Regionais : Ideia de jerico, diz Miguel Reale Jr sobre novas eleições
Enviado por alexandre em 09/04/2016 00:28:49


Ideia de jerico, diz Miguel Reale Jr sobre novas eleições



Um dos signatários do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff que foi acolhido pela Câmara dos Deputados, o jurista Miguel Reale Júnior, afirmou, hoje, em São Paulo, que a possibilidade de se ter novas eleições é 'maluquice total, ideia de jerico'. Reale Jr faz palestra "Dilemas Brasileiros" na reunião-almoço mensal do Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP).

"Maluquice, maluquice. Que se tenha um semi-presidencialismo informal pode ser, mas sem reforma constitucional. O Brasil não está no instante para ficar parado fazendo reforma. Imagine o Brasil parado fazendo reforma, parado em um processo eleitoral integral. Quem é que governa, quem é que conduz esse país? O pais derretendo. É maluquice total, ideia de jerico", afirmou Reale Jr.

O jurista anotou. "Se não todos deveriam renunciar a seus mandatos, governadores, deputados. Para que nova eleição? Vem o (senador) Renan Calheiros (PMDB-AL) dizendo que é favorável a isso. Ele é favorável a isso ontem eu quero saber se ele é favorável ao que amanhã? A cada dia ele muda."

A Rede Sustentabilidade, da ex-presidenciável Marina Silva, lançou na terça-feira, a campanha "Nem Dilma, Nem Temer, Nova Eleição é a Solução". PPL e PSB também assinam petição e querem contribuir com denúncias sobre as eleições presidenciais. Aliado do vice-presidente Michel Temer, o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) foi outro que também defendeu a realização de novas eleições presidenciais em outubro deste ano. Pela proposta, o pleito ocorreria simultaneamente com as eleições municipais.

Reale Jr chamou de 'divisão do butim' a troca de cargos que o governo tem feito para atrair o apoio das alas partidárias que ainda resistem a aderir ao desembarque.

"Eu creio que nós estamos assistindo um filminho de faroeste em que se corta a nota de dólar no meio e se entrega a outra metade depois da votação. Mas parece que o vento não está favorável à essa divisão do butim. Cada vez mais se acentua a compreensão da necessidade de tirar a Dilma e salvar o Brasil."

O jurista também se manifestou sobre a delação premiada de executivos da empreiteira Andrade Gutierrez. Segundo o acordo, propina da Petrobrás teria sido transferida como doação legal à campanha eleitoral de Dilma, em 2014. A delação aponta ainda propina de R$ 150 milhões ao PT e ao PMDB sobre contratos da Usina de Belo Monte.

"Isso não é motivo para impeachment, isso é a chapa. E o processo que está tramitando no TSE vai demorar. Hoje mesmo dizem que esse processo só vai ter fim em 2017. Nem começou a instrução ainda. O Brasil não pode esperar até 2017", disse.

Miguel Reale Jr ainda se posicionou sobre o impeachment da presidente Dilma. "Não é mais nem o caso de partido. Lógico que teve partido que decidiu votar a favor do impeachment de forma fechada, como por exemplo, o PV, o PSB. Agora a questão é pessoal. O deputado sabe que vai estar sendo transmitido pela TV a votação em aberto e ele pode escolher entre o bolso e a honra."

Dilma critica clima de "quanto pior, melhor" no país



Em evento hoje ligado aos Jogos Olímpicos no Rio e com a presença de políticos do PMDB, a presidente Dilma Rousseff criticou o chamado "clima de quanto pior, melhor", que, segundo ela, atrapalha a retomada do crescimento econômico do Brasil.

A expressão se refere, entre outras coisas, às chamadas pautas-bomba do Congresso nacional, apresentadas em meio ao processo de impeachment de Dilma. A presidente já havia criticado as mesmas pautas na quinta-feira, em evento no Palácio do Planalto.

"O clima de 'quanto pior, melhor' não interessa ao país. Não interessa à necessária estabilidade econômica e política do país. Se somos capazes de fazer uma Olimpíada, de fazer uma Paraolimpíada, somos capazes de fazer nosso país voltar a crescer", disse Dilma, pedindo diálogo para encerrar o período de recessão econômica.

Dilma participou da cerimônia de inauguração do estádio de esportes aquáticos do Parque Olímpico da Barra, no Rio de Janeiro.

"Para isso, um elemento é fundamental: o elemento da convergência, do diálogo, da parceria. Daí eu digo: este é um momento especial, um símbolo e um exemplo para o Brasil do que é possível fazer quando pessoas de bem se unem", acrescentou.

O evento olímpico contou com a presença do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e do ministro da saúde, Marcelo Castro, ambos do PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer e que desembarcou oficialmente do governo Dilma.

"Nós, brasileiros, apesar de todos os problemas que enfrentamos, temos uma demonstração clara da força e da pujança de nosso país. O Brasil é um país que tem mostrado muita capacidade de entrega e de fazer", discursou Paes .

"Para mim, é um enorme orgulho estar à frente da cidade, ao seu lado, presidente, podendo fazer essas entregas a nossa cidade", completou, referindo-se à presença de Dilma no evento.

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