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Enviado por alexandre em 31/08/2015 09:31:35

Gilmar: Janot não pode ser advogado de Dilma

Da Folha de S.Paulo – Márcio Falcão e Gustavo Uribe

Vice-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e integrante do STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Gilmar Mendes disse neste domingo (30) à Folha que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deveria se ater mais à instituição e não "atuar como advogado" da presidente Dilma Rousseff.

A declaração é uma resposta ao parecer de Janot pelo arquivamento de um pedido do ministro para investigar uma das empresas fornecedoras da campanha de Dilma.

No parecer, o procurador criticou a "inconveniência" da Justiça e do Ministério Público Eleitoral se tornarem "protagonistas exagerados do espetáculo da democracia".

O ministro disse estar convicto de que é preciso investigar a empresa. A VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior Ltda recebeu R$ 22,9 milhões da campanha petista por publicidade e materiais impressos.. "Continuo convencido da necessidade da investigação diante da relevância dos fatos, independente da questão eleitoral", disse Mendes.

Alckmin morde e assopra

A declaração de Geraldo Alckmin ao comparar o PT a uma praga surpreendeu até mesmo assessores do tucano, conhecido pelo estilo diplomático, revela Vera Magalhães, hoje na sua coluna da Folha de S.Paulo.

"A fala dura teve como objetivo, segundo interlocutores do governador paulista, arrefecer as críticas de que ele se mantém em cima do muro sobre o governo federal, perdendo protagonismo para o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

A crítica foi pontual e Alckmin não deve repeti-la, uma vez que depende de repasses da União."

Alckmin despiu-se do seu estilo moderado e durante evento que marcou a entrada no PSDB do governador de Mato Grosso, Pedro Taques, assumiu o tom radical contra o PT: "Temos que nos livrar dessa praga que é o PT. O PT do desemprego, da inflação, dos juros pornográficos e dessa praga do desvio do dinheiro público. Hoje é tempo de honestidade", disse Alckmin.

Antes que se arrebente

Vinicius Mota - Folha de S.Paulo

Há gente experta na política a vaticinar que o Brasil só escapará da encalacrada atual depois de esborrachar-se no muro. Não bastaria antever a aproximação do armagedom para mudar de rota. Seria preciso experimentá-lo.

Souvarine, o sabotador anarquista do "Germinal" de Zola, era um esteta do gênero: "Ateiem fogo aos quatro cantos das cidades, ceifem os povos, arrasem tudo e, quando nada mais sobrar deste mundo podre, talvez surja dele um melhor", dizia e praticava. A proclamação chega a ser esplêndida na literatura. Quando acontece na vida vivida, é apenas desgraça.

É para a desgraça certa que se desenrolam os acontecimentos da política brasileira. Estivesse a crise resumida a quizilas de poder, não haveria razão para desespero, mas ela arrasta para o fogo a segurança material de 200 milhões de almas.

O problema é como restaurar a responsabilidade dos atores políticos no momento em que o príncipe do nosso sistema, o presidente da República, reduziu-se a figura simbólica. A saída mais rápida seria repactuar forças em torno de Dilma Rousseff, o que no entanto tem sido dificultado pela inapetência da presidente e pela sua proximidade dos vetores desagregadores representados por Lula e pelo PT.

Não será possível salvar o governo Dilma, o ex-presidente Lula e o PT. Se a presidente continuar conectada ao seu mentor e ao seu partido, ninguém mais chegará perto dela para negociar saídas. O isolamento ficará tão intenso que a renúncia se tornará um recurso de misericórdia.

Outra opção seria organizar em torno de Michel Temer um governo de fato, fundado na partilha de responsabilidade com grupos dominantes no Congresso. A substância do acordo teria de conter reformas dolorosas nas despesas e nas receitas do Estado, além da "despetização" do Executivo. A um pacto forte assim, Dilma seria obrigada a submeter-se ou cair fora.

Denúncia contra Cunha barra impeachment

Os primeiros desdobramentos políticos da denúncia feita pelo Ministério Público Federal contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), colocaram um freio nas articulações para dar prosseguimento a um pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

Para dar início à manobra, os entusiastas da medida –entre eles o próprio peemedebista, que nega publicamente– aguardavam um sinal favorável à articulação de dois personagens: o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG).

Os sinais emitidos por ambos nos últimos dias, porém, foram em sentido contrário. Segundo a Folha apurou, Temer se mostrou refratário às primeiras sondagens e, de acordo com aliados, não quer neste momento passar a imagem de conspirador e golpista mesmo nos bastidores.

Após manter um silêncio cauteloso, Aécio declarou na quinta (27) que Cunha perde as condições de presidir a Câmara se virar réu na Lava Jato, o que estremeceu a aliança informal entre o peemedebista e o PSDB na Casa.

Em viagem a Nova York, Cunha manifestou a deputados tucanos descontentamento com a fala de Aécio. Recebeu a garantia de que o senador iria a público na sexta (28) amenizar o tom da declaração, o que não ocorreu.

Por meio de interlocutores, Aécio informou a Cunha que, apesar da garantia, não haveria como recuar publicamente da declaração, mas que evitará repeti-la daqui para frente.  (Da Folha de S.Paulo)


Aécio volta a MG para catar os votos perdidos

Aécio começa nesta segunda-feira uma ofensiva para tentar retomar a hegemonia política em Minas Gerais, perdida em 2014.

O senador tucano reúne apoiadores em ato público, modelo que pretende repetir uma vez por mês até lançar um candidato a prefeito de Belo Horizonte.

Já Fernando Henrique, após dizer que Dilma deveria renunciar, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deve submergir nos próximos dias. Nesta semana, ele não tem eventos públicos marcados.(Folha de S.Paulo - Vera Magalhães)

E finalizou: "O procurador deveria se ater a cuidar da Procuradoria Geral da República e procurar não atuar como advogado da presidente Dilma", afirmou o ministro.

Janot afirma que sua decisão de não apurar a empresa foi técnica. No parecer, o procurador-geral da República afirmou que solicitou informações à gráfica, que enviou notas fiscais de serviços e modelos de santinhos e impressos.

O procurador argumentou que os fatos "não apresentam consistência suficiente para autorizar, com justa causa, a adoção das sempre gravosas providências investigativas criminais". Sobre as críticas de Mendes, a procuradoria não comentou.

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