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Enviado por alexandre em 23/09/2015 09:58:24

Maior doadora de Aécio aceita delação premiada

Presidente da construtora Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, se prepara para assinar nas próximas horas acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF). O mais recém delator da Lava Jato teria confidenciado a outros presos que dividem a cela com ele no Complexo Médico-Penal de Curitiba, que vai colaborar com a Justiça para obter redução de sua pena. "Azevedo já recebeu inclusive a visita de advogados que explicaram as consequências de aderir à delação", informa a jornalista Mônica Bergamo. A Andrade Gutierrez é a empreiteira que mais doou dinheiro para a campanha do senador Aécio Neves (PSDB) à presidência em 2014.

Foram 322 doações ao tucano que somaram mais de R$ 20 milhões. Antes dele, dois executivos da construtora já citaram os nomes das principais lideranças tucanas em acordo de delação premiada.

Preso em junho, junto com o empreiteiro Marcelo Bahia Odebrecht, Otávio Azevedo é réu em ação penal na Lava Jato, pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

É a primeira vez que Otávio de Azevedo vira réu em ação penal da Lava-Jato. Na terça-feira, outro empreiteiro, Marcelo Bahia Odebrecht, também tornou-se réu pelos mesmos crimes atribuídos ao presidente da Andrade Gutierrez.


O tabuleiro treme

Bernardo Mello Fanco - Folha de S.Paulo

As novas condenações da Lava Jato devem servir de alerta aos políticos que discutem o futuro da República em gabinetes refrigerados. A operação está um pouco menos barulhenta, mas não parou. Ainda pode sacudir o tabuleiro da crise e tirar peças importantes do jogo.

O PT voltou a tremer com a caneta do juiz Sergio Moro. Na segunda-feira, ele condenou João Vaccari e Renato Duque por desvios milionários na Petrobras. Na terça, assinou a sentença do ex-deputado André Vargas.

Vaccari é o segundo tesoureiro petista condenado por corrupção em menos de três anos. Acusado de direcionar propinas do petrolão para o caixa da sigla, recebeu uma pena dura, superior a 15 anos de prisão.

Duque, o ex-diretor da Petrobras, foi condenado a 20 anos. No mesmo dia, voltou a se reunir com os procuradores para negociar uma delação. Se falar, pode comprometer ainda mais a cúpula e as campanhas do PT.

O caso de Vargas não é diretamente ligado ao petrolão, mas reacende outro temor no governo: a possibilidade de as investigações se alastrarem por toda a Esplanada. Ele foi condenado por receber propina de uma agência de publicidade que tinha contrato com o Ministério da Saúde e Caixa Econômica Federal.

A Lava Jato também voltou a se mover na direção do PMDB. Moro decretou a prisão de João Augusto Rezende Henriques, apontado como operador do partido no escândalo.

Ao mesmo tempo, cresce a tensão com a delação iminente de Fernando Baiano, homem de múltiplos contatos e negócios na Petrobras. Em depoimento divulgado há um mês, o lobista Julio Camargo disse que ele tinha ligações com três integrantes da linha sucessória: Eduardo Cunha, Renan Calheiros e Michel Temer.

Na ocasião, o vice-presidente afirmou em nota que "não teve ou tem com ele qualquer relação ou contato de irmandade". Assim que fechar o acordo de colaboração com a Justiça, Baiano terá a oportunidade de dar a sua própria versão.

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