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Enviado por alexandre em 03/09/2015 09:02:09

Nem tudo está perdido

Carlos Chagas

Nem tudo está perdido para o PT. Faz tempo, doze anos e sete meses, para sermos precisos, que o partido mudou. Mesmo gradativa, a mudança tornou-se clara e infeliz. Foi para pior. Os companheiros vestiram os andrajos dos demais partidos, igualando-se aos que faziam da política mero trampolim para a satisfação de seus interesses pessoais. Inebriaram-se pelo poder e suas benesses. Fora, é claro, os que já se haviam desligado, como os intelectuais, a Igreja, parte da lideranças sindicais e grupos de políticos desiludidos com o abandono do programa sob o qual o PT foi fundado.

Mesmo assim, sentem-se ventos de recuperação, por enquanto frágeis, mas capazes de promover a volta às origens.

Vale referir um entre mil abnegados petistas que continuam acreditando na mensagem inicial, pois a História, ao contrário do que sustentam alguns doutos, é escrita por indivíduos. Não existiria sem eles.

A referência vai para um companheiro histórico, daqueles que se mantém esperançosos da reviravolta e não abandonam a sigla. Falamos do três vezes deputado, Emiliano José, baiano por adoção, doutor em Comunicação Social, 25 anos lecionando jornalismo, torturado nos tempos de chumbo, preso por quatro anos até a anistia, hoje secretário do ministério das Comunicações encarregado do setor da televisão digital.

Para Emiliano, é preciso ordenar o caminho de volta, ainda que não negue elogios ao trabalho do Lula e mesmo da Dilma, na óbvia transformação social do país. Para ele, torna-se necessária a renovação. O apelo à juventude, para começar. O enfrentamento das forças reacionárias que tiram proveito dos erros praticados pelo partido, empenhadas na cantilena de sempre, de conter anseios sociais e de promover a permanência das elites no processo político nacional. Está em marcha a elaboração de um projeto que signifique novos avanços para a maioria da sociedade.

Vale à pena conhecer esse misto de D. Quixote e Getúlio Vargas, através de seus artigos e livros que a parte podre do próprio PT procura esconder. O sucesso parece difícil para tamanha empreitada, mas outros, como ele, começam a despontar. Nem tudo está perdido, mesmo com o partido despencando nas profundezas.

PSOL pede afastamento de Cunha da presidência

O PSOL ingressará, nesta quinta-feira (3), na PGR (Procuradoria-Geral da República) com uma representação pedindo o afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara.

A ação é uma das medidas pensadas pelos parlamentares do partido, críticos costumaz do peemedebista, para retirá-lo do cargo de comando da Casa, no decorrer das investigações da Operação Lava Jato.

Eles utilizarão como argumento o primeiro parágrafo do artigo 86 da Constituição Federal, segundo o qual, "o presidente ficará suspenso de suas funções nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal".

O trecho trata de Presidente da República. Contudo, como presidente da Câmara, Cunha é o terceiro da linha sucessória - assume o cargo quando a presidente Dilma Rousseff e o vice, Michel Temer, estão fora do país, por exemplo.

A intenção é que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que há duas semanas ofereceu denúncia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro contra Cunha ao STF, peça à Suprema Corte para analisar e determinar o afastamento.

"O argumento central é de que, no cargo, ele pode interferir na evolução das investigações", afirmou o líder do PSOL na Câmara, Chico Alencar (RJ).


CPI: Cunha barrou convocações de empresários

Da Folha de S.Paulo – Reynaldo Turollo Jr e Ranier Bragon

A votação de requerimentos para convocar empresários para depor na CPI do BNDES, prevista para ocorrer nesta quarta (2), foi cancelada após interferência do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmaram deputados.

Conforme a Folha apurou, na noite de terça (1°), Cunha reuniu-se separadamente com membros da CPI logo após deputados da base e da oposição firmarem um acordo para convocar grandes empresários beneficiários de empréstimos do banco de fomento.

Cunha sempre negou interferir nas CPIs da Casa. Questionado, confirmou ter se reunido com deputados da CPI do BNDES ontem, mas disse ter tratado de outro assunto.

"Eles me procuraram foi para contratar assessoria da Fundação Getúlio Vargas para poder ajudar na CPI. Comigo, a única coisa que foi tratada pela CPI, pelo presidente da CPI, foi essa contratação", afirmou.

Entre os que seriam convocados estavam Eike Batista, do grupo EBX, e Joeslley e Wesley Batista, da JBS -frigorífico que se tornou um dos maiores do mundo após investimentos do BNDES e é um dos principais financiadores de campanhas de políticos para o Legislativo e para o Executivo.

Somente ao comitê financeiro único do PMDB do Rio, por exemplo, a JBS doou R$ 21 milhões –30% do total arrecadado pelo partido de Cunha.

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