Mais Notícias : O povo não merece sangrar
Enviado por alexandre em 08/03/2016 09:41:33

O povo não merece sangrar

O que vai acontecer com o País? Dilma cai? Lula é preso? Teremos novas eleições? Perguntas assim, não exatamente nesta ordem, viraram lugar comum nos últimos dias com o agravamento da crise nacional. E têm sido mais repetidas especialmente depois do grande fato da semana passada: Lula sendo levado para depor na Polícia Federal acusado de ocultar bens, como um tríplex em São Paulo, e de enriquecimento ilícito. Só do propinoduto da Petrobras ele embolsou R$ 30 milhões.

A dinheirama, que irrigou as suas contas, não caiu do céu, é verdade. Caiu e foi despejada diretamente em suas múltiplas formas de recebimento por meio de um disfarce espetacular: supostas palestras bancadas por empreiteiras que desviaram R$ 50 bilhões da Petrobras. Lula é corrupto! Sérgio Moro já tem todas as provas, inclusive que o tríplex lhe pertence, assim como o sítio de Atibaia.

Lula é muito cara de pau. Na tentativa de se apresentar como vítima, perguntou em seu discurso se um amigo não podia lhe emprestar um sítio para lazer. Pode não, Lula! Presidente da República não pode aceitar favores. Ninguém dá nada de graça. Os mesmos que emprestaram o sítio se lambuzaram no escândalo dos R$ 50 bilhões da Petrobras. A lambuza começou com Lula e se ampliou no Governo Dilma.

Presidente da República não pode, igualmente, ganhar barco, lancha ou pedalinho. É uma forma também amena de se corromper. Presidente da República, da mesma forma, não pode mandar a justiça tomar naquele lugar, como a deputada e aliada Jandira Feghali mostrou em vídeo. Tem razão o jornalista Ricardo Noblat: Lula mudou para pior. E pirou de vez.

Mas, voltando à pergunta dos cidadãos que nos chega nas ruas, por e-mail ou qualquer recurso eletrônico, ninguém, a esta altura, tem certeza do que fala ou faz prognósticos sobre o futuro do País. O cenário é de incertezas por um conjunto de fatores graves. Diante de um governo capenga e corrupto, que já se acabou, se assiste a uma oposição tacanha, sem lideranças.

Na Câmara, um presidente respondendo a um processo de cassação no Conselho de Ética da Casa e, recentemente, réu por uma decisão unânime do Supremo Tribunal Federal, que acolheu denúncia de lavagem de dinheiro e prevaricação. Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é um morto vivo. Virou, na verdade, um zumbi. Seus dias estão contados e podem ser abreviados.

Do outro lado do Congresso, o Senado, um presidente citado e investigado na mesma operação Lava Jato que fulminou toda e qualquer pretensão política de Cunha. Renan Calheiros (PMDB-AL), mais esperto e ninja do que Cunha, vem conseguindo espantar as assombrações da Lava Jato, mas já foi citado pelo Supremo e está sendo igualmente investigado.

Em breve, o STF também poderá deixar Renan na condição de réu, assim como 99 parlamentares, entre senadores e deputados que receberam dinheiro sujo da Petrobras. Diante de cenário tão tenebroso, quem é capaz de antecipar o que vai ocorrer com o Brasil? Quando me perguntam, eu respondo: algo de grave vai se dar neste País de corruptos. Não sei se pelo impedimento da presidente, pela sua renúncia ou eleição direta.

O que não pode é o País continuar assim. O PT e Dilma estão sangrando e vão sangrar mais ainda. Só não podem e não têm o direito de fazer o povo sangrar.

CUNHA NOTIFICADO– O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi notificado, ontem, sobre a decisão do Conselho de Ética de dar prosseguimento ao processo disciplinar que vai apurar se ele quebrou o decoro parlamentar. Com a notificação, Cunha terá agora dez dias úteis, a contar a partir de hoje, para apresentar sua defesa escrita ao colegiado. O prazo máximo que a defesa de Cunha terá para apresentar as suas alegações expira em 21 de março – se quiser, poderá fazê-lo antes.

O inferno astral de Dilsinho– Com as contas do exercício de 2013 rejeitadas, o prefeito de Moreno, Adilson Filho (PSB), o Dilsinho, como é mais conhecido, deve concorrer à reeleição numa situação bastante desconfortável: sub judice. Se por acaso emplacar um novo mandato ainda corre o risco de ser cassado quando a justiça eleitoral, mais na frente, julgar o processo de ficha suja. O cenário eleitoral no município, entretanto, está correndo para o rio da oposição, que pode se unir em torno do ex-prefeito Vavá Rufino (PSDB).







Jarbas diz que Lula não resiste – O deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB) disse acreditar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dificilmente escapará das denúncias contra ele e que a operação Lava Jato também deverá chegar aos governos estaduais. Para Jarbas, o "impeachment pode andar, sobretudo com os acontecimentos da última semana" e que, em razão disto, não descarta a possibilidade de renúncia por parte da presidente Dilma Rousseff. O parlamentar voltou a defender a saída do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a quem define como um "cínico" e "psicopata".

Fim de um ciclo– A ex-senadora Marina Silva, porta-voz nacional da Rede Sustentabilidade, entende que a crise que atinge o Governo da presidente Dilma Rousseff representa o encerramento de “um ciclo” na política do País, marcado por “projetos de 20 anos de poder” adotados, segundo ela, por PT e PSDB. “Esse é o momento em que nós estamos encerrando um ciclo na história do nosso País”, disse Marina, durante encontro da Rede Sustentabilidade, que aconteceu em Brasília.

Sem o quanto pior, melhor! - O governador Paulo Câmara (PSB) informa que a cúpula do partido deverá se reunir nos próximos dias para discutir o ingresso na bancada de oposição ao Governo da presidente Dilma Rousseff. “Mas não faremos uma oposição do tipo "quanto pior, melhor”, advertiu. Para ele, o importante é que o PSB está muito convicto da necessidade de ir a fundo nas investigações da Lava Jato. “É muito um esforço concentrado para que tudo seja passado a limpo”, observa.



CURTAS

NO SUPREMO– O bloco de oposição na Câmara dos Deputados tem encontro agendado, hoje, às 16 horas, com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, para tratar sobre o rito do impeachment. Na prática, os deputados querem acelerar a abertura do processo de impedimento da presidente Dilma. Se isso não for priorizado, a oposição obstruirá ao longo da semana toda a pauta da Câmara. O presidente Eduardo Cunha está com má-vontade.

CÂMARA DE JUSTIÇA– O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) fez, ontem, visita protocolar ao presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desembargador Leopoldo Raposo. Foi o primeiro encontro entre eles desde que o desembargador assumiu o cargo, no último dia 4 de fevereiro. O senador aproveitou a ocasião para pedir a instalação de uma da Câmara Regional do Tribunal de Justiça em Petrolina, nos moldes da que existe, desde 2014, em Caruaru.

Perguntar não ofende: A oposição vai conseguir mudar o rito do impeachment na pressão junto ao STF?

Página de impressão amigável Enviar esta história par aum amigo Criar um arquvo PDF do artigo
Publicidade Notícia