Mais Notícias : O adeus à moda antiga
Enviado por alexandre em 09/12/2015 09:50:43

O adeus à moda antiga

Postado por Magno Martins

Carlos Brickmann

Uma carta como há muito não se via; não só por ser carta, igual às de antigamente, como pelas bem-traçadas linhas, em que um político cauteloso expõe com toda a precisão o grau de dissolução do Governo sem recorrer a indelicadezas, usa uma expressão em latim sem prejudicar a clareza do texto e rompe com a presidente sem usar a palavra rompimento. Michel Temer deu adeus a Dilma.

Após a carta de Temer (http://wp.me/p6GVg3-Y0) parece próximo o adeus de Dilma ao Planalto. O PMDB governista está acuado (e seu DNA tende a levá-lo para o lado mais suculento). O impeachment ganhou força. Mas quem divulgou a carta? A mensagem de Temer a Dilma é pessoal, sigilosa. Pode ter sido divulgada por ordem de Dilma - teria sido uma bobagem, mas normal em quem atravessa a rua para pisar na casca de banana do outro lado. Ou por algum puxa-saco, para puxar o saco. Ou por um inimigo interno, que gostaria de ver Dilma no chão para que Lula pudesse candidatar-se em 2018 como vítima da elite. Ou por alguém que quisesse apenas agradar um jornalista influente e benquisto, como Jorge Moreno, de O Globo, sem se preocupar com o efeito político do vazamento.

Vazar a carta foi ótimo para Temer, vítima da descortesia do Planalto; excelente para mostrar ao PMDB que a conciliação acabou; maravilhoso como demonstração de derretimento de um Governo (até Nelson Jobim, que foi ministro de Lula e Dilma, passou para a oposição). Foi tão bom para o vice que, se o Governo não a divulgasse, seria difícil para o pessoal de Temer resistir à tentação.

Renan sinaliza que recesso pode ser suspenso

Postado por Magno Martins

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sinalizou nesta terça-feira (8) que o Congresso poderá ter seu recesso parlamentar de final de ano suspenso. A estratégia é defendida pelo governo para que o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff seja analisado o mais rapidamente possível por considerar que, neste momento, tem votos para garantir a permanência da petista no cargo.

"Cruzar os braços nesse momento significa fragilizar a representação política e agravar as crises que estão postas. Não podemos fazer isso", afirmou Renan ao chegar no Senado no fim desta tarde. A opinião do peemedebista era alvo de especulações desde que o governo indicou querer acelerar o processo do impeachment.

Renan não explicitou, no entanto, se deixará de convocar uma nova sessão conjunta do Congresso para votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias até o final do ano. De acordo com algumas interpretações das regras regimentais, o Congresso só poderia entrar em recesso após a aprovação da LDO e, diante desse entendimento, o governo defende que os trabalhos sejam estendidos, tendo uma pausa apenas nas semanas do Natal e do Ano Novo.

Além deste caso, o Congresso pode cancelar o recesso caso seja convocado por um ato conjunto dos presidentes da Câmara e do Senado, a requerimento da maioria dos congressistas ou da própria Dilma. Porém, em todos esses casos, é preciso aprovação por maioria absoluta pelos plenários da Câmara e do Senado -pelo menos 257 dos 513 deputados e 41 dos 81 senadores.

"Mas essa é uma decisão que caberá a todos, principalmente à sociedade. Ela precisa ser ouvida sobre se quer o congresso funcionando, votando o que tem que ser votado e concluindo esse processo que já começou ou se quer que o congresso nesse momento cruze os braços. Essa é uma decisão que temos que dividir com todo mundo, principalmente com a sociedade", disse Renan.

O governo defende que o Congresso não interrompa suas atividades para analisar o mais rápido possível o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Já a oposição avalia que é melhor esperar passar as férias de janeiro e o Carnaval em fevereiro para conseguir uma maior mobilização pelo fim do mandato da petista.


Aécio no muro sobre pedaladas de Temer

Postado por Magno Martins

Em entrevista nesta terça-feira (8), o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, disse que "é natural" que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) seja investigado sobre a assinatura de decretos autorizando gastos extraordinários. Mas evitou fazer juízo de valor sobre o assunto. "Não tenho essas informações ainda para dizer se ocorreram ou não, mas é uma questão, como todas as outras que continuarão a ser investigadas. Não tenho conhecimento específico se houve ou não essa assinatura, se isso compromete ou não", afirmou

CARTA.

Em relação à carta enviada por Temer a Dilma, o tucano disse que o documento representa um rompimento com o governo, mas frisou que ele reforçou o fisiologismo do PMDB para definir seus apoios. "Acho que houve ali um destaque excessivo para nomeação ou ausência de nomeações, mas a questão central é que, com essa carta, o presidente do PMDB e vice-presidente da República, no nosso entendimento, no entendimento do PSDB, se afasta, definitivamente, deste governo. Sabemos que a prática do PMDB ao longo dos últimos anos não foi diferente dessa. Foi a ocupação de espaços na máquina pública que ajudou o partido inclusive a obter a musculatura que tem hoje. Acho apenas que neste momento, neste momento em que o Brasil acompanha com grande expectativa o decorrer desses acontecimentos, das discussões que serão travadas, preferiria que esse rompimento se desse em razão daquilo que é fundamental: o mal que o PT e o governo da presidente Dilma veio fazendo ao Brasil, e não em razão de um descontentamento mais pontual, por mais legítimo que seja, pelo não acatamento de determinada indicação", respondeu.


Delcídio confirma advogado para fazer delação premiada

Postado por Magno Martins

A defesa do senador Delcídio Amaral (PT-MS) confirmou, na tarde de hoje, que contratou o advogado penalista Antônio Augusto Figueiredo Basto, especialista em delações premiadas.

Preso há duas semanas por supostamente tentar barrar a Operação Lava Jato, o ex-líder do Governo no Senado vai fazer delação premiada para tentar se livrar da cadeia. As revelações de Delcídio podem agravar ainda mais a crise política do governo Dilma. Na agenda pessoal do empreiteiro Ricardo Pessoa, que fez delação, há registro de 30 encontros com o senador entre 2011 e 2014.

No governo Fernando Henrique Cardozo (PSDB), Delcídio foi nomeado diretor de óleo e Gás da Petrobrás cargo que ocupou entre 1999 e 2001.

Delcídio foi capturado por decisão do Supremo Tribunal Federal a pedido da Procuradoria-Geral da República. Em conversa gravada por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró (Internacional), o senador é flagrado discutindo um plano para obstruir a Lava Jato. Ele e o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, iriam financiar a fuga de Cerveró – preso desde janeiro na Lava Jato. Cerveró fechou acordo de delação dia 18 de novembro. Delcídio teme a delação do ex-diretor, por isso, segundo os investigadores, tentou tramar sua fuga e influenciar em seu depoimento na colaboração com a Procuradoria-Geral da República.

Ontem, o procurador-geral da República Rodrigo Janot denunciou criminalmente Delcídio a pedido de Janot, o Supremo autorizou abertura de outros dois inquéritos contra o ex-líder do Governo.

A saída de Delcídio pode estar na delação premiada. Dois dias depois de sua prisão, familiares e amigos do senador já o pressionavam a fazer delação, segundo revelou o jornalista Alberto Bombig em reportagem publicada pelo Estado.

Figueredo Basto é especialista nessa área da advocacia. Entre seus clientes, por exemplo, está o doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato. Muitos outros personagens da investigação sobre corrupção e propinas na Petrobrás são representados pelo advogado.

A defesa de Delcídio vinha sendo conduzida pelo criminalista Maurício Silva Leite. Na semana passada, Leite pediu ao Supremo Tribunal Federal revogação da ordem de prisão contra o senador.

Em nota, a assessoria de Maurício Leite destacou que a condução do pedido de revogação ‘permanece sob a responsabilidade do criminalista Mauríxio Silva Leite’.

Página de impressão amigável Enviar esta história par aum amigo Criar um arquvo PDF do artigo
Publicidade Notícia