Regionais : Visão bolivariana atrapalha
Enviado por alexandre em 13/10/2015 10:00:34


O Brasil anda mesmo para trás feito caranguejo na era da moribunda Dilma Rousseff. Ficou de fora, pasmem, da Parceria Transpacífica, celebrada por 12 países, que reduz tarifas comerciais e unifica padrões para exportação, estabelece regras para investimentos e cria exigências ambientais, além de normas trabalhistas. Seus signatários reúnem um mercado de 800 milhões de almas vivas.

Na prática, são 10% da população mundial que juntos somam quase 40% do PIB global. Ao abrirem suas fronteiras para os produtos dos demais membros e diversificarem os destinos para seus produtos, aumentam as chances de progredir e ficam menos vulneráveis a turbulências externas. Quando o tratado entrar em vigor, ainda sem previsão, 18 mil tarifas externas americanas poderão ser eliminadas.

Para os países em desenvolvimento que ficaram de fora, como é o caso do Brasil, haverá um desvio do comércio e uma perda de futuros negócios. A consequência para o Brasil será claramente negativa. Um quarto de tudo que o País exporta hoje vai para os países que estão no tratado, todos com litoral no Oceano Pacífico. Um dos setores brasileiros mais afetados será o de carnes.

“Em vez de concretizarem acordos com os Estados Unidos e a União Europeia, nossos governantes só têm fechado tratado com países de pouca população e baixo poder de consumo”, lamenta o presidente da empresa alimentícia catarinense Aurora, Mário Lanznaster, que emprega 26 mil pessoas. Em dois anos com a Transpacífica em operação, o Brasil, segundo ele, terá dificuldades até de exportar frango.

O maior impacto do tratado não virá da eliminação de tarifas, mas da simplificação dos negócios. É que a parceria estabelece novas regras para o comércio entre os países, como a diminuição da burocracia portuária e as padronizações nos trâmites de importação e exportação. Segundo pesquisa feita Fundação Getúlio Vargas, haverá uma retração de 2,9% nas exportações de industrializados e de 5% nas de produtos de agronegócios brasileiros.

Em 25 anos, o único acordo de livre-comércio firmado pelo Brasil foi o Mercosul. O Brasil ficou de fora do Transpacífica porque, hoje, o que orienta a política comercial brasileira é a aproximação ideológica com governos bolivarianos. Inicialmente, formado pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o Mercosul atraiu a Venezuela e a Bolívia.

E aí é onde mora o perigo. Na semana passada, o vice-presidente da Bolívia, Álvaro Garcia Linera, cuja família é investigada por narcotráfico nos Estados Unidos, anunciou que bloqueará qualquer tentativa de integração entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico, formada por China, Peru, Colômbia e México, enquanto seu país não tiver uma saída para o mar.

O caso mostra que, para os caudilhistas latino-americanos, a economia está a serviço da política. “O Mercosul parou no tempo e tornou-se um bloco puramente político”, avalia a coordenadora de relações internacionais da Confederação Nacional da Agricultura, Alinne Betânia Oliveira.

REFÉM DA CHINA – Ainda em relação ao tratado Transpacífica, o que se constata é que enquanto não se livrar das amarras ideológicas, o Brasil ficará limitado a ter como principal parceiro comercial a China, que se manteve alheia ao novo acordo comercial, mas pode se integrar um dia. Sem resolver problemas estruturais e com medo de se aventurar em mercados competitivos, o Brasil assiste suas exportações de bens industrializados perder espaço e foca suas exportações em commodities (mercadoria em inglês) para a China.

Jarbas só entra na hora certa– Visto como a melhor alternativa para moralizar o parlamento, o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB) topa disputar a Presidência da Câmara dos Deputados, mas evita tratar do assunto. Aos mais próximos, diz que só pretende colocar seu nome à disposição do colegiado de oposição depois que o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) for cassado ou renunciar. As novas contas de Cunha descobertas na Suíça podem acelerar o processo do seu afastamento.



Estratégia contra impeachment – Dilma se reuniu, ontem, na residência oficial da Presidência, com os ministros Jaques Wagner (Casa Civil), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), além do assessor especial Giles Azevedo. O encontro não estava previsto na agenda e o tema não foi informado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência. A reunião foi convocada para discutir a possibilidade de reação a pedidos de impeachment contra a presidente que podem entrar em discussão na Câmara nesta semana.

Pai e filho ricos– Líderes da oposição classificam como muito graves as denúncias de que o filho do ex-presidente Lula teria recebido R$ 2 milhões do lobista Fernando Baiano, tido como operador do PMDB no esquema da Petrobras. Para os parlamentares, as denúncias podem colocar Lula no centro das investigações da Operação Lava Jato. “Se Lula, que é o pai, fez o que fez, agora com os filhos enriquecendo, abusando da influência dele, não seria diferente. O fato vem a agregar aos desmandos das pessoas que integram esse esquema criminoso”, diz o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).

CURTAS

VAI ACATAR– O Palácio do Planalto já trabalha com o cenário em que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vai acolher, hoje, o pedido de impeachment protocolado pelo jurista Hélio Bicudo, ex-PT. A avaliação foi feita em reunião de emergência no Palácio da Alvorada entre a presidente Dilma Rousseff e os ministros Jaques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), José Eduardo Cardozo (Justiça) e o assessor especial Giles Azevedo.



Perguntar não ofende: O PMDB vai boicotar, mais uma vez, esta semana, as sessões do Congresso para votação dos vetos de Dilma à pauta bomba?

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