Fim da ilusão bolivariana: 3 anos da morte de Chávez
Postado por Magno Martins
Três anos depois, indicadores da nação sul-americana despencam
Do El País - Alfredo Meza
A história já é conhecida. Depois do golpe de estado de 2002, o então presidente da Venezuela, Hugo Chávez, reuniu seus colaboradores mais próximos e pediu que trabalhassem com determinação para que nunca mais fossem surpreendidos por uma situação como a vivida na época.
Apesar do imenso carisma que tinha, Chávez não concentrava todo o poder, nem podia dispor como queria do dinheiro proveniente das exportações petroleiras, que, hoje, contribui com 96% das divisas do fisco.
O comandante presidente tinha vivido, possivelmente, as 72 horas mais rocambolescas de sua vida. Um grupo de militares negou sua autoridade até que outra facção, com maior poder de fogo, o restituiu em seu cargo ao rejeitar reconhecer o empresário Pedro Carmona Estanga como novo presidente. Foi um golpe de sorte.
Depois disso, parecia clara a intenção do caudilho bolivariano, que hoje cumpre três anos de morte, de liquidar todos os obstáculos entre ele e seu objetivo de permanecer indefinidamente no cargo.
No final daquele ano, depois de sobreviver à greve que paralisou a indústria petroleira, demitiu 20 mil trabalhadores envolvidos na conspiração e assumiu o controle de forma incondicional. Proibiu a livre venda de divisas e atribuiu a um escritório recém-criado – a Comissão de Administração de Divisas (Cadivi) – a responsabilidade de administrá-las.
Pouco a pouco, limitou o poder econômico de seus adversários e concentrou no Estado quase todas as atividades produtivas. Ao mesmo tempo, liquidou seus adversários políticos tomando vantagem dos erros estratégicos deles, e aproveitou o aumento da demanda de energia para iniciar uma agressiva política externa baseada nos altos preços do petróleo. |