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Enviado por alexandre em 16/09/2015 09:27:29

Dilma: Governo fará tudo para impedir impeachment

Cinco dias após os principais partidos de oposição lançarem um movimento pelo impeachment, a presidente Dilma Rousseff afirmou, hoje, que o governo vai fazer “tudo para impedir que processos não democráticos cresçam e se fortaleçam”. Segundo Dilma, o Palácio do Planalto “está atento” a todas as tentativas de “produzir instabilidade” no país.

“O Brasil conquistou uma democracia a duras penas, eu sei o que estou dizendo, quantas penas duras foi para conquistar a democracia. Nós não vamos, em momento algum, concordar, ou, faremos tudo para impedir que processos não democráticos cresçam e se fortaleçam”, declarou a presidente após participar de evento no Palácio do Planalto.

Momentos antes da cerimônia para entrega do Prêmio Jovem Cientista, Dilma recebeu presidentes de partidos aliados e líderes da base na Câmara, dos quais recebeu um manifesto em apoio a seu mandato. O objetivo do encontro era que Dilma pedisse apoio dos parlamentares ao pacote de ajuste fiscal anunciado pelo governo nesta segunda-feira, com cortes de R$ 26 bilhões mais aumento e criação de impostos.

Em uma relação cada vez mais difícil com sua base aliada e derrotas subsequentes no Congresso, a presidente não quis detalhar quem vai assumir a tarefa de articular no Legislativo a aprovação do pacote. Isso porque diversos parlamentares da base e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), esse rompido oficialmente com o governo, já afirmaram que será “muito difícil” aprovar a criação de novos impostos.

Segundo Dilma, após a reforma administrativa, que será anunciada até a próxima quarta-feira (23) com corte de ministérios e cargos comissionados, ficará mais clara a figura do novo articulador, que vai assumir o posto que até o mês passado era ocupado pelo vice-presidente Michel Temer.

Não existe hipótese de a CPMF durar só 4 anos

Do UOL

O auditor e consultor de empresas Antoninho Trevisan acredita que "não existe a hipótese" de a CPMF ser aplicada da forma como o governo propôs no anúncio de ontem. "Da primeira vez, a CPMF foi instituída em 0,18% e para durar dois anos, e acabou com 0,38% e durou oito anos. Dessa vez, disseram que será de 0,2% e por quatro anos, mas não será. A CPMF vai pesar muito, vai durar uma eternidade", previu.

A declaração foi feita em palestra no seminário "Saídas para a crise", realizado na sede da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), quando também fez críticas ao pacote de medidas de austeridade. "Os cortes do governo não têm um foco, você não consegue extrair uma linha, se é progressista, conservadora ou sei lá o quê. Tem um pouco de tudo", disse. "Além disso, as medidas são contraditórias", afirmou, sem detalhar as contradições.

Para superar a crise fiscal, Trevisan sugeriu uma fórmula que ele chamou pela sigla CCC, que significam caixa, custo e controle. "Primeiro, é preciso sentar em cima do caixa e administrar cada centavo. Quanto ao custo, ele é como unha, cresce sempre, sobretudo no setor público, o que significa que nós temos gordura para queimar. E o controle precisa ser feito para que os processos não sejam amontoados um em cima do outro", afirmou.

De acordo com Trevisan, é urgente que o Brasil passe por uma reforma em seu regime contábil. "As contas públicas no País não dizem a verdade. São um exercício de enganação dos brasileiros. Os orçamentos são feitos 'nas coxas'. É preciso que o orçamento seja feito de uma forma que qualquer cidadão consiga ler", sugeriu.

Na sua avaliação, o primeiro passo é abandonar o regime de caixa e adotar o regime de competência. "No regime de caixa, você só registra a despesa quando o pagamento é realizado. No regime de competência, você registra a despesa na hora em que ela é feita, e não somente quando o pagamento é efetuado. Nele, o cidadão sabe exatamente a 'quantas andas' a situação", disse.

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