Mais Notícias : Enfim, PMDB na oposição!
Enviado por alexandre em 30/03/2016 09:15:04

Enfim, PMDB na oposição!

Nunca como antes na história deste País, como diz Lula, o PMDB tomou uma decisão tão rápida. Em menos de três minutos, o diretório nacional oficializou, no início da tarde de ontem, sua saída do Governo. Aos gritos de "Brasil para frente, Temer presidente" e "Fora PT", uma moção que determina a entrega de todos os cargos no Executivo e a punição de quem desobedecer isso.

Vice-presidente nacional da legenda, o senador Romero Jucá (RR) leu a moção, de autoria do diretório regional da Bahia, sustentada na "imediata saída do PMDB do Governo com entrega dos cargos em todas as esferas do Poder Executivo Federal, importando a desobediência a esta decisão em instauração de processo ético contra o filiado".

A votação ocorreu de forma simbólica. Nos bastidores, foi decidido que não haveria exposição dos peemedebistas que se posicionassem contrários à decisão. Nos bastidores ficou combinado que as cadeiras ocupadas pelo partido na Esplanada dos Ministérios devem ser entregues até 12 de abril. Jucá reiterou que cada caso será avaliado separadamente, podendo inclusive, serem avaliadas as reivindicações de alguns ministros, como Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Marcelo Castro (Saúde) de se licenciar do partido.

Temer não estava presente na reunião que oficializou o desembarque. Os ministros peemedebistas também não compareceram. Nomes como José Sarney, Eduardo Paes e Sergio Cabral também não compareceram. No entanto, enviaram aliados para o encontro, como a ex-governadora Roseana Sarney e os secretários do Rio de Janeiro Pedro Paulo e Marco Antônio Cabral.

A relação do PMDB com o Governo do PT tem se deteriorado nos últimos anos. Quando Dilma se preparava para disputar o segundo mandato, o partido deu mostras claras de que estava rachado quanto ao apoio à petista. Na época, em junho de 2014, a manutenção da aliança foi aprovada pela convenção nacional do PMDB, mas recebeu mais de 40,8% de votos contrários.

A ala dissidente reclamava que o partido não era ouvido pelo Governo Federal e que os ministros da legenda não tinham real poder de comando. Ao longo do primeiro ano do segundo mandato de Dilma, a crise se agravou. O primeiro embate entre PT e PMDB ocorreu na disputa pela presidência da Câmara, quando o governo federal iniciou uma campanha ostensiva para que Arlindo Chinaglia (PT-SP) vencesse a eleição e derrotasse o candidato peemedebista Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que se elegeu em primeiro turno.

Sob o comando Cunha, a Câmara derrotou o Planalto em diversas ocasiões neste ano, com a votação de matérias desfavoráveis ao Governo. Além disso, no ano passado, houve na Casa a instalação da CPI da Petrobras, para investigar o escândalo de corrupção na estatal. Para tentar conter a rebelião na base, a presidente promoveu, em 2015, uma reforma ministerial para ampliar o espaço do PMDB no governo, que chegou a ter sete ministérios.

A DEFESA– O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e o professor de Direito Tributário da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Ricardo Ribeiro foram escalados pelo Governo para falar em defesa da presidente Dilma Rousseff na comissão que analisa o processo de impeachment da petista. Os nomes foram apresentados pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP) em reunião do colegiado. O relator do processo, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), anunciou que falarão na comissão os autores do pedido de impeachment Janaína Paschoal e Miguel Reale Jr.

Lóssio marcha para Odacy– Na passagem ontem por Brasília, onde participou do ato de debandada do PMDB do Governo, o prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio, deu a entender que pode se compor nas eleições municipais numa aliança encabeçada pelo pré-candidato do PT a prefeito, Odacy Amorim. Foi o que captou o deputado federal Fernando Monteiro (PP) durante encontro em que tratou com o prefeito da entrada do PMDB no bloco de apoio a Amorim.



O recado de Temer– O vice-presidente Michel Temer não deu o ar da sua graça no ato que o PMDB saiu do Governo, mas afirmou em vídeo que as instituições brasileiras "estão funcionando regularmente". Sem mencionar a atual crise política e econômica do Brasil, Temer disse que o Executivo, o Legislativo e o Judiciário brasileiros estão "cumprindo suas tarefas". A gravação foi exibida no Seminário Luso-Brasileiro de Direito, realizado pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

O efeito dominó – Na esteira da decisão do PMDB de romper com o governo, o Planalto já se prepara para um desembarque em massa dos partidos da base de sustentação no Congresso. Siglas até então aliadas, como PP, PR, PSD e PTB também planejam se distanciar da presidente Dilma. Juntos, os quatro partidos somam 139 deputados, contingente precioso para o Governo na tentativa de barrar o impeachment. Dilma foi surpreendida com a postura do PSD, que irá liberar seus 31 deputados no momento em que o relatório da comissão do impeachment for apreciado no plenário da Câmara.

FIDELIDADE CANINA– Na entrevista que concedeu, ontem, ao Frente a Frente, com postagem neste blog, o ministro Armando Monteiro Neto (Desenvolvimento) revelou que, se for o caso, descerá a rampa do Planalto ao lado da presidente Dilma se esta vier a ser apeada do poder em processo de impeachment, o que ele, pessoalmente, não acredita. Para Armando, Dilma vai virar o jogo.















CURTAS

COLAPSO– A partir do próximo mês, os moradores de quatro municípios do Agreste vão receber água exclusivamente de caminhões-pipa por causa do colapso de mais duas barragens da região. O Sistema de Bitury e a Barragem de Pedro Moura Jr. estão praticamente secos, com a estiagem que já dura cinco anos na região semiárida.

FILIAÇÃO– Eleito pelo PHS, o deputado federal Kaio Maniçoba entra, oficialmente, no PMDB em ato programado para a próxima sexta-feira, em Floresta, sua principal base política, administrado pela mãe Rorró Maniçoba (PSB). O evento está marcado para às 19 horas com a presença do governador Paulo Câmara, que antes assina a ordem de serviço das obras de pavimentação da estrada de Carnaubeira da Penha a Floresta.

Perguntar não ofende: Os ministros do PMDB entregam os cargos ou serão expulsos?

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