Mais Notícias : Sem começo e sem fim
Enviado por alexandre em 03/02/2016 10:38:58

Sem começo e sem fim

Postado por Magno Martins

Bernardo Mello Franco - Folha de S.Paulo

De volta das férias, os congressistas ouviram ontem um apelo do senador Renan Calheiros: "Se 2015 foi o ano que não começou nem terminou, conclamo o Parlamento brasileiro a retomar seus esforços para que tenhamos, em 2016, um ano que tenha início, meio e fim".

O pedido do presidente do Senado pode ter animado o Planalto, mas não parece ter sensibilizado seus colegas. Foi o que indicaram as reações à visita de Dilma Rousseff para ler sua mensagem anual ao Legislativo.

A presidente pediu apoio a uma agenda de medidas impopulares, como a recriação da CPMF e a reforma da Previdência. Antes de ela deixar o plenário, aliados já reconheciam que as chances serão pequenas.

"Hoje é mais fácil conseguir votos contra o impeachment do que a favor da CPMF", dizia um vice-líder do governo. Seu raciocínio era simples: qualquer aumento de imposto tira votos, e os parlamentares não costumam se sacrificar em ano eleitoral.

No caso da mudança de regras para a aposentadoria, o primeiro obstáculo deve ser o próprio PT. Parlamentares próximos ao ex-presidente Lula defendem que a direção do partido se manifeste contra a proposta.

É o que a oposição espera para anunciar que também votará contra o governo, apesar de se dizer a favor da responsabilidade fiscal. "A presidente quer a nossa ajuda sem ter o apoio da própria base?", questionava o senador tucano Aécio Neves, depois de alguns de seus aliados vaiarem Dilma durante a solenidade.

Na Câmara, o ambiente também continua hostil para o Planalto. O deputado Eduardo Cunha promete suspender todas as comissões enquanto o Supremo Tribunal Federal não julgar seu recurso contra a decisão que freou o processo de impeachment.

Na verdade, a única prioridade do correntista suíço é escapar da cassação, mesmo que isso custe a paralisia do Congresso e o adiamento de votações importantes. No que depender dele e de sua tropa, 2016 também não deve começar nem terminar.

A palavra do capitão

Postado por Magno Martins

Carlos Brickmann

Para o então presidente Lula, José Dirceu era o capitão do time. Era, enquanto esteve no Governo; e depois de deixar o Governo também. Como disse o próprio Dirceu, ele, quando dava um telefonema, "era o telefonema". Dirceu também disse ao juiz Sérgio Moro que, quando fazia assessoria, seu trabalho era "personalíssimo", pelo qual R$ 120 mil mensais se tornavam irrisórios. Certo: ninguém contratava Dirceu para ter aqueles relatórios pasteurizados com gráficos coloridos, bonitinhos, que nada analisam e nada significam. Quando dava consultoria, sabia que estar a seu lado ajudaria o cliente. Até agora ninguém tinha dito com tanta clareza o motivo pelo qual empresas e empresários queriam contratá-lo.

Prestemos atenção em Dirceu, pois; e há trechos em seu depoimento que estão passando despercebidos. Ele sabe das coisas. O que diz é para ser levado a sério.

1 - Todas as nomeações do Governo passavam por ele, sim; e isso por ocupar a Casa Civil. Também tinha suas preferências, claro. Mas nenhuma nomeação era feita sem aprovação formal do presidente Lula. Se Dirceu fez, Lula aprovou.

2 - Dirceu diz que nem conhecia Renato Duque ao escolhê-lo para a Petrobras - Duque, diretor de Serviços, está hoje preso. Mas que, entre Duque, indicado pelo PT paulista, e um nome do PSDB, preferiu o petista, mesmo porque o PSDB já tinha recebido um cargo em Minas. Ou seja, o PSDB também lhe indicava nomes. Os tucanos o desmentem com dureza, mas Dirceu não é burro: não diria isso ao juiz se não tivesse respaldo. Agora é investigar a palavra do capitão.

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