desta nação".


O hipotético ministério de Temer

Postado por Magno Martins

Elio Gaspari - Folha de S.Paulo

O início da tramitação do impedimento de Dilma Rousseff ainda não completou uma semana e o entorno do vice-presidente Michel Temer conseguiu adicionar um problema a um país que tem duas epidemias, recessão, desemprego e governos estaduais quebrados. O problema novo é um ministério virtual posto em circulação. Serve como instrumento de propaganda, mas agrava uma confusão que poderá se arrastar até outubro.

Já são mais de 20 os nomes que rolam na praça, alguns deles saídos de conversas no Jaburu, que de palácio não tem nada –é, quando muito, um esbanjamento de dinheiro público. (A casa é uma flor da gastança da ditadura). Trata-se de uma lista malandra, destinada a criar expectativas individuais (no caso de quem espera ser ministro) ou esperanças coletivas (nos poucos casos de gente que se espera ver no ministério). Por isso, aqui só será mencionado um deles.

Armínio Fraga tem competência e biografia para ser ministro da Fazenda. Há um mês, a repórter Erica Fraga perguntou-lhe: "O senhor aceita participar de um governo de transição?" Sua resposta, numa entrevista concedida por email, foi curta: "Não."

Colocá-lo como conselheiro ou avalista de outra escolha é o pior caminho para começar uma administração num país quebrado que já passou pela experiência de Joaquim Levy, indicado por Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco.

Em qualquer governo, em qualquer época, quando um presidente termina de armar um ministério descobre que só um terço dos escolhidos estava em sua primeira lista. O segundo terço ficava entre os prováveis e os demais não eram cogitados quando as conversas começaram. Já houve presidente que, ao ser eleito, pensou nomear um cidadão sucessivamente para três ministérios. Não conseguiu colocá-lo em qualquer um deles. Ministério não é como boleto de Mega-Sena, onde o dono pode escrever o que quiser, parece-se mais com um quebra-cabeças que adquire fisionomia na medida em que se vai formando. Temer ainda não sabe sequer quantos ministros terá.

Se isso fosse pouco, formar equipe é uma coisa. Governar com ela é outra e depende do estilo e da decisão do presidente. Ser ministro de Dilma é uma coisa. Ter sido de Lula, bem outra. De Temer, a ver.

Nas listas postas em circulação há nomes que cheiram a simples especulações, outros parecem balões de ensaio e há ainda uns poucos capazes de alimentar esperanças. À primeira vista, tudo isso é coisa de jornalistas sem assunto. Falso. Mesmo quando os assuntos faltam (e não têm faltado), por trás de quase todas essas listas há sempre alguém que merece crédito pela proximidade que desfruta junto ao astro-rei.

É óbvio que se Dilma Rousseff for afastada, Temer deverá ter um ministério pronto. Outro dia o vice-presidente disse que o país precisa de governabilidade e governança. Associou a governabilidade à harmonização dos conflitos políticos e partidários. Nisso ele é um mestre. Um dos primeiros testes de uma boa governança está na capacidade de um chefe de apontar prioridades, formar uma equipe e, sobretudo, não criar confusões.

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