Mais Notícias : Afaste-se dele, presidente
Enviado por alexandre em 30/11/2015 09:38:05

Afaste-se dele, presidente

Postado por Magno Martins

Vincius Mota - Folha de S.Paulo

O sistema político brasileiro caminha para a ruptura, embora nada indique que ela implicará quebra ou relativização do regime democrático. Depois da explosão, o mais provável é que uma nova maioria se erga dos destroços.

A inércia, o marketing e a contingência produziram um grave descompasso entre a tipologia do governo eleito e a dos remédios exigidos para tocar os assuntos públicos. O Brasil reconduziu um projeto intervencionista e paternalista de centro-esquerda, quando a realidade já requeria uma guinada no sentido oposto.

O acaso também fez coincidir no tempo a afirmação das instituições de controle do abuso de poder. Policiais, procuradores e juízes extraem provas criminais a mancheias com a escavação de camadas geológicas sedimentadas no conúbio entre políticos e empresários, exacerbado pela lógica do nacional-desenvolvimentismo.

O resultado dessa confluência de fatores é que o governo eleito por estreita maioria em outubro de 2014, além de ver-se compelido a contrariar suas promessas e convicções, também agrega ao seu redor os políticos que, um a um, vão caindo na teia de inquéritos e condenações criminais.

Ruíram as sucessivas tentativas de remendar o que nasceu torto. A breve "regência" de Lula da Silva, a sua intrusão mais direta no governo, foi enterrada na semana passada, com as prisões do amigo pecuarista e do líder
no Senado e com uma nova fragilização da justificativa do filho do ex-presidente para o recebimento de R$ 2,5 milhões de um lobista.

Lula, como está claro há vários meses, ocupa-se apenas com salvar a própria pele, o que a esta altura seria uma façanha improvável. Vai levando para a cova e o presídio quem se abraçou a ele.

A presidente Dilma ainda pode escolher o seu destino. O ocaso de braços com o padrinho ou a separação definitiva enquanto ainda há um fio de esperança.


Rede de empresas frauda Minha Casa em 3 estados

Postado por Magno Martins

A Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Controladoria-Geral da União afirmam ter descoberto quatro casos, em três estados diferentes (Rio Grande do Sul, Acre e Minas Gerais), em que um grupo de empresas se unem para driblar concorrências e pagar propina a servidores públicos em licitações do programa habitacional Minha Casa Minha Vida. Ao todo, mais de 300 ações foram abertas para analisar os atos praticados e suas ramificações.

A Controladoria-Geral de Minas Gerais abriu uma apuração interna para analisar se há responsabilidade de servidores públicos em possíveis irregularidades referentes a licenças concedidas à mineradora Samarco. O processo corre em sigilo.


Há muitos peixes grandes envolvidos na Lava Jato

Postado por Magno Martins às 21:00

Até o momento, o STF analisa processos envolvendo 67 pessoas no âmbito da operação "lava jato". Entre eles há o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, o ministro do TCU Raimundo Carreiro, 13 senadores e 23 deputados. Entre os senadores estão o ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) e Benedito de Lira (PP-AL). Entre os deputados estão o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Arthur Lira (PP-AL) e Nelson Meurer (PP-PR).

Já o colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, ressalta que "não há democracia sem advogado", mas cita que alguns advogados estão "exorbitando". O jornalista justifica sua afirmação citando os casos de Edson Ribeiro, que foi punido pela OAB, e o de Beatriz Catta Preta, que foi morar nos EUA depois de afirmar que estava sendo ameaçada. Ele também lembra que advogados têm tomado o lugar de lobista na da operação "lava jato".

Ruína ético-financeira virou a kriptonita de Lula

Postado por Magno Martins

Josias de Souza

Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado revela: 47% dos eleitores dizem que jamais votariam em Lula. Entre os potenciais presidenciáveis nenhum outro ostenta taxa de rejeição tão vistosa. Aécio é refugado por 24% do eleitorado. Alckmin e Marina são enjeitados por 17% dos pesquisados.

A três anos de 2018, Lula tornou-se um ex-Lula também quando medido pela taxa de intenção de votos. Num cenário com Aécio, o tucano lidera a sondagem com 31%, nove pontos percentuais acima de Lula (22%). Marina (21%) aparece grudada nos calcanhares de vidro do morubixaba petista, tecnicamente empatada com ele. Num hipotético segundo turno entre Aécio e Lula, o tucano prevaleceria por 51% a 32% se a eleição fosse hoje.

Substituindo-se Aécio por Alckmin, Marina assume a liderança com 28% —seis pontos percentuais à frente de Lula (22%) e dez pontos adiante de Alckmin (18%). Num segundo turno entre Marina e Lula, a candidata da Rede venceria a eleição por 51% a 31%. Num tira-teima entre PSDB e PT, Alckmin venceria Lula por 45% a 34%.

Lula caiu do pedestal, eis a principal informação contida na sondagem do Datafolha. Ele já foi pessoalmente imbatível. Em 2006, reelegeu-se cavalgando o escândalo do mensalão. Em 2010, eletrificou Dilma, seu poste. No ano passado, apesar do estrago promovido pelos delatores da Petrobras, conseguiu novamente carregar a pupila nas contas, mesmo tendo que anabolizar a propaganda de João Santana.

Hoje, Lula tornou-se o fardo de si mesmo. A ruína ético-financeira que carcome a gestão da falsa gerentona exerce sobre Lula os efeitos de uma espécie kriptonita, a pedra usada na ficção pelos inimigos do Super-Homem para minar-lhe os superpoderes. A diferença entre realidade e ficção é que Lula não precisou de nenhum Lex Luthor para se tornar um político convencional.

Lula dispensa oposicionistas. O melado que escorre da Lava Jato teve origem na sua administração. O escândalo caiu no colo da sucessora, que teve de abolir do vocabulário sua expressão favorita: “herança maldita”. De resto, a capacidade gerencial de Dilma é uma fábula 100% criada por Lula.

No final dos seus dois reinados, em 2010, Lula era considerado o melhor presidente que o Brasil já teve por 71% dos eleitores. No final de 2014, o índice despencou para 56%. No último mês de abril, caiu pra 50%. Hoje, apenas 39% avaliam que nunca antes na história desse país houve um presidente como Lula. Depois de tanta tempestade, começa a chegar a cobrança.


Agenda conservadora

Postado por Magno Martins

Ilimar Franco - O Globo

As teses defendidas pelas correntes políticas conservadoras, com ampla aceitação popular, serão um desafio para os partidos tradicionais nas próxims eleições presidenciais. A transformação dessas propostas em temas relevantes pode mudar o quadro em que se dará essa disputa.

Os partidos que se colocam no centro do embate político, ou se reivindicam sociais-democratas, terão uma preocupação a mais pela frente. Há dois candidados que pretendem representar esse voto. São eles: o deputado Jair Bolsonaro (PP), que hoje tem cerca de 5% das intenções de voto; e, o senador Ronaldo Caiado (DEM), que fica em torno de 1%. Os números são do Instituto Paraná Pesquisas e estão circulando na cúpula tucana.

A redução da maioria penal para 16 anos, aprovada na Câmara e engavetada no Senado, é apenas um desses temas. Na pesquisa GPP, 75% são favoráveis a essa mudança. A liberação de drogas leves para consumo próprio é rejeitada por 78,7% dos entrevistados. A liberação da maconha não tem o aval de 78,3%. A descriminalização de aborto tem a simpatia de apenas 16,4%. Fugindo a essa linha, 70,7% dos ouvidos são contrários à liberação do porte de armas. Esses dados são de pesquisa do Instituto GPP, encomendada pelo PSDB.

Para conquistar esse eleitor, os partidos tradicionais terão de se posicionar. Podem também se omitir. Mas se essas teses tiverem um candidato que as representem será uma dificuldade a mais. Nada impedirá de serem cobrados nos horários de propaganda política na TV.


A culpa é de Dilma, “aquela fdp”

Postado por Magno Martins



Paulo Nogueira

De quem é a culpa pelos infortúnios de Delcídio

Quero me inteirar sobre o caso Delcídio e digito seu nome no Twitter.

Chego logo a uma nota fabulosa, escrita pela nova titular da coluna Radar, da Veja, a ex-Folha Vera Magalhães.

No mundo do jornalismo de nossos dias, não configura conflito de interesses Vera ser casada com um assessor de Aécio. Bem, Vera reproduz uma frase atribuída à mulher de Delcídio, Maika. Segundo Vera, num telefonema Maika revelou de quem é a culpa pelos infortúnios do marido.

É de Dilma, aquela fdp, diz a nota.

Quer dizer: a culpa não é de seu marido, com seu comportamento indecente. Nem é dela mesma, que viu Delcídio gastar dinheiro em proporções épicas, incompatíveis com um homem que deveria viver do salário de senador da República.

Publicamos no DCM, neste sábado, o relato de um cronista social de Campo Grande sobre a festa de debutante de uma filha de Delcídio, em 2011.

Um trecho:

A noite ficará marcada na memória social de Campo Grande e de Mato Grosso do Sul. Não apenas pela natural suntuosidade que sugeria a atmosfera, mas pela singular energia que emanava em cada pedacinho da festa. Parecia mágica. Num estonteante vestido, na parte de cima, inteiro em Cristais Givenchy, com saia em tufos de tule dourado com pastilha de paetês, confeccionado por Júnior Santaella especialmente para ela, Maria Eugênia parecia flutuar.

Estava em casa, envolvida pela família, recebendo as amigas exatamente do modo como havia imaginado. À irmã, Maria Eduarda, foi entregue a missão de construir o espetáculo da alegria. Ao longo de um mês, a mansão vinha se transformando para ser um espaço dourado de 1,6 mil metros, inteiramente coberto em teto transparente, onde frondosas árvores naturais surgiam iluminadas na lateral do espaço.

Os grandes filósofos do passado coincidiam em dizer que, diante da miséria humana, é mais sábio rir do que chorar.

Riamos, então.

Maika organizou a festa, e sabe quanto foi gasto nela. Ela sabe também qual é o salário de senador do marido.

Mas não: não ocorreu a ela que havia uma fonte misteriosa de dinheiro para bancar a vida faustosa da família.

Ela lembra, neste caso, Claudia Cruz. Claudia levou uma vida de princesa europeia sem, aparentemente, se perguntar como não faltava dinheiro sequer para aulas de tênis numa das academias mais caras do mundo, a de Nick Bolletieri, nos Estados Unidos. Ali foram revelados jogadores como Agassi e Sharapova.

Milton Friedman, o grande economista conservador, disse celebremente que não existe almoço grátis. Alguém sempre paga a conta.

Mas para as mulheres de alguns políticos brasileiros é como se a vida em pleno fausto fosse gratuita. Maika poderia talvez ter evitado os problemas que seu marido enfrenta hoje se fosse mais rigorosa com as contas domésticas.

Mas não.

Ela não tem culpa, de acordo com a nota de Vera Magalhães.

E nem seu marido.

A culpa, claro, é de Dilma, aquela fdp.

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