Regionais : Estudante de Ji - Paraná é morta brutalmente em Goiânia
Enviado por alexandre em 23/02/2016 16:20:33


"Minha filha está presa para sempre", diz pai de Nathália Zucatelli, em Goiânia -


Oswaldo José, pai de Nathália


O sentimento ultrapassa a dor. O desespero é estampado no rosto de Oswaldo José, pai de Nathália, jovem de 18 anos assassinada na última segunda-feira (22) na porta do Colégio Protágoras, onde fazia cursinho há cerca de duas semanas.




No fim da manhã desta terça-feira (23), ele foi ao Instituto Médico Legal (IML) assinar documentos para a liberação do corpo da filha. A visita a Goiânia é muito diferente do que imaginava. "Ela amou a cidade. Disse que nem ia a Rondônia; que era para a gente vir visitar ela aqui", comentou o pai. Entre uma lágrima e outra, fala que não acredita na justiça brasileira. "Minha filha está presa para sempre. Quem fez isso com ela, é preso hoje e solto amanhã."

Oswaldo recebeu a notícia da morte da filha ainda na noite de segunda-feira. Às 3h50 pegou um voo em Porto Velho rumo a Goiânia, com escala em Brasília. O pai de Nathália espera levar o corpo às 17 horas de hoje para Rondônia, onde farão o velório junto com os familiares. No IML ele recebeu o tênis, fichário e livro, que estavam com filha, em um saco plástico.



Emocionado, o pai da estudante que morreu em um assalto após sair do cursinho chegou a Goiânia para liberar o corpo da filha, a estudante Nathália Araújo Zucatelli, de 18 anos, do Instituto Médico Legal (IML). Morador de Rondônia, ele disse ao G1 que a família está em choque e chorou ao falar da morte da jovem, que era a caçula de quatro irmãos.

“Ainda não sabemos nada sobre o crime. Essa situação é muito triste. A gente não consegue nem falar. Não vai ser fácil seguir adiante sem ela, nos falávamos todos os dias por telefone”, afirmou o contador Oswaldo Zucatelli.


O pai contou que a filha estava feliz morando em Goiânia. "Ela veio para cá depois de uma amiga falar da cidade. Ela estava gostando muito e falava que queria trazer a família toda", relatou Zucatelli.Nathália foi morta com um tiro, por volta das 21h30, a cerca de uma quadra do Colégio Protágoras, onde fazia um cursinho pré-vestibular. Segundo a Polícia Civil, ela foi abordada por duas pessoas que estavam em uma motocicleta. Os criminosos levaram um celular dela.

A Polícia Civil informou que Nathália foi baleada na altura do ombro esquerdo. O médico legista responsável pelo exame cadavérico explicou que a bala atravessou os dois pulmões e alojou na axila direita. Ainda segundo o exame, ela morreu por hemorragia.

O corpo de Nathália ficou no Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia, até 13h30, quando foi liberado. O pai da estudante apresentou a documentação da filha e o corpo dela deve ser levado de volta para Roraima ainda nesta terça-feira (23).


Comoção
A morte de Nathália comoveu amigos da estudante. Nas redes sociais, eles postaram inúmeras homenagens para a jovem e lamentaram o crime.

Amiga de Nathália, Vitória Costa do Nascimento, de 19 anos, confirma que a estudante estava muito contente e que se sentia segura na capital. “As meninas que moravam no mesmo condomínio que ela e estudavam no cursinho disseram que o caminho para casa era muito seguro, que elas sempre iam embora à noite, andando, que era tranquilo. Ela não se preocupava com isso [risco de ser assaltada]”, disse Vitória.

Vitória também é de Rondônia, mas se mudou há um ano para a casa da tia, em Goiânia. Ela morava em Porto Velho e conheceu Nathália há três anos porque jogavam no mesmo time de futsal.

“Era uma menina super tranquila, super do bem, muito organizada, centrada, não gostava de sair porque queria estudar. Até para vir aqui em casa no final de semana era difícil convencer, tinha que buscar e levar”, relata.


Crime

O diretor do Colégio Protágoras, Marcos Antônio de Souza Araújo, informou que a aula de Nathália terminou às 17h40 de segunda-feira. No entanto, ela continuou na biblioteca da escola para estudar, de onde saiu por volta das 21h30. O crime aconteceu uma quadra depois do colégio.

Um idosa, que prefere não ser identificada, conta que viu quando a jovem foi abordada por duas pessoas em uma motocicleta. "Quando eu olhei, ela vinha baleada já. Ela veio andando baleada e caiu. Aí eu cheguei na hora. Era um casal numa moto preta e eles passaram por mim", relata a testemunha.

Policiais relataram que os criminosos levaram um celular da vítima. Por isso, o crime se configura como latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte. A investigação é conduzida pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic). Até a publicação desta reportagem, os autores do crime não foram identificados.

O pai acredita que os criminosos ficarão impunes. “Com essa lei sem vergonha, não tem como esperar nada. A Nathália está presa para sempre. Agora, o cara que fez isso com ela, se for preso, poucos dias depois já estará solto de novo", lamentou.

A direção do Protágoras está em contato com familiares de Nathália. "O colégio está dando apoio à família e às investigações da Polícia Civil. Esperamos que o caso seja elucidado o mais breve possível", declarou o diretor.

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