Mais Notícias : Jobim cotado para ser porta-voz de Lula
Enviado por alexandre em 03/02/2016 10:33:26

Jobim cotado para ser porta-voz de Lula

Postado por Magno Martins

Um dos candidatos a porta-voz de Lula é o ex-ministro da Justiça Nelson Jobim, informa Mônica Bergamo, na sua coluna desta quarta-feira. Segundo a colunista ele é o nome preferido dos que argumentam que o ex-presidente passe a ser defendido por um político de estofo, que consiga se contrapor à avalanche de suspeitas e críticas feitas pela imprensa.

A avaliação é a de que Lula tem feito política de comunicação "para blogueiros", que seria necessária mas não suficiente para o momento que ele atravessa.

O grupo que defende a "nomeação" de Jobim, -- diz ainda a colunista --, ou de alguém com o mesmo perfil, cita que anteontem, por exemplo, o "Jornal Nacional" fez reportagem de três minutos (tempo considerado longo na TV) sobre o sítio frequentado por Lula sem que ninguém aparecesse na tela para defendê-lo de forma enfática.

Evitem os primeiros

Postado por Magno Martins

* Por Gilberto Marques

Sou do tempo das Diretas já. Talvez não se veja, nunca mais, uma movimentação tão legítima, tão bonita, tão popular. Os políticos que aderiram à proposta tiveram a grata surpresa de encontrar a rua cheia. O palanque, por consequência, encheu rapidinho. Artistas, progressista, empresários, missionários, religiosos compuseram o púlpito. Fafá de Belém e a pomba branca açulavam o público. Ela foi a musa das Diretas.

Mas não parou nela a adesão. Lembro Guarnieri em Olinda, o altar do 1º ato, na frente do mosteiro de São Bento. Ulisses Guimarães capitaneava os eventos do tema e por certo seria o candidato da Campanha. Tancredo Neves, em Olinda, entrou e saiu sem ser tão festejado. Deu o troco. Topou ser candidato perante o Colégio Eleitoral. O País inteiro se tocou. Seguimentos da imprensa, hoje mídia, foram chegando devagar, devagarinho. A onda popular garantiu os espaços.

Não dá pra esquecer Sobral Pinto, com 90 anos, subir no palanque da Candelária. O Rio parou naquele dia. Mais de um milhão de brasileiros ouviram o discurso do velhinho corajoso. Curto e grosso foi direto ao coração da questão. Leu o artigo da Constituição, da época, em plena Ditadura, que dizia: “Todo poder emana do povo e em seu nome é exercido”. Lágrimas lubrificaram a ovação. Quando me lembro de Sobral naquele dia, canto pra mim mesmo: “Vou fazer uma louvação, louvação, louvação ao que deve ser louvado...”.

Evandro Lins e Silva, pernambucano de gene, que me perdoe. Mas o advogado do século foi Sobral. Evandro açambarcou a medalha porque era vivo ainda. A eleição de Tancredo Neves, no Colégio Eleitoral, teve gosto de Direta. Paulo Maluf foi derrotado no VI Round! Tancredo tropeçou nas tripas e padeceu nas vésperas de posse. O resto o Brasil lembra. Sarney se aboletou no pódio. Ficou cinco anos. Fez o Plano Cruzado que terminou em Marimbondos de Fogo. Dá pra imaginar José poeta?

Antes de sair, Sarney consagrou as Diretas. Em 1984 ele votou contra. O deputado Zequinha, filho dele, aprovou a Emenda Dante de Oliveira. Essa família ataca em todos os flancos. Haja vista as relações do ex-senador do Amapá com os governos do PT. No caminho do tema da crônica. Collor foi o primeiro presidente depois do Golpe Militar de 1964. Lula ficou em segundo lugar por causa de uma radiola que tocou no último debate.

Pois bem, as diretas sucumbiram em abril de 1984, na histórica votação do Congresso. A campanha presidencial de 1989 foi à primeira hipótese no caminho da volta. O célebre José Américo de Almeida foi desmentido: O Brasil se perdeu. Ao segundo turno ulularam Collor e Lula. Ulisses Guimarães, Leonel Brizola, Mário Covas e outros foram rechaçados nas urnas. Dr. Ulisses, apesar da notoriedade, só venceu em Glória de Goitá, uma cidadezinha de Pernambuco.

Collor entrou assaltando as contas bancárias da Nação. Saiu no flagrante de uma das trelas. Foi expulso em memorável ação pública de Impeachment. O senador de hoje fala do acerto do resultado do século XX. Os caras-pintadas e Pedro, o irmão, mataram o Caçador de Marajás. Itamar Franco, o vice, assumiu meio trôpego e fincou-se na simpatia do povo depois do Sambódromo. No dia seguinte, quarta-feira de cinzas, no Hotel Glória recebeu a dona da calcinha que levara no bolso.

Foi a glória que buscava. Lilian Ramos deu credibilidade e respeito ao presidente mineiro. O vice não é votado, mas foi Itamar quem fez a moeda brasileira cair no Real. O ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, do signo de Gêmeos, idealizou a reeleição e dobrou o mandato. O PT queimou ruim. Foi contra tudo e todos que votaram a favor do projeto presidencial. Apesar da glória da moeda Fernando saiu, também, no vermelho. A desaprovação foi tanta que Lula, ganhou na quarta.

No exercício do Poder, o presidente Lula saiu da oposição 100%, inclusive no tema da reeleição. Achou pouco, inventou a primeira mulher na Presidência da República. É claro que a ideia foi boa. Em matéria de administração a mulher é um espetáculo à parte, Lula acertou na mulher, errou no critério coronelista. Mas pela segunda vez o primeiro e a primeira, como sabem todos e todas não acertaram o passo. Não é preciso lembrar que Sarney sobreviveu até hoje e Collor ressuscitou nas urnas alagoanas – não tem Ferrari que chegue.

Até quarta-feira de Cinzas.

* Advogado

gilbertomarquesadv@gmail.com

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