Mais Notícias : A vida como ela é
Enviado por alexandre em 28/12/2015 09:43:48

A vida como ela é

Postado por Magno Martins

Carlos Brickmann

Como virou moda dizer, pedalada fiscal todo mundo já deu. Pode ser verdade; e explica boa parte dos problemas do país. Quando o orçamento é driblado, o país se torna dependente de acontecimentos continuamente favoráveis. Uma falha - a queda do preço do petróleo, a redução no preço do minério de ferro, um novo foco de roubalheira na área estatal - e a bicicleta tomba, ferindo os cidadãos.

Final da história: raspando o fundo dos cofres públicos, o Rio conseguiu R$ 297 milhões, que segundo o governador Pezão serão suficientes até o dia 15 de janeiro. E daí em diante? O Governo Federal criou um comitê de crise.

Pelo jeito, é melhor não ficar doente, nem dar à luz, a partir de 15 de janeiro. Pois ataduras, lençóis, leitos, remédios, equipamentos básicos continuam faltando.

Como na clássica marchinha "Cachaça" ("você pensa que cachaça é água"), de Marinósio Trigueiros Filho e Mirabeau, podem faltar arroz, feijão e pão, mas não pode faltar "a danada da cachaça". No Rio, mostra o jornalista Cláudio Tognolli, cirúrgico ao apontar o problema, as grávidas estão alojadas no chão do corredor do hospital, não há como atender novos pacientes, nem comprar remédios básicos.

Mas em setembro o Governo fluminense dobrou a verba para o desfile das escolas de samba no Carnaval de 2016. Além do patrocínio de ditadores africanos a quem os homenageia, há também o dobro de dinheiro público - dinheiro de quem gosta ou não de Carnaval. Que, para ir à avenida, ainda paga o ingresso.


Bancada governista da era Dilma é a menor do PT

Postado por Magno Martins

O ano de 2015 registrou o mais baixo nível de governismo dos deputados federais na era petista, consolidando um processo de queda do apoio ao Executivo no Legislativo desde a ascensão do PT à Presidência. Números do "Basômetro", aplicativo do Estadão Dadosque calcula o apoio ao governo no Congresso, revelam que a taxa média de governismo deste ano foi de 67% - a menor desde 2003.

O processo de deterioração da base de apoio do governo na Câmara dos Deputados começou logo no início do mandato anterior de Dilma, mas se acentuou a partir de 2014. No fim do ano passado, a taxa de governismo havia caído 10 pontos porcentuais em relação a 2013, atingindo o então recorde de 69%. Ainda assim, a adesão do governo entre os deputados registrou nova queda em 2015. Na série histórica iniciada no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006), o índice de governismo alcançou seu maior patamar em 2004, com 91%.

A taxa de adesão ao governo é calculada verificando quantos deputados em cada votação acompanharam a orientação governista naquela ocasião. Por exemplo, se há 400 deputados presentes em uma sessão e 100 votam seguindo a orientação do governo, a taxa de governismo será, portanto, de 25%. Para o cálculo da ocorrência por ano, é feita uma média simples de todas as votações.

A situação de Dilma é bem diferente à de seu padrinho. Após atingir o pico de apoio parlamentar ao governo no segundo ano de seu mandato, Lula viu sua taxa de governismo na Câmara sofrer uma queda logo após o estouro do escândalo do mensalão, em 2005. O governo do petista, porém, conseguiu reconstruir sua base e, em 2008, já atingia 88% de apoio entre os deputados.

Queda contínua

O fim da era Lula coincide com uma queda contínua no governismo desses parlamentares. No primeiro ano da gestão Dilma, o índice de governismo era de 85%. De lá para cá, as quedas anuais foram constantes, até chegar no índice de 67% registrado em 2015.

A literatura em ciência política indica que altos valores de apoio ao governo no Congresso são comuns no presidencialismo de coalizão brasileiro. Uma das teorias mais citadas nesse sentido é a dos professores Argelina Figueiredo e Fernando Limongi. Segundo eles, regras constitucionais como o poder de agenda do presidente sobre a pauta do Congresso criam incentivos para que o Executivo tenha alto grau de sucesso na aprovação de suas demandas - o que, em contrapartida, reforça o poder dos líderes e aumenta a coesão das bancadas partidárias.

Fragmentação

Se essa explicação funcionou bem para os governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e de Lula (2003-2010), o mesmo não pode se dizer para os anos Dilma. Além da queda recorde do governismo, os partidos nunca estiveram tão fragmentados (pouco coesos nas votações) quanto hoje.

O maior exemplo é o PP, que participa do bloco governista desde 2003. Em uma escala de zero a dez, em que zero representa coesão máxima - ou seja, todos os deputados votam igual - e dez representa dispersão máxima, a bancada do partido passou de 2 no fim de 2010 para o maior valor registrado atualmente entre as siglas: 4,8 em 2015. (Informações do jornal O Estado de S. Paulo)


Ganharam muito, hoje temem "convulsão social"

Postado por Magno Martins

Do Jornal do Brasil

Aqueles que foram apontados como homens que traficavam influência por dinheiro, hoje imaginam que o povo tem memória curta, se esquecendo do célebre pensamento de Augusto Frederico Schmidt: "Sofrer passa. Ter sofrido não passa nunca".

Muitos perderam na grande crise da desvalorização cambial que aconteceu no governo FHC, e foi aturdida pelos vendilhões do país que afirmavam que a eleição do presidente Lula era o fim do Brasil.

Mas muitos ganharam muito dinheiro, e estes hoje escrevem preocupados, ou ameaçando, e se esquecem que fazem parte do mesmo grupo que realmente pode levar o país a uma convulsão social, pela volúpia de ganhar dinheiro através do sistema financeiro.

No mundo não existe nenhum exemplo de sucesso genuíno sem ser de inovadores como Bill Gates. Não existe nenhum caso de quem enriqueceu em dez anos sem nunca ter empregado ou nunca ter criado inovações. Mas no Brasil, quantos banqueiros enriqueceram em tão pouco tempo... Os exemplos são vários. Uns assaltavam bancos em nome de ideologia, e hoje são presidentes de banco e ganham dinheiro também com a desgraça, porque os juros no Brasil não são para privilegiar bancos que fazem o desenvolvimento, e sim para os que tomam do governo para o governo pagar segurança, educação e saúde. E como não esquecer do Proer - programa do governo para socorro dos bancos, usando dinheiro público?

Agora mesmo, o país afunda numa grave crise financeira enquanto os bancos obtêm lucros recordes. E eles só podem lucrar com a rolagem da dívida, que é a própria pobreza do país.


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