Mais Notícias : Impedido de tomar posse, Lula será ministro informal
Enviado por alexandre em 21/03/2016 08:45:48

Impedido de tomar posse, Lula será ministro informal

Postado por Magno Martins

Folha de S.Paulo - Gustavo Uribe e Valdo Cruz

Mesmo impedido de assumir um posto no governo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi escalado pela presidente Dilma Rousseff para exercer informalmente, a partir desta segunda (21), a articulação política do Planalto.

O dirigente petista desembarcará em Brasília para capitanear uma estratégia que impeça o rompimento do PMDB com o governo federal.

A cúpula do partido marcou para o dia 29 de março reunião para tomar uma decisão sobre o tema. Com o agravamento da crise política, o Planalto reconhece que as chances de desembarque do PMDB cresceram.

Para um auxiliar presidencial, não é possível neste momento "perder tempo" esperando por uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que deve dar a palavra final sobre se Lula pode assumir a chefia da Casa Civil.

Na sexta (18), o ministro do STF Gilmar Mendes suspendeu a posse de Lula em caráter liminar, alegando que o ato pode configurar "uma fraude à Constituição".

Ele se referia a indícios de que Dilma indicou o ex-presidente para o governo com o objetivo de que as investigações contra ele fossem examinadas pelo Supremo, e não mais pelo juiz Sergio Moro, do Paraná.

O momento, segundo auxiliar da presidente, exige uma "operação forte" e uma "ofensiva direcionada" para evitar que aumentem consideravelmente as chances de abertura do processo de impeachment de Dilma na Câmara dos Deputados.

Lula pretende se reunir no início desta semana com o vice-presidente, Michel Temer, com quem falou por telefone na quinta (17), e com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

A ofensiva, segundo assessores presidenciais, pode incluir até uma conversa de Lula com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), adversário de Dilma e responsável pelo acolhimento do pedido de impeachment.

Em conversas reservadas, Temer avalia que a entrada de Lula ajuda na articulação política, mas o vice tem dúvidas se isso será suficiente para evitar um desembarque do PMDB.

O peemedebista demonstrou irritação com a decisão do Planalto de nomear para a Secretaria de Aviação Civil o deputado federal Mauro Lopes (PMDB-MG), mesmo com decisão do partido de proibir filiados de assumirem cargos no governo. Em outra frente, o governo cogita aumentar o espaço do PMDB em cargos de segundo e terceiro escalões.

Valdemar: no PR quem manda é ele

Postado por Magno Martins

Leandro Mazzini - Coluna Esplanada

É do alto de uma das torres do complexo Brasil 21 em Brasília que o mensaleiro perdoado pela Justiça Valdemar da Costa Neto manda no PR, apesar de o presidente (figurativo) ser Alfredo Nascimento. O entra e sai de parlamentares da sala é frequente.

Foi de um manuscrito improvisado de Valdemar que saiu a lista de deputados que integram a comissão do impeachment: Édio Lopes (PR-RR), José Rocha (PR-BA), Zenaide Maia (PR-RN) e o fiel líder Maurício Quintella Lessa (PR-AL).

Se a turma até a última sessão vai votar com Dilma ou contra ainda é um mistério. O PR sempre foi aliado do PT desde o primeiro governo Lula – daí Valdemar ter se enrolado no mensalão. O partido ainda mantém o controle do Ministério dos Transportes e os comandos regionais do DNIT.

Radicalização comparável ao suicídio de Getúlio

Postado por Magno Martins

Ilimar Franco - O Globo

A luta política que assistimos nesses dias não tem paralelo no passado recente. Os militantes pró e contra o impeachment começam a se enfrentar nas ruas. Essa atitude tem ingredientes para transformar-se em escalada de violência. As campanhas pelas Diretas Já e pelo impeachment de Fernando Collor não viveram tais circunstâncias. Ambos eram, praticamente, um consenso nacional. Nem os militares, naquela altura da ditadura, nem Collor tinham poder de mobilização. Hoje, por mais que o PT e seu principal dirigente, Lula, estejam na lama, ambos ainda têm algum poder de fogo.

No caso de um impeachment, a comparação que se poder fazer é com o de Collor. Esse não tinha partido, não tinha militantes, nem organizações sindicais e sociais dispostos a defendê-lo. A campanha pelo impeachment da presidente Dilma ocorre em outro contexto. Independente do desfecho, há sinais concretos que haverá enfrentamento. O PT, por mais fragilizado que esteja, não vai se conformar em ser varrido do poder. Lula também não aceitará, passivamente, sair desse processo como corrupto. Suas manifestações recentes apontam nessa direção.O PSDB, e demais partidos da oposição, também mostram essa disposição.

Entidades como a CUT e o MST, associadas a outros movimentos sociais, devem entrar em campo. As organizações que tem mobilizado as ruas pelo impeachment, também adotam uma atitude de enfrentamento. A oposição está sendo empurrada. Seus dirigentes precisam endurecer, temendo que percam espaço à direita, para personalidades como Jair Bolsonaro e Ronaldo Caiado. Além disso, essa tendência pode facilmente ser constatada pelos que acompanham ou tomam conhecimento da fúria que tomou conta das redes sociais.

Políticos que presenciam a história desde os anos 50, afirmam que só se pode comparar esses dias com o período que antecedeu e precedeu o suicídio do Getúlio Vargas (1954). O pau quebrou. Na esteira desse ambiente conflagrado, parcela importante dos defensores do impeachment rejeita os partidos tradicionais. Ela tem resistido a ser engolida pela oposição e já elegeu seu líder, o juiz Sérgio Moro. A corrupção, mais uma vez, move as forças políticas. Mas essa história ainda será escrita e sempre haverá duas versões. Vai valer a de quem ganhar.

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