Regionais : CNA declara apoio ao impeachment
Enviado por alexandre em 06/04/2016 17:20:23

CNA declara apoio ao impeachment



A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se rebelou contra uma de suas integrantes mais importantes e presidente licenciada, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu.

Durante a entrevista à imprensa convocada para comunicar o apoio formal ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, o presidente da entidade, João Martins, afirmou que o setor começa a ser prejudicado pela crise econômica e cobra um pacto nacional pela recuperação do País. Ele afirmou que a ministra se afastou do produtor rural ao continuar a defender o governo.

Martins comentou que a CNA preza pelo equilíbrio, mas disse que depois das declarações de movimentos sociais do campo, que pregaram a violência, não havia mais condições de não ter uma posição clara.

Na semana passada, o secretário de Administração e Finanças da Confederação dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), Aristides Santos convocou, em evento de assinatura de medidas de regularização fundiária, no Palácio do Planalto, invasões de terras de parlamentares ruralistas, chamados por ele como a "bancada da bala" do Congresso, como forma de evitar o impeachment.

"Fomos surpreendidos com o evento no Palácio do Planalto em que se pregou a violência e, dias depois, o ministro da Justiça, em vez de recriminar, defendeu os movimentos como legítimos porque apoiam o governo", afirmou Martins.

"Estudamos entrar com ações contra a Contag e o ministro", observou. Ele disse que nas últimas semanas as pressões da base da CNA aumentaram e depois de uma consulta a todas elas, com exceção do Tocantins (Estado da ministra Kátia Abreu), todas se manifestaram favoravelmente ao impeachment.

O presidente da CNA alegou que o mercado interno está pouco demandado e isso tem afetado a produção agropecuária. Questionado sobre a relação entre a CNA e Kátia Abreu, ele afirmou que esta segue normalmente, com a entidade participando da formulação de políticas importantes para o setor.

"Quando a presidente Kátia Abreu se licenciou, nós separamos as coisas. Ela defende o governo do qual participa, nós defendemos o interesse do setor", explicou o dirigente.

Durante parte da coletiva, ele se esquivou de avaliar a permanência da ministra do governo, mas ao fim do evento, deixou clara a distância entre a CNA e Kátia Abreu.

"Não posso dizer que ela abandonou o produtor, mas se distanciou do produtor rural ao continuar a defender um governo que a cada dia mais está se desintegrando", reforçou. Ele garantiu, ainda, que os produtores rurais e os sindicatos vão participar maciçamente de movimentos sociais no dia da votação do impeachment como forma de pressionar os parlamentares.

Governo não quer impeachment no Senado



Gabriel Garcia

De Brasília

O governo trabalha com um único cenário: derrubar o impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara. Um ministro da cozinha do Palácio do Planalto dizia que, na Câmara, são necessários menos votos – proporcionalmente. Para aprovação do processo, o governo precisa de 171 deputados. Ainda assim, eles não são obrigados a comparecer em plenário. Para a oposição, são necessários 342 deputados.

Caso avance ao Senado, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) determina que o processo será acolhido ou não por maioria simples. Supondo que os 81 senadores apareçam na votação, a oposição precisaria de 41 votos.

Um petista com trânsito no Palácio do Planalto avisou: “Se passar na Câmara, fica difícil derrubar no Senado”.

Parlamentares e servidores fazem protesto contra Cunha



Servidores e parlamentares da Câmara dos Deputados realizam, neste momento, um protesto contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O ato é em resposta a um comunicado enviado ontem pela diretoria-geral, proibindo os funcionários de realizarem manifestações "de apreço ou desapreço" nas dependências da instituição. Segurando faixas e placas de "Fora, Cunha!" e "Não vai ter golpe", os participantes usam mordaças para simbolizar o que consideram ser uma forma de cerceamento da liberdade de expressão.

O líder do PT na Câmara, Afonso Florence (PT-BA), fez coro aos gritos que pediam o afastamento de Cunha, que, segundo ele, age de maneira parcial. Florence acusa o presidente da Casa de permitir a entrada de manifestantes oposicionistas, mas de coibir a manifestação dos que apoiam o governo. "São dois pesos e duas medidas sempre", comentou. No início do ato, a deputada Érica Kokay (PT-DF) chamou Cunha de "tirano". Ela afirmou que funcionários estão sendo ameaçados de serem fotografados e demitidos caso descumpram as regras.

Marco Maia (PT-RS), que já foi presidente da Casa entre 2011 e 2012, disse que a proibição é um "exagero". "A Câmara é um espaço de diálogo, de manifestação ativa dos cidadãos. O que a gente espera é que Cunha reveja essa decisão. É preciso permitir o livre pensamento de qualquer cidadão, seja ele servidor ou não. Na minha gestão, tivemos diversos temas polêmicos, mas nunca chegamos a proibir nada". Sobre possíveis confrontos, Maia considera que é uma questão de organização. "Não é proibindo que vamos evitar isso", disse o parlamentar.

Para Chico Alencar (PSOL-RJ), "está acontecendo a negação da cidadania mais básica aos servidores". "Eu, que vivi no tempo da ditadura militar, acho que o que mais conta contra o ambiente democrático é o medo e a truculência. Cunha é a materialização disso. É um desastre. Ele deveria ser o primeiro a sofrer impeachment." Já a deputada Maria do Rosário (PT-RS) afirma que a medida vai contra a Constituição. "Tentar amordaçar os servidores é o mesmo que dizer que eles não podem expressar sua opinião política, o que é inconstitucional."

Na nota enviada pelo diretor-geral, Romulo de Sousa Mesquita, ele destaca que a proibição vem "de ordem do presidente da Câmara", com respaldo no artigo 37 da Constituição Federal e no artigo 16 do Regimento Interno da Casa. De acordo com o texto, "as manifestações são livres para os mesmos servidores, enquanto cidadãos, desde que fora da Câmara e do expediente de trabalho." No início da semana passada, um novo pedido de impeachment da presidente Dilma gerou tumulto na Câmara entre militantes contrários e a favor do tema.

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