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Enviado por alexandre em 16/09/2015 09:24:49

Delator: maioria dos políticos que conheci é honesta

Do IG Minas Geraais – Folhapress

Pessoa fez um discurso inicial de cerca de 20 minutos no qual descreveu a trajetória da UTC e sua prisão na Operação Lava Jato, em novembro do ano passado

O dono da UTC, Ricardo Pessoa, que assinou um acordo de delação premiada com o Ministério Público e relatou o pagamento de propina a diversas autoridades, afirmou à CPI da Petrobras nesta terça-feira (15) que está "escrevendo uma nova história" e que "a maioria dos políticos e governantes com quem convivi é honesta".

Pessoa fez um discurso inicial de cerca de 20 minutos no qual descreveu a trajetória da UTC e sua prisão na Operação Lava Jato, em novembro do ano passado, mas, ao fim, avisou aos deputados que não responderia a perguntas porque parte de sua delação ainda está sigilosa.

Dentre as declarações dadas por Pessoa estão a de que fez doações sob pressão ao tesoureiro da campanha de Dilma em 2014, Edinho Silva, e de que pagou caixa dois à candidatura ao governo de São Paulo em 2010 do atual ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Ambos negam o recebimento de valores irregularmente.

"A partir de 14 de novembro [data de sua prisão], minha vida nunca mais foi a mesma. Jamais será", disse. E completou: "Aquele homem que entrou na carceragem da Polícia Federal em Curitiba já não existe mais. Está escrevendo uma nova história".

O dono da UTC ressaltou que não quer "se vender como herói" e que não usou sua colaboração para "praticar vinganças" contra adversários. Disse que aderiu de forma "espontânea". "Falei sobre o que vi e vivi".

Sobre os pagamentos de propina, ele disse que aderiu porque não queria interromper a trajetória de crescimento da empresa e que, com o tempo, essa "regra" se tornou automática.

"O que aconteceria se eu comparecesse a uma delegacia para denunciar? Isso significaria assinar a sentença de morte da minha empresa. A responsabilidade por milhares de vidas nos projetos e nas obras me levaram ao silêncio, à passividade e ao medo", afirmou. "Optei pelo caminho errado. Cedi aos pedidos, paguei".

Ricardo Pessoa defendeu diversas vezes os funcionários de sua empresa. "Sua história [da UTC] não foi escrita em atitudes que tive de forma irregular. As pessoas que lá trabalham são absolutamente honestas e não têm qualquer responsabilidade por meus atos."

Também ressaltou que o caso da Petrobras foi uma "distorção" em suas relações com o poder público. "Na maior parte das vezes, a relação que mantive com o poder público foi bastante civilizada. A maioria dos políticos e governantes com quem convivi é honesta", afirmou Pessoa.

Disse, por exemplo, que ganhou contratos com a Petrobras durante diversas gestões políticas. "Nos últimos 20 anos, a UTC tem trabalhado muito. Assinou 393 contratos com a Petrobras sem qualquer conexão com a política. Para dar exemplo dessa desconexão, assinou 169 contratos com a Petrobras no governo do ex-presidente FHC", afirmou.

O empresário ressaltou que, após sua delação, tem investido no controle interno e governança corporativa da empresa e que estas áreas se tornaram preocupações centrais suas.

Mesmo após avisar que não responderia a perguntas, Pessoa foi mantido no depoimento pelo presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), e os parlamentares continuaram a questioná-lo.


Vaivém da CPMF é o melhor retrato do improviso

Josias de Souza

De todos os tópicos do pacote fiscal do governo a CPMF é a que mais escancara o improviso que marca a gestão de Dilma. Cogitada há duas semanas, a CPMF iria para a Saúde. Morderia 0,38% de todas as movimentações financeiras. E seria repartida com Estados e municípios. Premida pela má repercussão, Dilma recuou em 48 horas.

Súbito, a CPMF voltou à mesa. Agora, não vai para a Saúde, mas para a Previdência. A mordida é menor: 0,20%. Mas pode voltar a ser maior se os governadores conseguirem convencer os parlamenares a retomarem os 0,38%. Vivo, Bussunda diria: “Fala séeeeeeerio!”

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