Entrevista Marco Maia – ‘Espaço do PMDB no governo não precisa ser forçado’ Um dia após a votação que aprovou o salário mínimo de R$ 545, o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-SP), disse que o PMDB terá o espaço que merece no governo e que nada pode ser "forçado". Ele diz que a votação expressiva mostra a necessidade de, "em vários momentos, a base de sustentação do governo na Câmara demonstrar seu compromisso com o governo".
Folha - O senhor esperava o resultado da votação de ontem? Marco Maia - Dois fatores contribuíram para que houvesse um bom desempenho do governo na aprovação da proposta. Primeiro, a necessidade já expressa de a base de sustentação do governo na Câmara demonstrar o seu compromisso com o governo. O segundo é o fato de a proposta apresentada pelo governo não ser ruim. Recompõe o poder de compra do mínimo para 2011 e estabelece política de reajuste.
A oposição acusa o governo de negociar cargos do segundo escalão e emendas. Não acho que tenha sido esse o motivo da votação ou do empenho da base aliada com essa votação. O tema das emendas, da composição do governo, faz parte do processo político. Os partidos que ajudaram a sustentar o governo têm todo o direito de reivindicar espaços.
Fato raro, todos os deputados do PMDB votaram com o governo. Foram enquadrados? Primeiro precisamos dizer que foi surpreendente. Demonstra a unidade, o que é bom para o governo, para o Brasil, para os debates que vamos ter no futuro. Acho também que o líder do partido, Henrique Eduardo Alves (RN), foi muito habilidoso.
O PMDB não cobrará a fatura? O PMDB é governo, não está negociando seu papel ou entrada no governo. O partido terá o espaço de acordo com seu tamanho, não precisa ser algo forçado.
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